O prefeito Paulinho Serra anda embromando a população com a divulgação de balanços de empregos em Santo André. Fantasia em nome do interesse eleitoral. Mas nada resiste aos fatos. Seria ótimo se o tucano estivesse com a razão, mas, como se sabe, não existe resultado positivo sem planejamento. E também sem ajuda macroeconômica. No caso de Santo André e do Grande ABC, a ajuda precisaria ser extraordinária.
A participação do emprego industrial com carteira assinada nos quase três anos da gestão de Paulinho Serra caiu em termos absolutos e também em termos relativos. O emprego em geral, por conta sobretudo do setor de serviços de baixo valor agregado, segue em evolução.
Seguisse a recuperação dos números nacionais, Santo André já teria contabilizado avanço no emprego industrial.
O resultado dessa ópera é mais que previsível: tanto a riqueza gerada quanto a renda seguirão caindo. Santo André já viveu dias piores, mais pronunciadamente empobrecida, mas não reage.
Nem reagirá se o conceito de competitividade for levado a sério. Paulinho Serra não entende nada disso. Prefere um varejismos que pode dar resultados eleitorais, mas não serve às próximas gerações. Nem à atual.
Relativizando ônus
A responsabilidade do prefeito Paulinho Serra em impedir ou amenizar as perdas industriais de Santo André é ínfima historicamente. Não é o fato de o considerar uma nulidade em estratégia econômica que cometerei o desatino de desclassificá-lo como espécie de agente requenguela na reativação da economia do Município.
O que me coloca em oposição ao prefeito de Santo André é que ele tem a mania de querer enganar as pessoas. De impor verdades que não passam de mentiras. Mas não é por isso que vou cair na armadilha de sacrificar alguém generalizadamente se a porção de culpa, por assim dizer, é apenas relativa. Como no caso da desindustrialização agressiva de Santo André a partir dos anos 1980. A Paulinho Serra não pode ser imputado esse drama econômico de Santo André. Mas a cada mês que se mantém na Prefeitura ele acrescenta um tijolinho de culpabilidade.
Prometo que vou voltar a esse assunto de forma mais abrangente nas próximas edições. Mas não poderia deixar de registrar o que se segue agora. Afinal, mal saiu o balanço de empregos formais em agosto último e a assessoria de Paulinho Serra cantou de galo, ao divulgar que Santo André lidera os números na região. Bobagem. Fica atrás de Ribeirão Pires e de São Caetano.
Como expliquei ainda outro dia, com números de julho, que modificados em agosto, não mudam o enredo. Paulinho Serra trabalha o marketing em cima de dados absolutos. O bom senso indica que os números relativos é que dão a dimensão da realidade.
Menos emprego industrial
Mas vamos à desindustrialização e ao empobrecimento de Santo André durante 32 meses da gestão de Paulinho Serra, de janeiro de 2017 a agosto deste ano.
Santo André perdeu 2,97% dos empregos industriais com carteira assinada no período. Eram 25.264 profissionais no estoque da cidade em dezembro de 2016, último mês da gestão petista de Carlos Grana. Em agosto deste ano são 24.513. Queda de 751 postos de trabalho. Números horrendos para o setor, porque o Brasil e a maioria dos municípios avançaram nesse período. É claro que São Bernardo não entra nessa contabilidade. A dependência exacerbada do setor automotivo contrata crises sequenciais.
O novo emagrecimento da base de trabalhadores industriais em Santo André deve ser potencializado em termos críticos porque o período marca a reação mesmo que tímida da economia brasileira. Paulinho Serra assumiu a Prefeitura de Santo André tendo como vantagem em relação ao antecessor o fato de a economia estar em pandarecos, com quebra do PIB seguidamente, de quase 7%.
Reação demorada
Nos dois anos subsequentes, com Paulinho Serra na Prefeitura, o PIB Nacional avançou 1,1% e de novo 1,1%. Deverá chegar próximo disso este ano. Então, o emprego industrial deveria ter reagido. Mas não reage. Se reagir, Paulinho Serra vai sair contando vitórias que não seriam suas em grande parcela. mo não são as derrotas agora.
A participação do emprego industrial no universo de trabalhadores em geral de Santo André é cada mais escandalosamente frágil. Já foi superior a 50% nos anos 1970. Em agosto deste ano registrava 12,16%. Assustou-se?
Mas é isso mesmo: são 24.513 trabalhadores no setor de um total geral de 201.533. Quando Paulinho Serra assumiu eram 25.264 mil de 195.125 mil. Ou seja: em 32 meses a participação relativa do emprego industrial em Santo André caiu 0,78 pontos percentuais: de 12,94% e caiu para 12,16%.
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21/11/2024 QUARTO PIB DA METRÓPOLE?