Promessa feita, promessa cumprida: a tiragem inicial desta revista virtual chega nesta sexta-feira pós-Carnaval ao total de 80.352 leitores predominantemente atuantes no Grande ABC. Alcançamos esse universo de leitores cadastrados após ampla e irrestrita drenagem qualitativa do banco de dados. Nossas assessoras levaram a ferro e fogo a premissa de que só deveriam resistir à faxina endereços isentos de qualquer complicação técnica para o recebimento das chamadas dos textos postados praticamente todos os dias úteis.
Qual é o significado de tiragem inicial num contexto em que essa expressão de uso e abuso de jornais e revistas de papel seria supostamente inapropriada ao mundo virtual?
A resposta é simples: são endereços eletrônicos que, registrados na central operacional, constam da lista de leitores que recebem rigorosamente as chamadas de nossas matérias, com acesso imediato ao site CapitalSocial.
A expressão tiragem inicial também pretende dar aos leitores a dimensão e a profundidade transformadora de CapitalSocial, além de deixar aberto e elástico o portal de audiência complementar, imensurável diante da impossibilidade de apurar os desdobramentos de cada texto nos computadores e receptores de diversos matizes funcionais de milhares de leitores.
As listas particulares de cadastrados desses milhares de leitores são enriquecidas circunstancialmente quando determinado assunto tratado aqui é replicado pelo interessado.
Quando escrevo sobre o Residencial Ventura, por exemplo, sei que há gente diretamente preocupada e que replica o texto a uma rede de parceiros sociais. O caso Celso Daniel também é um dos alvos preferenciais de multiplicadores, inclusive além- território nacional.
Se nos casos de jornais e revistas há cálculos de marqueteiros de plantão que multiplicam por quatro a leitura de cada exemplar que sai das máquinas físicas, da maquinaria tecnológica da Internet não há estudo sobre o potencial de reprodução de cada artigo ao entorno individual de cada leitor. Dependendo do caso, inclusive porque dissemina-se por vários ferramentais que compõem a rede social, além de e-mails, dá-se verdadeira avalanche.
Os leitores vão verificar que de agora em diante vai flutuar a tiragem inicial desta publicação. Os procedimentos de limpeza, de checagem e também de inclusões vão ser utilizados a cada dia. Queremos o máximo de produtividade operacional que, por sua vez, gera completa produtividade de leitura.
Antes do rastreamento aplicado em 40 dias úteis nossa central tecnológica de emissão de chamamento à audiência trabalhava sem parar durante oito horas seguidas. Agora, o tempo foi reduzido a pouco mais de cinco horas. Isso não é senha alguma que indique que nos acomodaremos com esse desenho quantitativo.
Novos nomes que obedeçam a rigores do perfil de leitorado que pretendemos para fidelizar e valorizar os consumidores de informação do Grande ABC serão acrescentados à relação. Da mesma forma que retiraremos de circulação endereços fora das regras de industrialização responsável e dinâmica da audiência.
Esse banco de dados digital de CapitalSocial é acumulado de anos de relacionamento com os leitores. Há mais de uma década nos entregamos à pregação da regionalidade em múltiplos aspectos temáticos, mas somente nas duas últimas temporadas nos lançamos com dedicação prioritária a essa tarefa. Vamos somando e multiplicando, com isso, leitores que de fato estão interessados no futuro do Grande ABC.
Leitores que, inclusive, não se deixam levar pela plástica de nossas páginas, conservadoras por excelência, e que querem mesmo é o aprofundamento informativo e analítico, nossa marca registrada.
Nossos leitores estão cansados de veículos de comunicação muito semelhantes à máxima mais que difundida de “por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento”. Conteúdo é nossa primeira, segunda e terceira maiores preocupações.
De alguma forma esses leitores procuram nossas páginas sem salamaleques gráficos e plásticos porque sabem que vão encontrar jornalismo a salvo do aprisionamento às leis de mercado cada vez mais draconianas à liberdade de expressão.
Sou um felizardo por ter acordado a tempo sobre as vantagens imensas que a tecnologia da informação colocou à disposição num contexto em que o jornalismo convencional vive tremenda crise de qualidade por força da raquitinização dos veículos de médio e pequeno porte, e, mesmo em menor escala, também os chamados grandes, especialistas na arte de propalar independência.
Embora ainda haja resistência, preconceito e desconfiança dos mais antigos frequentadores do clube dos leitores assíduos de informações à migração do jornalismo de qualidade para a Internet, sinto que as mudanças se agigantam como onda irrefreável. E que não existe melhor antídoto contra todos aqueles que tentam desclassificar o jornalismo digital, empacotando-o no mesmo saco de gatos de aventureirismos, senão a melhoria contínua, distinguindo-se da montanha de piratas que atacam tanto no mundo real como no virtual.
O padrão de confiabilidade que ainda é maior, em média, nos veículos impressos, mesmo que muito mal conduzidos, muito mal elaborados, muito mal editados, esfacela-se na medida em que a democratização ao acesso aos veículos de comunicação virtuais se dá em profusão e estabelece claramente uma bifurcação também expressiva nos veículos impressos: a credibilidade não depende em grau algum da plataforma de operação, mas na qualidade da operação.
Para não parecer cabotino, não desfilo aqui muitos exemplos do quanto CapitalSocial representa como impacto de informação quando desembarca nos receptores dos leitores cadastrados. Poderia citar alguns exemplos de frenesi, porque mesmo a Globo, com todo o poderio midiático, não se furta a cantarolar feitos mais que explicitáveis. Não o faço porque sei o quando o provincianismo regional é malicioso e deletério ao tentar me estigmatizar como alguém metido a besta, porque já tentaram com outras coisas e jamais o conseguiram.
Certo mesmo é que coleciono amigos e inimigos na proporção direta do que escrevo nestas páginas virtuais com o mesmo sentido profissional de mais de quatro décadas dedicadas aos meios de comunicação impressos. Diria que mais agora do que antes, nos tempos exclusivos de jornalismo impresso.
Estou diariamente em contato com o público. Entro nas residências e nos escritórios, nos gabinetes e aonde for, sem fazer cerimônias mas sempre com o cuidado de tanto não ferir suscetibilidades quanto de não ludibriar a boa-fé com política editorial politicamente correta mas socialmente injusta. Saio de cada uma dessas incursões não sei quantas vezes em forma de novos cliques dos próprios visitantes que conheço apenas, em larga margem, pela identidade digital.
Contrariamente ao perfil de blogues que oferecem espaço à participação de qualquer tipo de leitor, do mais refinado ao mais estúpido, este site e tantos outros sites, exatamente por ser site, não desnuda as mensagens dos leitores. Respondo a todos individualmente, diretamente, cuidadosamente. De vez em quando, se o assunto requer maiores avaliações, traduzo-o em texto para o conjunto dos leitores.
CapitalSocial não pode ser confundido com picadeiro de artistas circenses chinfrins.
Francamente, não sou adepto da abertura generalizada de portas virtuais aos leitores porque observo excessos em vários blogues. Não estão a salvo nem personalidades mais que recatadas deste mundo invadido por celebridades ou pretensas celebridades. Aliás, no mundo inteiro, pelo menos no mundo mais civilizado, cada vez mais se fecham as possibilidades a manifestação pública de gente sem escrúpulos.
Sei que a audiência aumentaria bastante se caísse na gandaia de patrocinar embates entre leitores e protagonistas da cena regional, mas jamais fiz do jornalismo instrumento à espetacularização prevaricadora da vida. E nem o farei. Tenho o maior respeito do mundo pelos leitores que acessam nosso endereço. Eles merecem os adversários que coleciono. Eles merecem os aliados que cultivamos.
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06/11/2024 Maioria silenciosa sufoca agressão de porcos sociais