Para quem continua a acreditar que Diadema é o patinho feio da geografia do Grande ABC, nada mais humilhante do que o anunciar de novo vexame: depois de encurtar fortemente a distância que o separa São Caetano e também após superar São Bernardo, o Município estigmatizado no passado por indicadores cruéis de criminalidade vai ultrapassar Santo André no ano que vem quando sair o ranking do PIB do Consumo per capita.
Somente no caso de resultados surpreendentes por conta do Coronavírus haveria mudança de rota do avanço de Diadema no mapa regional.
Diadema é proporcionalmente muito mais industrializada que os municípios mais tradicionais e badalados da região. E mesmo com dificuldades, virou-se como pode na última década. Claro que sofreu, como toda a região e a indústria nacional de maneira geral, duros golpes com a crise econômica gerada pelo governo petista. Sobretudo os últimos anos de Dilma Rousseff, quando o descontrole fiscal consequente do consumismo do governo Lula da Silva decidiu mostrar a cara.
Esse é um novo capítulo que trata do empobrecimento econômico do Grande ABC. Um assunto detestado por mandachuvas e mandachuvinhas incrustrados nas prefeituras e no entorno protecionista desinteressado com o andar da carruagem que atropela sistematicamente o futuro regional.
Em 2010, base de comparação dessa métrica que tem 2020 como ponto final, Santo André estava muito à frente de Diadema no PIB do Consumo por habitante. A diferença era exatamente de 30,40%.
Em 2010, Santo André registrava no acervo da Consultoria IPC, especializadíssima no assunto, o total per capita de PIB de Consumo no valor de R$ 19.191,57. Diadema estava lá embaixo com R$ 13.367,56.
Passados 10 anos e uma inflação acumulada de 66,84%, cada morador de Santo André dispõe hoje, em média, de R$ 27.904,25 para gastar. Em Diadema, o valor atualizado é de R$ 26.228,19.
A aproximação que estreitou a diferença para 8,02% se explica porque o poder de consumo médio do morador de Diadema cresceu no período em relação ao emagrecimento de Santo André.
Enquanto Santo André sofreu perda de 14,74% do PIB do Consumo médio quando se aplica a correção monetária, Diadema avançou 17,64%.
Santo André perdeu nada menos que 17.288 famílias de classe rica em 10 anos. Eram 8,1% do total de moradias do Municípios (212.918) e sobraram 9.220 (do total de 252.395).
Em Diadema, como já mostramos nos textos comparativos com São Caetano e São Bernardo, foram perdidas 2.119 moradias de classe rica (eram 4.520 e restaram 2.401). Em termos relativos, Diadema contava com 3,9% de famílias ricas para 113.957 moradias. E caiu para 1,7% entre 142.399. Enquanto Santo André viu derreterem 46,68% de famílias ricas, Diadema contabilizou 46,88%. Um empate técnico no volume físico de moradores do estrato.
Entre as famílias de classe média-alta e classe média-média, Santo André sofreu perda de 13,90%, ou 11.606 moradias. Eram 83.471 em 2010 e são 71.865 em 2020. Diadema perdeu 22,99% porque eram 39.851 em 2010 e são 30.686 em 2020 – baixa de 9.165.
Já entre os moradores de Classe C, do proletariado, Santo André contabilizou na década crescimento de 41,05%, já que contava com 87.482 moradias em 2010 e passou para 123,400 em 2020. Um aumento de 35.918 moradias. Diadema contava com 53.373 famílias de proletários em 2010 e passou para 78.586 em 2002. Ou seja: um adicional de 25.213 moradias, que correspondem a aumento de 47,24%.
Entre pobres e miseráveis, Santo André passou de 24.678 moradias em 2010 para 47.910 em 2020, enquanto Diadema saltou de 16.294 para 30.726 em 2020. Santo André acrescentou 94,14% de excluídos no universo de moradores. Diadema elevou em 88,57¨%.
Em 2010, as famílias ricas de Santo André consumiam 28,5% do disponível a toda a população local, enquanto em Diadema os ricos ficavam com 16,2%. Já neste ano os ricos de Santo André ficaram com 15,1% do total reservado a todos os moradores, enquanto em Diadema a participação caiu para 10,3%. O tombo em Santo André foi bem maior: 12,3 pontos percentuais, ante 5,9 pontos percentuais em Diadema. Uma diferença e tanto.
Nas classes média-média e média-alta, o consumo em Santo André em 2010 representava 55,2% do total, enquanto em Diadema era 37,7%. Neste ano, os dois estratos somam 42,6% (queda de 12,6 pontos percentuais) em Santo André, enquanto em Diadema são 39,3% (crescimento de 1,6 ponto percentual).
O proletariado de Santo André amealhava em 2010 17,7% do total do PIB do Consumo Geral, enquanto em Diadema a participação era de 28,4%. Neste ano, o estrato participa com 35,4% em Santo André, enquanto em Diadema se registra 42,9%. Ou seja: em Santo André a participação do proletariado mais que dobrou em 10 anos, enquanto em Diadema o aumento foi de 51%.
Conclusão geral: Santo André perdeu mais capacidade de consumo das classes ricas, média-alta e média-média e avançou no estrato do proletariado, enquanto Diadema perdeu menos nessas três modalidades.
Os excluídos (pobres e miseráveis) em Santo André consumiam 2,6% do total em 2010 e passaram a consumir 6,8% neste ano, enquanto em Diadema eram 4,4% em 2010 e passaram para 7,5% este ano.
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