Sabiam os leitores que o Sindicato dos Moveleiros de SãoBernardo realizou incursão em Ribeirão Preto em 1987 em busca de novas clientelas, armando o barraco naquela sedemetropolitana para a realização de um salão de móvel que sepretendia prospectivo?
Sabem os leitores como funcionava a Anapemei, AssociaçãoNacional de Pequenas e Médias Empresas Industriais, com sede em Santo André, preparada para tentar minimizar as dores dos pequenos negócios industriais num contexto de guerra de guerrilhas com o sindicalismo?
O que diriam os leitores sobre 100 mil pessoas que sedeslocaram em 1987 à inauguração do primeiro centro decompras da região, o Mappin Shopping ABC?
Sabem quem foi o primeiro jornalista a anunciar, naquele fevereiro de 1988, que a Petroquímica União seria privatizada? Foi o mesmo jornalista que, menos de dois meses depois, acompanhou uma reunião dos representantes das principais empresas do setor químico e petroquímico que, ao serem informados sobre a nova configuração societária da Petroquímica União, não deixaram decriticar o Estado. Quem diria que duas décadas depois a mesma Petroquímica União, então sob o guarda-chuva da Quattor, acabou nos braços da Braskem, empresa do Grupo Oderbrecht, e da Petrobras, detentora de 49% das ações, num capitalismo híbrido que também pode ser chamado de estatismo híbrido, tipicamente chinês?
Em março de 1988 mostrei a situação decorrente dos estragos do fracasso do Plano Cruzado e do Plano Bresser.
Quem acredita que é recente o movimento dos vereadores do Grande ABC para reforçar o Clube dos Prefeitos, como sepretendeu no ano passado, precisa ler a matéria que escrevi em março de 1997. Já lá atrás o vereador Vanderlei Siraque, um dos mais dinâmicos da história dos Legislativos do Grande ABC, iniciara uma jornada que também se mostrou inglória.
E o que teria escrito este jornalista em junho de 1997 (portanto há 13 anos) sobre a Carta do Grande ABC, formulada pelo presidente do Consórcio Intermunicipal e prefeito de Santo André, Celso Daniel?
Querem mais do passado para entender o presente e projetar o futuro?
Em agosto de 1997, escrevi sobre os planos do recém-eleitoprefeito de São Bernardo, Maurício Soares. Que promessas fez o prefeito que administrava a cidade pela terceira vez?
Pouco tempo depois, também em 1997, acompanheipessoalmente um encontro que o prefeito Celso Daniel realizou no Teatro Municipal de Santo André. A atração daquela tarde foi o maior garoto-propaganda da modernização do Estado, o consultor norte-americano Ted Gaebler, co-autor do livro “Reinventando o Governo”.
Querem mais passado? Que tal a matéria de junho de 1997,quando o prefeito Celso Daniel aprovou no Legislativo projeto de redução de 6,25% dos salários dos servidores estatutários e também dos comissionados?
O que dizer então daquele texto de novembro de 1997 quando analiso o workshop realizado no Sesi de Santo André com membros do Fórum da Cidadania, quando denunciei mais uma vez que a instituição vivia situação paradoxal, porque ao gradual processo de fortalecimento contrapunha-se uma maioria de entidades de fragilidade inquietante.
As três últimas matérias desta nova leva de reminiscências são mais recentes.
Em abril de 2005 conto a saia justa em que me enfiei quando ouvi de um conselheiro editorial do Diário do Grande ABC (instância criada por mim, então Diretor de Redação daquele veículo, mas logo em seguida desativada) a razão de ser ele o único representante negro entre 101 membros.
Em outra matéria, agora assinada por André Marcel de Lima e datada de novembro de 2005, o foco está na UniversidadeFederal do Grande ABC, sempre sob a interpretação que vaimuito além do encantamento provinciano da maioria que sesatisfaz simplesmente com o fato de a instituição estar sediada na região, embora seja, como bem definiu o especialista em Educação, Valmor Bolan, espécie de barriga de aluguel.
Para completar a lista de um passado que não pode seresquecido, reapresento a íntegra de uma entrevista coletiva que concedi aos membros do Conselho Editorial da revistaLivreMercado, publicada em março de 2008, quando respondo a um feixe de 30 questões.
Foi uma avalanche de indagações. Não fugi de nenhumaresposta. Naquele tempo, LivreMercado era LivreMercado, não Livre Mercado como hoje. E o comandante de Redação era jornalista, não um recuperador de impostos. Mais que isso: LivreMercado vivia desconforto estrutural mas seguia sendo a melhor revista regional do País, enquanto Livre Mercado praticamente está morta e desativada, desfigurada, acéfala e entregue à própria sorte. Virou zumbi editorial que ninguém consegue encontrar fisicamente em lugar algum, embora o site reproduza páginas sem vida.
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06/12/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (40)