Não sei se a pauta temática se acumula porque estou com a cabeça em ponto de bala e o físico não atende à demanda ou se o físico não atende à demanda porque estou com a cabeça em ponto de bala. Esse é o tal Efeito-Tostines que me veio à mente quando decidi hoje de manhã prestar contas aos leitores que, no WhatsApp, cobram matérias que antecipo nas redes sociais, mas não as transformo em prática neste site.
Quando escrevi “cabeça em ponto de bala” é claro que faço referência à própria desgraça de primeiro de fevereiro. Mas, como já escrevi de passagem ainda outro dia, nada melhor para combater a violência sofrida do que banalizar a violência sofrida.
A iniciativa tem dado resultados. Tanto é verdade que já não me entrego às emoções como antes. Agora estou mais resistente. Assistir a bons filmes de enredo e que contenham violência com uso de armas é a fórmula que encontrei para me curar das dores mentais. Das dores físicas, que abrandam após 124 dias, há medicamentos apropriados.
Desafios a cumprir
Mas o que quero dizer mesmo é que tenho pelo menos cinco pautas anunciadas, mas não consumadas. Prometo que na próxima semana vou dar conta do recado. Desde que, claro, não surjam atropelamentos na agenda profissional.
Quais são, afinal, as cinco pautas de edição que estão no meu radar profissional? Vejam:
Novo desdobramento do Caso Saul Klein.
A metodologia Minhoca.
Os estragos municipais no emprego industrial.
As nuances diretivas do futebol do Grande ABC.
A farra dos fura-filas.
É claro que não posso ir além de um abrir suave da porta de cada tema, senão a análise em si perderia valor. Mas é impossível não repassar aos leitores uma comissão de frente, apenas a comissão de frente, dessa que se transforma em obrigação de escrita, desde que prometida aos leitores nas redes sociais.
Bigucci não merece
Talvez uma das lições que devo aprender é que há determinadas limitações impostas pelo cotidiano nem sempre previsível que podem entornar o caldo de prometer textos que as circunstâncias seguintes tornam desnecessários, quando não redundantes.
Não é exatamente o que se apresenta com o grupo selecionado acima, todos indescartáveis. Mas pode ser, por exemplo, o caso de incluir o empresário Milton Bigucci na série “Entrevista Especial”, que, no fundo, é mais uma forçada de barra indispensável à rota de fuga do entrevistado escolhido.
Anunciei aos leitores de CapitalSocial nas redes sociais que prepararia uma Entrevista Especial com o empresário mais que conhecido na praça. Fui pelo impulso de ter lido a Entrevista Desejada publicada no Diário do Grande ABC. Estou mudando de ideia. Milton Bigucci não merece uma Entrevista Especial. Talvez algum texto específico sobre as bolas levantadas e os chutes nem sempre certeiros que o Diário do Grande ABC lhe proporcionou. Vamos ver.
Caso Saul Klein
Sobre o Caso Saul Klein, do qual estou me tornando especialista porque, entre outras razões, sou louco por seriados, o que posso antecipar sem risco é que a CNN Brasil exibiu ontem o segundo e último capítulo da série. Escrevi sobre o primeiro e o farei sobre o segundo. Só não o farei hoje porque dormi cedo ontem (um dos efeitos da bala) e não tenho segurança geral sobre a edição. Tenho informações suficientes para dizer que a CNN exagerou menos. Provavelmente sentiu o peso de entregar a narrativa a uma garota de programa ou algo parecido que passa desde sempre por tratamento psiquiátrico. Só sossegarei quando assistir ao capítulo completo.
Futebol fora de campo
Já o futebol da região merecerá análise que foge completamente do que se vê nos gramados. Temos um Santo André resistente na Série A-1 do Campeonato Paulista, agora com o acompanhamento do Água Santa de Diadema e do São Bernardo Futebol Clube, que acabam de conquistar as vagas reservadas na disputa da Série A-2. E temos o São Caetano, rebaixado à Série A-2. Esses quatro clubes são os mais importante da região. É sobre os quais que me debruçarei numa abordagem e que tem o futuro como condicionante.
Muitos fura-filas
Os fura-filas são replicantes em plena expansão. Com manipulações e protecionismos da mídia. É uma peste que se alastra, mas também é possível dizer que “peste” seja um exagero. A legislação que os transforma em bandidos sanitários também pode ser excessivamente rígida. Entenderam? Se não entenderam, acho que vão entender. O que prometo é que vou remeter a análise e as provas ao Ministério Público Federal, em São Bernardo. Vou reforçar o anúncio do candidato a prefeito em São Caetano, Fabio Palacio, que, hoje no Diário do Grande ABC, prometeu entregar ao MPF a lista de malfeitos da Fundação do ABC. Uma ação meritória, claro, mas incompleta. E se está incompleta pode sugerir que seja intencionalmente parcial, ou descuidadamente parcial.
Empregos destruídos
Pretendo aprofundar os dados sobre o comportamento do emprego industrial formal no Grande ABC nos últimos 34 anos. Será uma sequência de análise já publicada aqui, semana passada, como espécie de vitrine. Agora vamos aos finalmentes. A situação está feia faz tempo, já escrevemos muito sobre isso, mas bater na tecla com novos mesmo que velhos números é sempre um exercício didático, que também tem viés didático. A sociedade precisa ser informada sobre o local em que vive e deposita esperanças. Os espertalhões que trazem boas notícias de araque precisam ser desmascarados, porque se trata, esses casos, de violência informativa. São crimes informativos. Manipuladores de dados deveriam responder a processo-crime quando a saúde econômica e financeira da população está em jogo. Mentir, sofismar e outros truques são abomináveis. Principalmente quando partem de supostas lideranças de classe. Como os mercadores imobiliários, por exemplo.
Minhocas proliferam
Já a Metodologia Minhoca é uma expressão que acabo de repetir após utilizá-la nas redes sociais. Pretendo fazer breve incursão sobre o corriqueiro modelo de cooptação liderado por donos dos poderes sempre que aparece alguém no pedaço principalmente político a sugerir dificuldades de controle. No caso específico, vou utilizar o vereador Joubert Minhoca, do PSDB, como exemplo. Nada pessoal contra o legislador em segundo mandato. A Metodologia Minhoca é uma obra de arte dos mandachuvas e mandachuvinhas de Santo André. Eles sabem como capturar os anseios de quem se mete nas disputas políticas e tem o poder como objetivo maior, quando não único.
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)