A Editora Livre Mercado anunciou na edição de junho de 2000 um dos projetos pioneiros e vitoriosos que colocou na mesma dimensão de responsabilidade regional agentes de diversas atividades. A preparação de Nosso Século XXI se iniciara. Veja o primeiro texto a respeito. Outros virão, porque o projeto foi-se transformando e ganhando robustez. E acabou lançado na prática num Clube Atlético Aramaçan lotado de participantes e convidados. Nosso Século XXI era desdobramento do Conselho Consultivo e depois Conselho Editorial da revista LivreMercado. E ganharia novos filhotes.
Esta é a centésima-quadragésima oitava edição da série 30ANOS do melhor jornalismo regional do País, uma mistura bem acabada de LivreMercado e CapitalSocial.
Notáveis vão escrever
o nosso futuro
DANIEL LIMA - 05/06/2000
O Grande ABC vai ingressar no próximo século com obra inédita. A Editora Livre Mercado vai lançar no último trimestre deste ano edição especial da revista LivreMercado cujo título -- Nosso Século XXI -- é autoexplicativo. Trata-se de projeto editorial que flutuará em três dimensões temporais: o passado, o presente e o futuro do Grande ABC. Projeto conjunto de LivreMercado e Diário do Grande ABC, a iniciativa contará com suporte de marketing da Octopus Comunicação, maior empresa de propaganda e publicidade da região. O relações públicas José Batista Gusmão, da Bridgestone Firestone, e a jornalista Claudete Reinhart também estão integrados à iniciativa que, entre outros objetivos, possibilitará a destinação de recursos financeiros a instituições assistenciais.
Nosso Século XXI será uma coletânea de ensaios exclusivos de 21 personalidades de diferentes atividades da região relacionadas pela equipe de jornalistas de LivreMercado de uma lista inicial de 50 nomes.
Na definição da relação final de ensaístas prevaleceram alguns aspectos comprovadamente determinantes. Em primeiro lugar, a diversidade dos participantes como representantes da comunidade regional nas áreas social, econômica e cultural. Também pesou a experiência prática de envolvimento regional. Sobretudo o desempenho nos últimos tempos, período de maiores transformações de uma sociedade que se sente acuada com o refluxo do setor industrial, matriz da sustentação econômica regional.
Sucesso antecipado
Nosso Século XXI já é sucesso antes mesmo do lançamento material. A receptividade de todos os notáveis convidados a imprimir seus conhecimentos pessoais e profissionais revela o entusiasmo de participar do projeto e a expectativa de que poderão contribuir largamente para o avanço do processo de regionalização do Grande ABC, um dos pontos vitais para a recuperação socioeconômica. Afinal, o século que está para terminar foi marcado pela compartimentação do Grande ABC. Prevaleceu ao longo de quase todo o período o isolamento das questões municipais. Somente na última década do século XX o Grande ABC iniciou incipiente operacionalização de ações conjuntas entre os municípios.
A criação do Consórcio Intermunicipal, em 1990, tornou-se referencial de ensaio da prática de regionalismo, embora se destinasse prioritariamente ao planejamento e a intervenções de temário restrito às bacias hidrográficas, quando a região já recolhia estudos que denunciavam o enfraquecimento de seu império industrial.
O Consórcio de Prefeitos acabou ressuscitado com o solavanco de críticas do Fórum da Cidadania. Os administradores públicos, duramente atingidos pelos idealizadores do Fórum, foram substituídos por nova leva de dirigentes mais sintonizados com a pregação do Fórum da Cidadania.
A constituição da Câmara Regional veio a seguir. Entretanto, mesmo com essas novidades institucionais, o Grande ABC ainda não conseguiu atingir solidez regional para reagir à maior competitividade entre regiões e Estados brasileiros na obtenção de investimentos produtivos e no enfrentamento da globalização econômica. Embora o discurso seja regionalista, as ações municipais prevalecem no cotidiano.
A lógica de que em casa que falta pão todos gritam e ninguém tem razão pode ser atribuída à região, mesmo que de forma ligeiramente caricatural. Afinal, o Grande ABC sistematicamente tem perdido participação relativa no bolo de distribuição do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), um dos indicadores mais seguros sobre o comportamento da economia regional.
A escolha das 21 personalidades que vão reconstituir o passado, alvejar o presente e prospectar o futuro do Grande ABC significa a possibilidade de se delinear uma obra editorial que alcance valor de referência incontestável. Por isso, entre os principais públicos-alvo de Nosso Século XXI estão os universitários da região. Eles estão se convertendo, cada vez mais, em importante fatia da mão-de-obra mais qualificada para preencher as projetadas necessidades de empresas industriais, comerciais e de serviços num século em que a tecnologia da informação prenuncia completo domínio nas relações econômicas.
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