Imprensa

Retomada é de LivreMercado, apenas da revista LivreMercado

DANIEL LIMA - 10/01/2011

A retomada da revista LivreMercado oficialmente a partir desta terça-feira em coquetel no Tênis Clube de Santo André marcará nova etapa da publicação. Que os leitores entendam a restrição do evento. Trata-se da retomada da publicação. Minha carreira não passou por qualquer tipo de paralisia que pudesse ser confundida com retomada. Insisto na repetição do termo para que o leitor memorize bem o que repasso do fundo de minha alma.

Para ser mais sincero e transparente ainda, quero dizer que durante esses dois anos em que LivreMercado esteve à deriva, nau sem rumo, folha ao vento, procurei aperfeiçoar-me. Este site, com mais de 1,2 mil textos diversos, é uma das provas.

Descobri em detalhes a importância da mídia digital. Com CapitalSocial pude não só resguardar grande parte dos leitores da publicação impressa como também acrescentei novos consumidores. Diariamente, repassamos chamada de textos a 120 mil internautas cadastrados. Os níveis de audiência aumentam a cada dia. Meus arquivos em papel estão cada vez mais recheados. Supera a três mil pastas alimentadas diariamente por cerca de 40 novos textos previamente consumidos por mim. É um arsenal e tanto contra os malandros que empesteiam as praças regional, nacional e internacional.

CapitalSocial está a pleno vapor, mas reconhecemos que ainda prevalece certo grau de preconceito ao jornalismo digital, indistintamente de quem o produza. Bobagens que vão para o espaço por conta da liberdade de expressão a custo praticamente zero multiplicam-se em relação às bobagens impressas, menos acessíveis aos despreparados do tal jornalismo cidadão ou simplesmente aos penetras, quando não também a gente qualificada que não tem voz nem vez.

O culto ao escrito materialmente ainda carrega indutivamente mais credibilidade, mas isso também está mudando. No Primeiro Mundo cada vez mais a mídia digital abocanha espaços editoriais e publicitários da imprensa convencional.

Ainda não chegamos ao estado da arte da Internet, vai demorar um tempo mais, mas vai se confirmar no futuro uma frase cortante a que tive acesso ainda outra dia.

Diferente de outros tempos, disse o especialista, o mais importante não será mais o meio, mas a mensagem.

Aliás, esse é meu mantra. A recompensa é latente. Há situações e personagens que não são as mesmas nem os mesmos depois que CapitalSocial os alçou ao topo de preocupações jornalísticas. Ou simplesmente deu sequência a que LivreMercado fizera anteriormente.

Lidei muito bem com tudo isso, portanto, durante 24 meses. Os arquivos de LivreMercado de meus tempos são postados gradualmente para provar e comprovar toneladas de documentos históricos que, juntamente com minha equipe, produzimos ao longo dos anos.

Por isso tudo e muito mais quero dizer o seguinte: não me sinto com peso sobressalente algum por retomar o controle editorial daquela que foi disparadamente em mais de uma década e meia a melhor publicação regional do País. Tudo porque essa mesma publicação viveu os últimos dois anos de enxurradas de incompetência.

Acharam o senhor Walter Sebastião dos Santos e sua tropa de enfermos intelectuais que produzir LivreMercado no nível alcançado durante 18 anos era a maior mamata do mundo. Caíram do cavalo.

É isso o que dá gente que não é do ramo pretender ser dono de publicação com lastro. Quantos daqueles que ingressaram correndo, com a força própria dos oportunistas, na canoa furada de Walter Sebastião dos Santos, não ficaram órfãos?

Arrematado postergador de dívidas assumidas formalmente em documento passado em cartório, quando não devedor insolúvel, Walter Sebastião dos Santos coleciona mais uma preciosidade em sua vida pregressa: o fracasso de um produto editorial que lhe foi entregue pronto, redondo, planando.

É por conta de gente como Walter Sebastião dos Santos que o mundo jornalístico está repletíssimo de bobagens. Menos mal para os meios de comunicação aqueles que, mesmo despreparados, reconhecem limites e mobilizam quadros jornalísticos de nível. Não foi o caso de LivreMercado de Walter Sebastião dos Santos, que mal dá conta de suposta especialidade de recuperador de impostos.

Quem acreditar que vou fazer da retomada de LivreMercado cavalo de batalha, travessia da ponte, última instância para provar competência, estará se dando muito mal. Não tenho nada, absolutamente nada, a provar para mais ninguém. E se tem alguém imaginando que tenho sim a provar, que fique com cobranças. Não me sinto obrigado a acrescentar uma frase em minha carreira que possa ser contabilizada como comprometimento social.

Isso não significa dizer — e é bom que acrescente esse contraponto, antes que imaginem que serei um aventureiro descomprometido com o Grande ABC nessa nova etapa da publicação, igualando-me à maioria que está na praça — que negligenciarei na condução do produto editorial com que mais me identifiquei ao longo de uma carreira que já passou de quatro décadas.

Muito pelo contrário: dedicarei a cada parágrafo escrito, a cada fotografia editada, a cada pauta programada, a cada frase copidescada, a cada página editada, a mesma paixão de sempre.

Digo a interlocutores que estou preparado para conduzir LivreMercado em apenas uma edição ou ao longo de mais 20, 30 anos. Espero que o contrato que firmei com a empresa que passou a deter a marca LivreMercado seja longo, que dure muito, entre outros motivos porque tenho participação na marca e também nos lucros. Mas não será nem uma coisa nem outra que me seguraria à frente da publicação. Chamo de liberdade com responsabilidade a mágica que me sustentará nesse projeto. Nada mais que isso.

Numa entrevista publicada neste site (veja link logo abaixo), datada de 22 de setembro do ano passado, respondi a leitores sobre minha participação na LivreMercado que criei e dirigi por 18 anos. Não fugi jamais da sinceridade, inclusive ao afirmar que a publicação se excedeu ao fixar-se numa plataforma de qualidade acima da expectativa média dos leitores do Grande ABC.

Repito aquela afirmativa e todas as demais. Minha relação com os leitores, especialmente com o Conselho Editorial da publicação, jamais foi pautada pela conveniência do politicamente correto. Me sentiria traidor se, em retribuição à interatividade com os conselheiros, lhes sonegasse tudo aquilo que entendo o que seja missão de dirigir a publicação.

Ao oficialmente retomar o controle de LivreMercado, na festa desta terça-feira no Tênis Clube de Santo André, olharei para cada convidado com a convicção de que tenho um caminhão de crédito para honrar a presença de cada um deles, porque dediquei grande parte de minha vida a, juntamente com outros profissionais de comunicação, transferir o máximo de informação qualificada e analítica a uma sociedade em geral tratada com descaso por veículos de comunicação que desprezam conteúdo com valor agregado.

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