Imprensa

30ANOS: balanço de nove
anos explica toda trajetória

DANIEL LIMA - 25/06/2020

Quando a revista LivreMercado completou nove anos de circulação no Grande ABC, a edição de março de 1999 não poderia deixar de contar uma trajetória já vitoriosa, e que se estenderia por outros 21 anos quando se observa a junção com CapitalSocial. Naquele março de 1990 a melhor revista regional que o País já conheceu fez espécie de inventário do que de mais importantes publicara no período.

Esta é a septuagésima-quinta edição da série 30ANOS do melhor jornalismo regional do País. Uma prova transparente à disposição dos leitores como teste de um modelo de comunicação social que jamais flexibilizou a dano da sociedade as prerrogativas que embalaram a criação daquela publicação de papel – e que reforça a responsabilidade desta revista digital. 

Uma revista que faz a

história da economia regional 

 DA REDAÇÃO - 05/03/1999

Não passa de preconceito e desinformação a ideia de que só o jornalismo diário, impresso ou eletrônico, ou mesmo semanal, das revistas de alcance nacional, é capaz de operar transformações sociais e econômicas -- pelo menos quando se trata da performance de LivreMercado. Uma análise retrospectiva dos nove anos de circulação da publicação prova que uma revista mensal de abrangência regional -- a maior do País -- pode e deve ser muito mais que informativa. Deve, na verdade, ser analítica, propositiva, ousada. É essa a característica que está estratificada numa lista sucinta de bandeiras que ocuparam as páginas de LM neste período. 

São tantas as conquistas editoriais de LivreMercado, num desafio permanente para preencher espaços de mídias de periodicidade mais ágil, que um compêndio do que se poderia chamar de seus melhores momentos corre o risco de se tornar excessivamente volumoso, embora preponderantemente elucidativo. 

Fora isso, a publicação tem características próprias, inéditas no setor editorial do País. Até porque é pioneira na abordagem temático-regional. LivreMercado tem formato editorial peculiar. Reúne desde grandes reportagens com empreendedores privados e públicos, entre os quais os melhores são guindados à condição de concorrentes ao Prêmio Desempenho Empresarial, até conjunto de seções diversas cujos entrevistados geralmente são representantes da livre-iniciativa de pequeno e de médio portes.

Esvaziamento econômico

Além disso, há espaço fixo para abordar detalhes de personalidades na seção Happy-Hour, bem como uma entrevista especial por edição na forma de pingue-pongue. Também artigos de especialistas têm área reservada e personalizada. Sem contar, evidentemente, as tomadas sempre específicas dos temas mais candentes da região em profundas matérias analíticas. 

Uma das bandeiras que LivreMercado exibe com orgulho especial, embora não tenha sido agradável a receptividade de determinados segmentos comprometidos com o avesso do avesso do avesso, é o fato de tornar-se a primeira publicação nacional a alertar sobre o esvaziamento econômico do Grande ABC. Não só a alertar, mas também a provar com estudos exclusivos o que formadores de opinião e tomadores de decisão negavam, desconheciam ou simplesmente desdenhavam.

Uma situação que hoje parece normal, porque afinal de contas não é mais possível desconsiderar os reflexos das perdas industriais e suas repercussões socioeconômicas. Mas não se pode esquecer que o triunfalismo e o regionalismo causaram problemas à publicação. Houve quem, no extremo da ignorância ou da irresponsabilidade, condenasse publicamente a postura da revista porque ainda prevalecia o conceito provinciano de que não se deveriam publicar assuntos desagradáveis sobre a região, argumentação tão sólida quanto o miolo de uma melancia.  

Perda de recursos

As denúncias de esvaziamento econômico inicialmente se fundamentaram em informações. Depois vieram os números, com profusas citações das empresas que abandonaram a região, de outras que simplesmente desapareceram ou mesmo que reduziram drasticamente o contingente de trabalhadores e decidiram criar novas unidades fora daqui.

Somaram-se a isso as permanentes quedas de participação no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e a redução do consumo de energia elétrica industrial. Estatísticas foram divulgadas e estudos foram formulados. Todos incontestáveis. Não faltaram agentes públicos dispostos a dourar a pílula. Todos os frágeis argumentos foram soterrados. 

Sempre inquieta com os efeitos macro e microeconômicos nas matrizes de produtos, comércio e serviços da região, LivreMercado em nenhuma edição se deixou iludir pelo fluxo de novos investimentos locais, alardeados como prova de atratividade por integrantes dos governos municipais e estadual que se utilizavam da sinceridade convencional de quem está de olho nas próximas eleições.

Atualização e crescimento

Desde que se anunciaram inversões financeiras nas montadoras de veículos, a joia da coroa da economia regional, LM chamou a atenção para a diferença entre as repercussões socioeconômicas dos valores que passariam a ser aplicados no Grande ABC e os que, em paralelo, direcionavam-se a outros polos produtivos, sobretudo de Minas Gerais e do Paraná. 

Diferentemente dos casos mineiro e paranaense, em que investimentos significavam a construção de novas unidades fabris e consequente abertura de empregos e atração de fornecedores industriais e de serviços, os milhões de dólares aplicados no Grande ABC prioritariamente visavam à atualização de processos, máquinas e equipamentos, com reflexos na minimização do custo da mão-de-obra por meio de demissões contínuas.

Eram os efeitos da globalização econômica e da abertura das alfândegas a bater nos fundilhos das empresas locais, todas defasadas tecnologicamente, pressionadas administrativamente e inteiramente obsoletas em processos de produção e em recursos humanos. Na verdade, os investimentos que pareciam dádiva aos incautos e que constituíam massa de manobra aos marotos apologistas regionais, muitos dos quais raposas eleitorais, simplesmente enquadravam-se na reformatação produtiva. 

A publicação, entretanto, jamais deixou de considerar os investimentos importantes para o futuro regional. Afinal, a atualização das plantas industriais acenava com a manutenção das unidades envolvidas, em vez de novas debandadas. Mas em nenhum instante LM perfilou em manobras diversionistas, ajustadas ao calendário político-eleitoral.

Mão-de-obra frágil

A desmistificação da qualidade da mão-de-obra industrial do Grande ABC também se deve à coragem de LivreMercado. Como no caso do esvaziamento econômico e dos investimentos que desempregam em vez de empregar, mais uma vez a publicação encontrou resistência entre os arautos do endeusamento regional. Onde já se viu ter a petulância de contestar a qualificação da mão-de-obra local? Essa indagação partia tanto de sindicalistas quanto de empresários e de lideranças empresariais e políticas.

Não convinha, a todos, demonstrar que o buraco dos problemas regionais era mais profundo. Especialistas confirmaram a posição da revista. As montadoras de veículos, despreocupadas com o preparo da mão-de-obra durante os anos negros da fechadura econômica, registravam índices alucinantes de trabalhadores analfabetos ou que não concluíram o Ensino Básico. Gente incapaz de operar máquinas que exigiam leitura de manuais técnicos ou capacidade de operações aritméticas. 

Talvez nem fosse preciso ouvir especialistas. Como região pioneira na industrialização do País, a partir do setor automotivo o Grande ABC acumulou endemias de qualificação ao longo dos anos de mercado fechado e de desatualização tecnológica. Bastou a abertura econômica para expor a verdade. A leva de desempregados que só tende a aumentar e os maciços investimentos das empresas, mesmo as de pequeno porte, confirmam a baixa qualificação e a corrida contra o tempo.  Apertar parafusos já era, como ressaltou o título de uma das capas históricas desta publicação. 

Origem complicada

Como acreditar que a mão-de-obra reunia condições técnico-operacionais para o jogo da globalização se, além de equipamentos e processos dinossáuricos em relação a competidores internacionais, os trabalhadores, em grande maioria, desembarcaram de regiões distantes, do Norte/Nordeste, muitos dos quais de carentes zonas rurais? Essa legião foi lançada na arena do chão de fábrica para operações que nem de longe têm semelhança com os novos tempos em que comandos numéricos computadorizados tornam-se detalhes na sofisticada engenharia de produção. 

As excessivas barreiras alfandegárias, sucedidas de abertura indiscriminada, provocaram choque nas relações tecnológicas e administrativas entre empresas e trabalhadores, situação que o operariado e mesmo a média e alta gerências das fábricas do Grande ABC viveram e ainda vivem de perto. Algo bem diferente da realidade no Primeiro Mundo que, entre outros tropeços brasileiros, não foi obstado pela reserva de mercado da Lei de Informática.  

LM não se deixou cair no conto do vigário da mão-de-obra qualificada que os sindicalistas propagaram para fortalecer a autoestima de seus liderados, que os empresários avalizaram com medo de retaliações sindicais e que outros agentes, não envolvidos diretamente no assunto, defendiam porque simplesmente desconheciam a realidade ou integravam o bloco dos ufanistas empedernidos. 

Nordestinização econômica 

Também os efeitos da desindustrialização e da reestruturação produtiva foram captados pioneiramente pelo radar desta publicação, porque produziram a chamada nordestinização do Grande ABC. Nordestinização é expressão cunhada pela própria revista para definir a proliferação de mininegócios sobretudo nos bairros periféricos, tal qual ocorre nas capitais de Estados do Norte/Nordeste. Os novos empreendedores, em grande maioria, eram e ainda são ex-trabalhadores de indústrias. De posse de indenizações, abriram os mais diferentes estabelecimentos comerciais e de serviços. 

Marcenarias, oficinas mecânicas, empórios, bares, pizzarias, lava-rápidos, tudo que fosse possível criar para tentar compensar a perda de carteiras de trabalho assinadas e os benefícios sociais de grandes e médias empresas tornou-se opção de subsistência. Foi assim que o Grande ABC viveu nesta década febre de novos negócios geralmente improvisados em garagens antes reservadas a veículos da família ou em construções modestas. 

O crescimento de 48% de estabelecimentos do setor terciário nesta década comprova a nordestinização, mas não revela tudo: a informalidade toma conta dos micronegócios nas periferias. Não há estatísticas sobre o número dos que fracassaram. Os 48% de crescimento refletem o saldo positivo dos novos negócios, mas acredita-se que os fracassos, com consequentes desdobramentos socioeconômicos, são expressivamente superiores, partindo-se de pesquisas que sustentam que apenas três entre 10 novas empresas completam um ano de atividades.  

Chega dos grandalhões

Além do inchaço e consequente canibalização de ofertas de produtos e serviços provocado pela reestruturação industrial que atingiu o Grande ABC, também os meganegócios atingiram em cheio a capacidade de sobrevivência dos pequenos empreendedores. A chegada de grandes empreendimentos, casos de shoppings, hipermercados, redes varejistas das áreas de alimentação, moveleira e automotiva, entre outras, foi saudada com pompa e circunstância pelos atores de sempre. Principalmente pelas camadas sobrepostas de fiscalização, porque tornou-se mais confortável arrecadar impostos.

O endeusamento aos novos e grandes empreendedores não se tornou pecado capital porque as novas opções agregavam valores até então inusitados num mercado acanhado, reconhecidamente satélite da Capital e, por isso mesmo, com altos índices de evasão de consumo.

 O erro do processo é que faltaram planejadores urbanos e econômicos. Os novos e gigantescos empreendimentos ocuparam espaços físicos imensos e centrais, os quais simplesmente provocaram hecatombes na vizinhança. Nenhuma medida compensatória legal se construiu para minimizar os efeitos do boom comercial e de serviços. Nada que, por exemplo, melhorasse a capacidade de gestão administrativa dos pequenos empreendimentos, tendo como fundos uma parte, mesmo que ínfima em termos de alíquota, do faturamento bruto dos meganegócios. Nada que estimulasse a criação de cooperativas.

Estado avassalador

O Estado -- no caso as administrações municipais -- que reclama espaço de atuação num mundo em que o mercado se tornou avassalador, simplesmente se omitiu. LivreMercado analisou por várias vezes a situação, provocou reações das autoridades públicas, mas os resultados tornaram-se inviáveis porque as porteiras foram arrombadas e agora o que se ouve é o estouro da boiada de índices de quebradeiras também contaminados por desequilíbrios macroeconômicos. 

O refluxo industrial e o esquartejamento do setor terciário não foram as únicas denúncias de LivreMercado. A economia do Grande ABC também é afetada pela discriminação fiscal, outra bandeira desfraldada por LM e que compõe o intrincadíssimo novelo do Custo ABC. O que vem a ser a questão fiscal como novo obstáculo à região? Simples: densamente industrializado e imensamente representado por empresas comerciais e de serviços, o Grande ABC é um dos alvos preferenciais de fiscais municipais, estaduais e federais. 

Muito diferente do que se registra em outras regiões do Estado e em outras unidades da Federação, onde a pulverização territorial dos negócios torna o custo-benefício fiscalizatório mais elevado, no Grande ABC é sopa no mel os fiscais exigirem o cumprimento de todos os deveres de empreendedores já naturalmente pressionados pelas deformações do mercado. Quem produz longe da fiscalização e de outros percalços que compõem o chamado Custo ABC só pode mesmo ter maiores condições de competição.  

Privilégios corporativos

Dificuldades adicionais com o Fisco integram apenas um dos componentes do Custo ABC. Há muitos outros. LM dissecou um dos principais em inédita Reportagem de Capa sobre o setor automotivo da região. Com base em relatório elaborado por executivos das montadoras, do setor de autopeças e até mesmo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, revelou-se em minúcias tudo o que cerca a mão-de-obra automotiva da região. São privilégios que se espalharam para outras cadeias produtivas e que compõem parte da plataforma de decolagem das empresas locais em direção a outros endereços de produtividade superior.  

Gerado por 20 anos de controversa atuação sindical na região, atividade que auxiliou no processo de distensão política do País e na valorização da dignidade dos trabalhadores no chão de fábrica, mas exageradamente opositora ao capital, o Custo ABC trabalhista fortaleceu a filosofia de LM de discutir a fundo as questões mais ebulitivas das relações entre capital e trabalho.

Houve quem não compreendesse a análise, supondo que a revista devesse simplesmente engavetar o relatório. Pretender unanimidade no jornalismo é fugir de responsabilidades intrínsecas de quem tem como um dos fundamentos participar efetivamente das mudanças. Se o Custo ABC do setor trabalhista irritou os sindicalistas, a entrevista com Lula e Marinho no 20º aniversário de criação do Novo Sindicalismo, como é chamado o movimento que redundou na criação do Partido dos Trabalhadores, provocou a ira de leitores cujo espectro ideológico está mais à direita. “De Lula a Marinho”, o título da matéria, foi espécie de show da história sindical mais recente da região -- sob a óptica de dois sindicalistas. 

Responsabilidade social

Entre as críticas aos privilégios corporativos de uma classe de trabalhadores cujos líderes ainda insistem em desprezar a responsabilidade do Estado malversador nas agruras que envolvem capital e trabalho e a fartura de espaço para a manifestação de sindicalistas quando o temário assim o recomenda, LM sedimentou também o conceito de responsabilidade social dos empreendedores. Além de constantes reportagens sobre a importância da empresa social num mundo que se globaliza em várias áreas e onde a massa de desempregados aumenta de forma preocupante, a revista tem sacramentado essa inquietação desde a criação do Prêmio Desempenho Empresarial. 

Um dos 11 quesitos que constam do regulamento para avaliação dos membros do Conselho Consultivo do PDE refere-se à participação comunitária dos concorrentes. Além disso, a premiação reserva o pódio para entidades governamentais e não-governamentais, e não exclusivamente a sociedades de capital aberto e fechado, como outras promoções do gênero. Avape (Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais) e Casa da Esperança, entre outras entidades, já foram homenageadas no PDE. No setor governamental, Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Básico de Santo André) e Prefeitura de Diadema (na gestão de José de Filippi Júnior) tiveram cases premiados entre os Melhores do Ano. 

Causas institucionais do Grande ABC também fazem parte dos nove anos de LM. A constituição de uma entidade cerebral nos moldes da existente em Minas Gerais, mantida pelo governo do Estado, foi recomendada em análise nas páginas da revista em 1992. A organização centralizaria toda a estratégia de marketing e planejamento regional, com base em um banco de dados que garantisse aos empreendedores informações seguras. Somente no ano passado algo parecido, mas ainda em fase de estruturação, foi concebido -- a Agência Regional de Desenvolvimento Econômico. 

Metropolização de direito

Outra batalha da qual LM não desiste é quanto à metropolização de direito e não apenas de fato do Grande ABC. A criação da Câmara Regional do Grande ABC, entidade informal integrada por representantes da região e do governo do Estado, não é o modelo ideal. A ausência de formalização da instituição tem desobrigado a presença mais constante do governo do Estado. Algo de que reclamou ainda outro dia a prefeita de Ribeirão Pires, Maria Inês Soares, recentemente eleita coordenadora da Câmara Regional e presidente do Consórcio Intermunicipal de Prefeitos. 

A Baixada Santista, sempre sob a influência do governador Mário Covas, território do qual é politicamente egresso, já conta com Região Metropolitana aprovada pela Assembleia Legislativa. Campinas segue a mesma trilha. A vantagem da metropolização de direito é a garantia de que, seja qual for o governador de plantão, afinado ou não politicamente com as lideranças locais, os recursos técnicos, financeiros e humanos disponibilizados não sofrerão entrecortes. 

Metropolização do Grande ABC é a continuidade de antiga proposta de LM no sentido de que os municípios da região não sejam administrados como territórios estanques, compartimentados. Até recentemente prevaleceu o preconceito ao regionalismo. Imperou durante muitas décadas o municipalismo atávico, ciumento, excludente. 

As fronteiras físicas que se diluem com a conurbação urbana simplesmente se tornaram barreiras para ações conjuntas nos mais diferentes segmentos e setores. Tanto oficiais, nos casos Executivos e Legislativos, quanto empresariais, com associações comerciais e industriais e unidades do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, mantiveram-se à distância. O surgimento do Fórum da Cidadania, que veio agregar valores regionais, contou com apoio de LM desde os primeiros ensaios.  

Criação de secretarias

Um dos frutos decorrentes da defesa da metropolização do Grande ABC e da necessidade de os Paços Municipais pararem de acreditar que o desenvolvimento econômico da região seria sempre bafejado pelo voluntarismo de investimentos manifestou-se na bandeira de LM pela criação de secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico. Os prefeitos que assumiram os cargos em janeiro de 1997 cumpriram promessas de campanha e criaram esse novo espaço administrativo no organograma de suas prefeituras. 

O mais relutante foi o socialista Gilson Menezes. Só no mês passado ele nomeou a titular do cargo em Diadema. Ainda longe da estrutura técnico-operacional e estratégica exigida pelas circunstâncias, as secretarias municipais pelo menos evitam que a região permaneça na vexaminosa situação de alardear aos quatro ventos seu poderio econômico, escondendo a contrapartida da ausência de organismos teoricamente preparados para planejar ações municipais e regionais voltadas para os setores produtivos em sintonia com o desenvolvimento social. 

A edição de fevereiro de LivreMercado contou com mais de 100 reportagens e notas relativas ao que se poderia chamar de prestação de serviços, cujos espaços estão reservados num conjunto de seções das mais diferentes áreas econômicas e sociais. De Corpo & Corpo a Sociedade Ilimitada, de Entidades a Sociedade Beneficente, de Educação a Montadoras, de Sociedade Esportiva a Veículos, gama imensa de assuntos ganha enfoque ágil e objetivo, e contribui para fortalecer o mix de atratividade da publicação. 

Muita atração

Para se ter ideia do que significam essas seções, bastam alguns exemplos da edição de fevereiro: Entidades traz a notícia da fundação da Associação dos Diabéticos do Grande ABC; Sociedade Ilimitada destaca a troca de comando no Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Santo André e da Associação das Indústrias de Panificação e Confeitaria; Sociedade Cultural anuncia o talento do artista plástico Eduardo Natário, de Santo André, em exposição na Capital; e Sociedade Esportiva conta as novidades da Escolinha de Bola do Marcelinho Carioca, franquia de Santo André.

Foram mais de 100 empresas e entidades focalizadas na edição, média que se tem mantido ao longo dos últimos anos e que sacramenta a histórica proximidade entre a publicação e representações do Grande ABC.  

Se as seções ocupam boa parte das páginas de LM, também não ficam para trás os chamados cases, ou reportagens que contam em detalhes a atuação de empresas e entidades. Pelo menos 10 cases são publicados a cada edição. Uma parte é selecionada para o Prêmio Desempenho Empresarial, inicialmente como Destaques do Ano e, de acordo com avaliação do Conselho Consultivo da revista, como Melhores do Ano e Melhor das Melhores. 

Personagens também recebem tratamento especial na revista. Duas seções tratam disso. A seção Entrevista, em forma de pergunta e resposta, o chamado pingue-pongue na linguagem jornalística, avança em áreas com correlação econômica. Personalidades de destaque regional, nacional e internacional já foram sabatinadas por repórteres de LM. Casos, por exemplo, de Miguel Jorge, vice-presidente da Volkswagen do Brasil; André Beer, também vice-presidente da General Motors; Cláudio de Moura Castro, um dos mais respeitados especialistas em Educação, com assento no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento); Mário Bernardini, empresário que ocupa a vice-presidência do Sistema Fiesp/Ciesp, entre tantos profissionais, além de sindicalistas como Lula, Vicentinho e Luiz Marinho. 

Mais descontração

A seção Happy-Hour, mais descontraída, concentra baterias no levantamento do perfil de gente já consagrada ou que realiza atividades nem sempre conhecidas do grande público, mas intensamente diferenciadas. Foi assim o relato sobre o padre Rubens Chasseraux, de Santo André, mistura de revolucionário e missionário que quebra a ortodoxia do ritual católico quando se trata de dar vez a sua paixão pelo Corinthians; da bailarina Ivonice Satie, que mudou a cara cultural de Diadema; do seu João Crimanini, o velhinho que celebrizou a publicidade do Corsa da General Motors; do empreendedor musical Augusto Canô, de fortes ligações com Xuxa; ou, como recentemente, da decoradora Ângela Tasca. 

Também os leitores têm vez para valer na revista, tanto na elaboração de artigos especialmente reservados como na seção Leitor LM, em que se manifestam sobre assuntos que tenham sido preferencialmente abordados na publicação.

Enfim, um formato editorial absolutamente inédito, sintonizado com a tendência de comunicação predominantemente regional, mas ancorada pelos efeitos da globalização.



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