Economia

PIB de Consumo da região é
congelado pelo vírus chinês

DANIEL LIMA - 12/05/2021

Vamos dar mais detalhes na edição de amanhã. É tradição de LivreMercado/CapitalSocial tratar o PIB de Consumo do Grande ABC e dos principais municípios do Estado de São Paulo. PIB de Consumo é o Índice de Potencial de Consumo da Consultoria IPC, do pesquisador Marcos Pazzini e equipe. O que o Grande ABC tem de reservas para gastar neste ano é em termos de participação relativa no País praticamente o mesmo do ano passado. Eram 1,65671% e passou para 1,67749%. Antes que alguém esbraveje, o vírus da manchetíssima é uma referência geográfica comprovada segundo os últimos estudos. 

Esses resultados são praticamente iguais. A diferença nem deve ser considerada. Em valores monetários o Grande ABC tem mais a gastar este ano do que no ano passado. Trata-se de recuperação sazonal, ditada sobremodo pela farta distribuição de dinheiro do governo federal para combater a pandemia. Nada que deverá interferir favoravelmente nos próximos anos.  

No século, a perda acumulada de participação do Grande ABC no PIB de Consumo do País é de 20%. É muito dinheiro. Nada que surpreenda. A desindustrialização campeia solta. E o setor de serviços de baixo valor agregado não dá conta do recado.  

Comparação provinciana  

Ainda não fiz os cálculos envolvendo o ano passado e este ano levando-se em conta a correção monetária, mas, em termos comparativos entre o PIB de Consumo do Grande ABC para esta temporada e o PIB de Consumo do Brasil o resultado é praticamente o mesmo – daí a região não ter avançado no índice de participação geral. O percentual que consta da participação neste ano é o que a região tem a gastar de cada R$ 100,00 dos brasileiros.  

Como em outras oportunidades, também não faremos comparação do PIB de Consumo do Grande ABC com o resultado de municípios brasileiros para chegar à conclusão de que supostamente estaríamos entre os primeiros. Já se foi o tempo em que demos essa abordagem. Os tempos são outros. O conceito de regionalidade vai muito além de municípios próximos, como são os municípios do Grande ABC.  

Há elasticidades territoriais como os casos da Grande Campinas, Grande Osasco, Grande São José dos Campos, Grande Sorocaba, Baixada Santista e tudo o mais que alteraram o conceito convencional.   

O Grande ABC compete economicamente com essas áreas conectadas de produção de riquezas. Sem contar, ainda, a Grande Belo Horizonte, a Grande Curitiba, a Grande Porto Alegre. E tantas outras. Num mundo globalizado e regionalizado em geração de riqueza, enxergar apenas o Grande ABC como beneficiário da sinergia da aproximação territorial é provincianismo.  

Como o Brasil   

Considerando-se os valores nominais, ou seja, sem levar em conta a inflação do período de 12 meses, o PIB de Consumo do Grande ABC (R$ 85.136.397 bilhões) avançou 12,98% na temporada passada. O PIB de Consumo do Brasil (R$ 5.075.248 trilhões) avançou um pouco mais, 13,66%. Diferença mínima. 

Tudo isso quer dizer que qualquer interpretação que coloque a melhoria do PIB de Consumo do Grande ABC precisa ser relativizada. Houve melhora sim para esta temporada, mas nada diferente da média brasileira.  

Nos próximos dias vamos destrinchar outros vetores desse indicador de riqueza. Assim o fizemos em anos anteriores. Vamos comparar o PIB de Consumo do Grande ABC com os resultados dos 15 maiores municípios do Estado de São Paulo. Juntos, temos o G-22, dos 20 maiores endereços. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra completam o time por conta de estarem na região. Mas são municípios inexpressivos no ranking.   

Ganhos e perdas  

Apresentamos na sequência o PIB de Consumo dos sete municípios do Grande ABC. Comparamos os resultados do que se tem para gastar este ano com o que se tinha para gastar no ano passado. 

 Santo André contava com 0,45072% no ano passado e contará com 0,43713 neste ano. Perda de 0,1359 ponto percentual. 

 São Bernardo contava com 0,48383% e passou a contar com 0,49832%. Ganho de 0,1449 ponto percentual.  

 São Caetano contava com 0,11318% e passou a contar com 0,14050%. Ganho de 0.2732 ponto percentual. 

 Diadema contava 0,25066% e passou a contar com 0,24011%. Perda de 0,1055 ponto percentual.  

 Mauá contava com 0,26136% e passou a contar com 0,26457. Ganho de 0,02349 ponto percentual. 

 Ribeirão Pires contava com 0,07286% e passou a contar com 0,07122%. Perda de 0,00164. 

 Rio Grande da Serra contava com 0,02410% e passou a contar com 0,02564. Ganho de 0,00154 ponto percentual.



Leia mais matérias desta seção: Economia

Total de 1894 matérias | Página 1

21/11/2024 QUARTO PIB DA METRÓPOLE?
12/11/2024 SETE CIDADES E SETE SOLUÇÕES
07/11/2024 Marcelo Lima e Trump estão muito distantes
01/11/2024 Eletrificação vai mesmo eletrocutar o Grande ABC
17/09/2024 Sorocaba lidera RCI, São Caetano é ultima
12/09/2024 Vejam só: sindicalistas agora são conselheiros
09/09/2024 Grande ABC vai mal no Ranking Industrial
08/08/2024 Festejemos mais veículos vendidos?
30/07/2024 Dib surfa, Marinho pena e Morando inicia reação
18/07/2024 Mais uma voz contra desindustrialização
01/07/2024 Região perde R$ 1,44 bi de ICMS pós-Plano Real
21/06/2024 PIB de Consumo desaba nas últimas três décadas
01/05/2024 Primeiro de Maio para ser esquecido
23/04/2024 Competitividade da região vai muito além da região
16/04/2024 Entre o céu planejado e o inferno improvisado
15/04/2024 Desindustrialização e mercado imobiliário
26/03/2024 Região não é a China que possa interessar à China
21/03/2024 São Bernardo perde mais que Santo André
19/03/2024 Ainda bem que o Brasil não foi criado em 2000