Retomo a trajetória deste jornalista à frente da Redação do Diário do Grande ABC. A newsletter Capital Digital Online dava transparência corporativa às ações que desenvolvemos juntamente com os profissionais de jornalistas daquela empresa. Hoje, reúno numa mesma edição três edições daquele boletim digital.
O primeiro de 14 de fevereiro de 2005, o segundo de 15 de fevereiro e o terceiro de 16 de fevereiro. Tratamos da coluna Primeiro Plano, da cobertura de uma reunião do Clube dos Prefeitos, que eu ainda chamava de Consórcio Intermunicipal, e do que chamei de equilíbrio editorial.
A próxima edição de Capital Digital Online mostrará um balanço de 11,6% da trajetória prevista de 60 meses. Publicaremos ainda esta semana.
Edição 42 –segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005
Primeiro Plano reformatado,
com espírito de regionalidade
DANIEL LIMA
Uma das mudanças que introduzimos no jornal está impressa diariamente no Primeiro Plano, de Economia. Estamos publicando a cada dia o perfil de uma pequena empresa do Grande ABC. Gente que empreende. Gente que produz. Gente com esperança de resistir a um mercado muito competitivo. Gente que dificilmente tinha acesso às páginas do jornal. Gente que era simplesmente esquecida, porque o jornal trabalhava principalmente com releases de assessorias de imprensa de grandes corporações e instituições diversas.
O que aplicamos conceitualmente no Primeiro Plano, em realidade, é uma reintrodução. Em tempos passados, inclusive quando Editor de Economia deste jornal, aplicamos o princípio da valorização dos empreendimentos locais como prova de que temos compromisso com a regionalidade. A revista Livre Mercado, que veio depois, é exatamente isso e muito mais.
Por isso, quem pretender colaborar com nossa empresa e também estimular os empreendedores de pequeno porte, está convidado a nos informar sobre as potenciais reportagens. Só teremos a ganhar com isso. Em forma de prováveis futuros anunciantes. Ou mesmo de anunciantes já ativos do jornal e da revista do Grupo Diário.
Jogamos no lixo, literalmente, os releases que não são de interesse regional. Ou reciclamos o material, caso haja importância, produzindo pautas específicas, fora do Primeiro Plano. O que não permitimos mais é que o Primeiro Plano seja tapa-buraco, algo sem importância. Como, infelizmente, foi durante muito tempo, por absoluta falta de estratégia editorial.
Edição 43 – terça-feira, 15 de fevereiro de 2005
Cobertura da reunião do Consórcio
mostra avanço da Redação do Diário
DANIEL LIMA
A cobertura da reunião de ontem do Consórcio Intermunicipal de Prefeitos, com vasto temário de interesse regional, foi brilhantemente exposta nas páginas do jornal de hoje. Alguns senões comentarei pessoalmente na reunião diária com editores e secretários. Eventualmente, inclusive com o chamamento de repórteres envolvidos. Aos poucos estamos eliminando um dos graves problemas que detectamos ao chegar ao jornal: a pauta da reunião da tarde já não é olimpicamente sufocada pela prática dos textos que os leitores acompanham no dia seguinte. Ou seja: não temos mais dois jornais, o da pauta e o dos leitores. Exceto em condições especiais de descuidos.
Fico particularmente feliz com a cobertura da reunião do Consórcio de Prefeitos porque a Redação já capturou o conceito que inauguramos ainda recentemente e que pode ser resumido na máxima de que "eventos especiais, cobertura especial". Foi assim, iniciando essa nova fase, em janeiro, durante a posse de William Dib como presidente do Consórcio de Prefeitos. No Carnaval, com Rita Camacho como coordenadora-geral, demos um show de bola.
Esse modelo de atuação será replicado sempre que se vislumbrar a oportunidade de aplicarmos ação mais completa sobre determinada pauta. Regionalidade pressupõe atenção máxima. Os eventos potencialmente exigíveis de coberturas mais abrangentes não podem passar despercebidos. Temos de estar atentos e tirar o máximo do máximo das fontes de informação.
No bom sentido, esquartejamos na edição de hoje tudo que se referiu ao evento de ontem. Faltou-nos sistematização editorial. É disso que trataremos na reunião com secretários e editores. Deixei essa costura propositalmente livre. Ao contrário da cobertura da posse do Dib no Consórcio, quando orientei pessoalmente a distribuição das páginas sobre o assunto. O resultado, na edição de hoje, não foi bom e vou explicar as razões. Mas isso não tira o brilho da cobertura.
Estamos prestes a completar, no próximo dia 21 deste mês, 11,66% do trajeto a que nos propusemos. Serão, naquela data, sete meses de um total inicial de 60 meses, primeira fase do Plano Estratégico Editorial. Passamos verdadeiras tormentas nos quatro primeiros meses, ainda temos muito o que avançar, mas, felizmente, alcançamos patamar satisfatório nos meses seguintes. As deficiências serão sanadas, os conceitos serão aprofundados, as novidades serão aplicadas, mas sempre com cautela. Sem querer agarrar o mundo. Sem projetos megalomaníacos. Típicos de quem precisa mostrar serviço. Precisamos apenas mostrar competência. Todos nós. Diariamente. Como exigem os leitores.
Edição 44 – 16 de fevereiro de 2005
Equilíbrio é desafio à
conquista dos leitores
DANIEL LIMA
Um dos desafios que teremos de superar -- nem poderia ser diferente -- é tornar equilibrado o jogo que envolve as ramificações de produção e publicação diária do nosso jornal, no caso as editorias de Esporte, Economia Regional, Política Regional, Setecidades e Cultura & Lazer. A diferença que as caracteriza no que chamaria de confrontos de qualidade já foi maior. Muito maior. Responsáveis pelo que vai diariamente aos leitores, essas editorias não podem ter discrepâncias, não podem ser ilhas, não devem compartimentar o jornal em cinco pedaços distintos.
Os leigos em jornalismo terão dificuldades em perceber e, muito mais, em identificar as especificidades que contaminam diretamente as relações comparativas entre essas cinco editorias. Quando não se percebem os problemas, mas não se gosta do produto, a atitude automática é a substituição. Quando se percebem e se identificam os problemas, a deserção é mais rápida. Os leitores não são bobos.
Quem subestima os leitores, principalmente os leitores cativos, aqueles que estão entre os assinantes do jornal, joga no lixo suposta esperteza porque ninguém é tolo o suficiente para gastar dinheiro com algo de que não faz uso.
Exatamente por isso que, num primeiro módulo de transformações, nosso desafio é equilibrar esse jogo intereditorias. Depois, avançar e avançar em busca do cetro da melhor qualificação generalizada.
Por isso, quem imaginar que é possível fazer um jornal de todos os leitores com virtudes consolidadas de uma ou outra editoria não entende nada de jornalismo. Seria algo como comprar uma passagem de cruzeiro por causa da fartura gastronômica, sem considerar as cabines emporcalhadas, o capitão do navio constantemente embriagado, as dançarinas fora de forma, o teatro com shows mambembes.
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