Economia

O que mudou na região após
14 anos do PT em Brasília (8)

DANIEL LIMA - 19/09/2022

Esta minissérie mostra os 14 anos do governo petista em Brasília e as repercussões no Grande ABC. Um trabalho que aborda o ambiente econômico, social e institucional durante o período que começa em janeiro de 2003 e se estende a dezembro de 2016.  

Hoje temos o comportamento do PIB (Produto Interno Bruto) com dois textos complementares, entre dezenas que CapitalSocial produziu ao longo dos anos.  

Já percorremos os oito anos de Lula da Silva em Brasília. Agora estamos nos seis anos complementares do PT, com Dilma Rousseff, com forte influência dos anos-Lula e, mais que isso, como temos reiterado, os oito anos de Fernando Henrique Cardoso, de janeiro de 1995 até dezembro de 2002.  

São mais de duas décadas de complicações que se mantêm indomáveis. 

Como os leitores poderão verificar mais uma vez,  os dados não são estanques nesta minissérie.  

O conjunto da maior obra editorial do jornalismo regional vem desde março de 1990, com a criação da revista de papel LivreMercado. 

A revista de papel LivreMercado é antecessora de CapitalSocial. O acervo disponível aos leitores é único porque é único o comando editorial que o caracteriza. Sempre tendo este jornalista como fomentador de um modelo de jornalismo que ultrapassa os limites do convencionalismo e de conveniências.  

LivreMercado/CapitalSocial sempre se pautou pela profundidade de análises. Mais que isso: pela coragem de contrariar interesses amplos de mandachuvas e mandachuvinhas dispostos a tudo para permanecerem intocáveis.  

Na edição anterior desta minissérie foi destacado o comportamento do emprego industrial no Grande ABC no período de 14 anos do PT Federal no Grande ABC. Anteriormente, levantou-se a atuação exclusiva dos oito anos de Lula da Silva no mesmo indicador.  

Esta minissérie ainda tem mais alguns capítulos. É só esperar.  

Mais que isso: a sugestão é que esse material seja abrigado a salvo de destruição digital, porque, como milhares de textos desta revista digital, insere-se numa compartimento de riqueza memorial que jamais encontrará paralelo em qualquer plataforma midiática da região e do País como um todo.  

O Grande ABC incensado acriticamente pela mídia externa, ou seja, a Velha Imprensa ruim de regionalismo, e o Grande ABC protegido por fontes regionais de submissão aos poderosos de plantão, jamais sobreviveu nas páginas de LivreMercado/CapitalSocial. 

Quem algum dia pretender entender o Grande ABC deverá passar obrigatoriamente pelas páginas digitais de LivreMercado/CapitalSocial. Pura questão de segurança ética contra manipulações de interesses variados, além de muita incompetência, de outras mídias. 

Não é por acaso que CapitalSocial decidiu adotar o mote de “Ombudsman do Grande ABC”.   

 

PIB da região mantém rota

de fracasso. E ninguém reage 

 DANIEL LIMA - 17/12/2018 

 

Saiu o PIB dos Municípios de 2016. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apenas confirmou o que antecipamos nesta revista digital. Vivemos uma rotina perturbadora a cada temporada, com breves recuperações insustentáveis. A região segue desfiladeiro abaixo. Quem leu alguma coisa diferente disso, esqueça. É fake news.  

Vamos mostrar entre a edição e hoje e a de quinta-feira (em seguida só voltaremos no começo de janeiro) os mais diferentes ângulos da derrocada anunciada. Perdemos em volume 4,06% do PIB Geral, que envolve todos os setores econômicos e a Administração Pública. O resultado compara o PIB Regional de 2016 e o PIB Regional de 2015.  

Com essa nova queda, rebaixamos a participação regional ao menor nível da história: geramos em riqueza em 2016 apenas 1,79% de tudo o que é produzido no País. Uma queda relativa de 60% quando confrontado com o PIB Regional de 1970, quando participávamos com 4,52%.  

Em 46 anos sofremos uma hecatombe. E ainda há gente na praça que acha que vivemos num paraíso, ou que procura dourar a pílula da safadeza para vender ilusão. Perdemos importância nacional porque a estrutura industrial que sobrou envelheceu sem renovar. E sem inovação. Ilhas de prosperidade sempre protegidas pelo Estado, caso das montadoras, são exceção cada vez menos empregadora.  

DEPENDÊNCIA AUTOMOTIVA  

A dependência do setor automotivo é nosso precipício contínuo. Ou seja: nossa Doença Holandesa Automotiva nos leva do céu ao inferno num piscar de olho de descentralização da atividade e de políticas federais. Nos anos dourados do segundo mandato de Lula da Silva, movidos à consumismo irresponsável, crescemos em números absolutos e números relativos. Com Dilma Rousseff o mergulho foi e continua a ser asfixiante. Mesmo com a boa gestão econômica do governo Michel Temer.  

Na edição de hoje vamos nos fixar na comparação do comportamento do PIB dos Municípios Brasileiros, especificamente do PIB Geral, confrontando dados de 2015 e 2016 dos sete endereços locais.  

É importante lembrar que a temporada de 2016 possivelmente tenha fechado um ciclo de terror, que começou em 2014, quando Dilma Rousseff fez o diabo para ganhar um segundo mandato. Trataremos disso em outra edição. Como o fizemos na última semana, quando fixamos as baterias em dados acumulados de cinco anos, entre 2011 e 2015.  

A queda de 4,06% no volume do PIB Geral da região em 2016 frente ao ano anterior só não foi maior porque o IBGE fez ajustes. O PIB da região em 2015, anunciado em dezembro do ano passado, sofreu rebaixamento de valor monetário. Era pouco mais de 111 bilhões e caiu para R$ 109 bilhões. Já em 2016 o PIB dos sete municípios chegou a R$ 112.048,654 bilhões.  

CADÊ A INFLAÇÃO?  

É um erro crasso, entretanto, comparar os dois resultados. Primeiro é indispensável que as aplique aos números de 2015 a inflação de 2016, para atualizar os valores. Dessa forma, o que era nominalmente R$ 109.878.890 bilhões passa a ser R$ 116.790.272 bilhões. Basta aplicar o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE, de 6,29% naquela temporada.  

A deflação é ação compulsória quando se pretende confrontar números como o do PIB. Desfilar valores nominais, ou seja, sem os efeitos do tempo, é uma barbaridade de simplificação. Quando não de enganação. Espécie de fake news.  

O Diário do Grande ABC fez essa operação ao divulgar o PIB da região nas edições de sábado e domingo. Insistiu no erro para tentar justificar uma barrigada editorial – o equívoco de que o PIB Regional cresceu entre 2015 e 2016. Nada mais falso.  

Feito isso, ou seja, deflacionando os valores, chega-se, portanto, à perda do PIB Geral da região de 4,06%, sempre considerando os volumes envolvidos.  

Fosse o Grande ABC de 2016 o que foi o Grande ABC de 1970, o PIB Regional seria de R$ 283.263.654 bilhões. Esse resultado é simples: basta multiplicar a participação dos sete municípios locais em 1970 (4,52%) pelo PIB Nacional de 2016, de R$ 6.266.895 trilhões.  

CADA VEZ MENOR   

Traduzindo: a participação relativa da região no ambiente nacional quando se trata de produção de riqueza se tornou senão irrisória, mas bastante comprometida. A região não honra há muito tempo qualquer sinônimo diferenciado em matéria de exemplo a seguir. Distante disso.  

Numa das próximas análises desta semana vou mostrar que a degringolada dos sete municípios da região não se dá porque se perdeu apenas importância relativa de participação no PIB. Trata-se de perda bruta mesmo.  

A diferença é a seguinte: perda relativa pode induzir incautos ou malandros de plantão a argumentar que, embora menos importante, o Grande ABC poderia ter mantido o padrão de riqueza produzida a cada temporada. Balela. Perdemos em participação relativa e em produção.  

Traduzindo: não só perdemos internamente como também, óbvio, não acompanhamos a média nacional de desenvolvimento econômico, que, todos sabem, não é lá essas coisas desde muito tempo. Ou seja: somos o suprassumo da mediocridade desenvolvimentista num País medíocre no mesmo critério.  

ROMBO ELEVADO  

Voltando a 2016, sempre em comparação com 2015, o PIB Geral do Grande ABC sofreu um rombo de R$ 4.741.618 bilhões. Rombo no caso é a diferença entre o que foi registrado em 2016 (R$ 112.048.654 bilhões) e o que foi registrado em 2015, deflacionando-se o valor, ou seja, R$ 116.790.181 bilhões.  

Em valores absolutos, quem mais contribuiu à quebra de vitalidade foi São Bernardo, Capital Econômica da região. No último ano do mandato do petista Luiz Marinho, quando o PIB Nacional perdeu 3,87%, São Bernardo caiu 5,65%. Foram, sempre em valores atualizados a dezembro de 2016, R$ 2.525.061 bilhões a menos de Produto Interno Bruto. Grande parte por conta do setor produtivo, das montadoras e autopeças.  

Na edição de amanhã vamos mostrar especificamente o comportamento da indústria da região no resultado final do PIB de 2016. São Bernardo e Diadema, interdependentes automotivos, desabaram.  

O PIB Geral de São Bernardo em 2016 registrou R$ 42.131.380 bilhões. Menos que os R$ 44.656.441 bilhões do ano anterior. Não custa lembrar que o resultado de 2015 já está deflacionado. Ou seja: os originais R$ 42.013.775 bilhões saltaram para R$ 44.656.441 bilhões em 2016. Deflacionar é a arte de tornar atual um resultado monetário do passado, utilizando-se, no caso, um indexador oficial, caso do IPCA. 

São Caetano também entra no catálogo de déficit em 2016, quando em confronto com 2015. Foram R$ 984.109 milhões de quebra de produção de riqueza. Em 2015 o PIB Geral de São Caetano era de R$ 13.426.306 bilhões, que viraram R$ 14.270.820 com a aplicação da inflação de 2015. São Caetano registrou R$ 13.286.711 bilhões em 2016. Faltou, portanto, quase R$ 1 bilhão. 

DIADEMA PERDE FEIO 

Diadema, que depende em larga proporção da economia da vizinha São Bernardo, por conta de autopeças, também se deu mal no PIB Geral de 2016. Caiu 9,01% na temporada. Em 2015 Diadema registrou PIB Geral de R$ 13.679.518 bilhões. Atualizado o valor, o resultado vira R$ 14.539.960 bilhões. Como só chegou a R$ 13.229.745 bilhões em 2016, a perda no PIB Geral alcançou R$ 1.310.215 bilhão). Mais que Santo André e São Caetano e menos apenas que São Bernardo. 

Na escala de valores monetários, depois de São Bernardo e Diadema, quem mais perdeu em volume no PIB Geral de 2016 frente a 2015 foi Santo André. Uma queda de 4,25%. O PIB de Santo André era de R$ 25.386.941 bilhões originais em 2015. Passou para R$ 26.983.780 bilhões com a aplicação do corretivo inflacionário. Quando esse valor é contraposto aos R$ 25.837.046 bilhões de 2016, a diferença negativa é de R$ 1.146.734 bilhão.  

SÓ MAUÁ SE SALVA  

Quem salvou parcialmente a lavoura da região no PIB Geral dos municípios de 2016 foi Mauá, com crescimento de 9,75%. Como se explica a descontaminação? Simples: a dependência excessiva de Mauá da produção química e petroquímica do Polo de Capuava o torna vítima ou beneficiário da Doença Holandesa Petroquímica.  

O PIB Geral de Mauá em 2015 era de R$ 11.970.001, que passou para R$ 12.722.914 bilhões quando se aplica a inflação do período. Um valor inferior em R$ 1.240.932 bilhão quando confrontado com o resultado de 2016, de R$ 13.963.846 bilhões. Na edição de amanhã mostro esse fenômeno em detalhes.  

Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que representam não mais que 2% do PIB da região, tiveram resultados discretos e naturalmente sem peso absoluto e relativo que cause reações.  

Ribeirão Pires teve rebaixamento do PIB Geral de 0,88%. O resultado nominal de 2015 de R$ 2.868.177 bilhões virou R$ 3.048.585 bilhões quando se aplica a correção monetária. Já em 2016 Ribeirão Pires acumulou R$ 3.021.8398. No confronto dos dois períodos, perda de R$ 26.746 milhões.  

Rio Grande da Serra cresceu 1,62% no PIB Geral. Eram nominais R$ 535.171 milhões em 2015, que passaram a R$ 568.834 milhões com a aplicação do IPCA, e se transformou em R$ 578.087 milhões em 2016. Um saldo positivo de R$ 9.253 milhões. Quase nada diante das perdas de cinco dos sete municípios.  

CONVENIÊNCIA E COVARDIA 

Pobres daqueles que por qualquer razão que seja não levam a sério os dados do Produto Interno Bruto da região. Mesmo com atraso de dois anos os números revelados pelo IBGE, e antecipados no sentido de perdas por esta revista digital, são decisivos ao entendimento do que se passa nestas terras.  

Temos aqui uma disputa provinciana e feroz entre o despreparo conveniente de dirigentes públicos e a ignorância preguiçosa e medrosa dos formadores de opinião. Muitos dos fracassos e das frustrações de hoje foram contratados num passado recente. Como se já não bastassem as agruras de estragos anteriores.  

 

PIB Industrial da região cai

21% com PT; com FHC, 39% 

 DANIEL LIMA - 14/01/2019 

 

Quem imaginou, como imaginei, que seria praticamente impossível o PIB Industrial do Grande ABC cair ainda mais depois dos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002, só tem motivos a lamentações. Durante os 14 anos diretamente comandados pelo PT, entre janeiro de 2003 e dezembro de 2016, o PIB Industrial da região caiu outros 21%, média de 1,5% ao ano, numa comparação ponta a ponta. São Caetano comanda a derrocada. Seguem-se São Bernardo e Santo André. Diadema perdeu pouco. Os demais ganharam, mas pesam pouco no PIB Industrial da região. Resumo? Perdemos em municípios onde não poderíamos perder e ganhamos onde ganhar não significa muito.  

O resultado do PIB Industrial é um contraponto mais que inquietante ao crescimento quase vegetativo, mas de qualquer maneira crescimento, do PIB Geral (que engloba todos os setores econômicos e a Administração Pública) que avançou em média 1,76% ao ano no mesmo período.  

Quem concluir que o PIB Industrial em queda está na raiz da mediocridade do PIB Geral da região em 14 anos está absolutamente certo. O peso relativo das atividades de transformação industrial na região ainda é bastante expressivo. São 21% com tendência de cair persistente, depois de passar dos 50% nos anos 1970 e de começar este século acima dos 35%.  

Trocando em miúdos: pelo andar da carruagem das mudanças econômicas que alteram o perfil da região, seguiremos perdendo mais PIB Geral em comparação com outras regiões do Estado do País e regrediremos no PIB Industrial sistematicamente.  

DETALHANDO NÚMEROS  

Hoje ficaremos restritos à análise do PIB Industrial do Grande ABC levando-se em conta principalmente os sete municípios. O resultado mais abrangente também vai na contramão do crescimento das demais regiões da Grande São Paulo, como mostramos na semana passada quando tratamos do PIB Geral.  

Ou seja: os números não acompanham as demais áreas da metrópole quando se trata de resultado positivo, porque medíocre; e, no caso industrial, cai pelas tabelas.  

Uma exposição didática mostra o novo declínio do PIB Industrial da região. No último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002, o balanço do Grande ABC no PIB Industrial apresentava o resultado de R$ 12.776.017 bilhões. Em dezembro de 2016, ou seja, 14 anos depois, o PIB Geral alcançou R$ 24.285.477 bilhões.  

Para quem está no mundo da lua do triunfalismo coloca a escanteio a inflação do período, o Grande ABC teria dobrado o PIB Geral em 14 anos. Como o mundo econômico tem dinâmica própria, a atualização monetária de dezembro de 2002 com base na inflação medida pelo IPCA do IBGE no critério ponta a ponta, entre janeiro de 2003 e dezembro de 2016, registrou 128,98%.  

Ou seja: o valor apontado como fechamento do PIB Geral deixado por FHC chegaria deflacionado a R$ 29.54.523 bilhões. Fazendo-se as contas do quanto era o PIB Geral de 2002 atualizado a 2016 e pegando-se o PIB Geral de 2016, chega-se ao resultado de perda de 20,46% no período.  

DESINDUSTRIALIZAÇÃO   

Tudo isso não comporta segredo nem manipulação. Ou o leitor acredita que, por exemplo, com o mesmo dinheiro que se comprava um carro novo em janeiro de 2003 se compraria um carro novo em dezembro de 2016? Claro que não. Mas há gente que despreza essa equação.  

Não é difícil alguém se meter a comparar o resultado nominal do PIB Industrial da região em 2002 com o de 2016 e proclamar o dobro em matéria de crescimento. Já fizeram isso e ficou tudo por conta de desprezo às vítimas, também conhecidas como leitores incautos.  

A explicação para nova perda do PIB Industrial do Grande ABC, agora num período amplo de 14 anos, que se somam aos oito anos de FHC, é que o processo de desindustrialização está longe de se encerrar. As autoridades públicas não dão bola para os estragos que se seguirão. Por isso vão continuar a chorar o leite derramado de quebras arrecadatórias.  

MAUÁ E RIBEIRÃO   

Perder arredondados 21% do PIB Industrial em 14 anos significa que a região viu emagrecer a capacidade de construir riqueza em termos equivalentes a tudo que praticamente Mauá e Ribeirão Pires representaram de produção industrial em 2016. Traduzindo: quando se somam o que as indústrias de Mauá e de Ribeirão Pires transformaram em produtos com a massa de trabalhadores e salários embutidos na operação em 2016, chega-se praticamente à queda do PIB Industrial da região na mesma temporada. 

Quer fazer as contas? Pegue o PIB Industrial atualizado a 2016 do Grande ABC de 2002 (R$ 24.285.477 bilhões) e confronte com o PIB Industrial de 2016 (R$ 29.254.523 bilhões. A diferença, negativa, é de R$ 4.969,046 bilhões). Agora pegue os valores monetários do PIB Industrial de Mauá em 2016 (R$ 4.373.723 bilhões) e some ao PIB Industrial de Ribeirão Pires também de 2016 (R$ 700.978 milhões). O resultado é praticamente o PIB Industrial perdido pela região durante o governo petista.  

Os municípios da região mais dependentes da indústria automotiva acusaram as maiores perdas relativas desde 2002. Quem mais caiu foi São Caetano. O PIB Industrial foi rebaixado em 38,59%, média anual de 2,75%. Eram R$ 2.098.054 bilhões em 2002 (atualizado, o valor alcança R$ 4.804.124 bilhões em 2016), contra o efetivamente apurado de R$ 2.950.348 bilhões). Ou seja: o crescimento nominal de São Caetano no período, sem considerar a inflação, não passou de 40,62%. Bem menos que os 128,98% do IPCA.  

SÃO BERNARDO SE TRUMBICA  

São Bernardo também se trumbicou no PIB Industrial, com números relativos semelhantes. São Bernardo contabilizou perda de 29,43% (queda média anual de 2,10%). Santo André também perdeu no PIB Industrial, mas um pouco menos que os concorrentes mais intimamente relacionados ao setor automotivo. Foram 17,95% de rebaixamento, média anual de 1,28%. Teria sido muito mais não fosse Santo André beneficiada com a Doença Holandesa Petroquímica, ou seja, a riqueza produzida no Polo de Capuava. Uma riqueza que divide com Mauá. Diadema praticamente manteve o PIB Industrial, com queda de apenas 3,09% no período. Quase nada. O que, se não é péssimo, também está longe de ser razoável.  

Os outros três municípios da região superaram vicissitudes conjunturais e estruturais do setor industrial da região e cresceram no período petista quando se retira o lacre dos valores nominais e se utiliza a métrica de valor real, ou seja, deflacionado.  

Impulsionado pelo parque químico e petroquímico, do qual depende em mais de 60% na arrecadação de impostos, Mauá cresceu 24,25%, média anual de 1,73%. Ribeirão Pires cresceu mais ainda: 52,75%. E Rio Grande da Serra 81,61%. Seria bom se esses três municípios não pesassem apenas 13% no PIB Industrial da região, mesmo após tantos bons resultados.  

Confira na sequência o comportamento do PIB Industrial dos sete municípios da região:  

1.  Santo André contava com PIB nominal de R$ 2.303.332 bilhões em 2002. Quando se aplica a inflação do IPCA do período que se esgota em dezembro de 2016, chega-se a R$ 5.274.170 bilhões. O PIB real de 2016 registrou R$ 4.327.279 bilhões. Resultado: perda do PIB Industrial de 17,95% na comparação ponta a ponta do período analisado.  

 2. São Bernardo contava com PIB Industrial nominal de R$ 5.089.675 bilhões em dezembro de 2002. Em valores atualizados a dezembro de 2016 chega-se a R$ 11.654.338 bilhões. O PIB Industrial real de 2016 registrou R$ 8.223.955 bilhões. Resultado: no confronto dos números, uma queda de 29,43%, média de 2,10% ao ano.  

 3. São Caetano contava com PIB Industrial nominal em 2002 de R$ 2.098.054 bilhões. Corrigido pelo IPCA, o valor alcança R$ 4.804.124 bilhões em dezembro de 2016. O PIB Industrial real de 2016 chegou a R$ 2.950.348 bilhões. Resultado: uma perda de 38,59% em termos reais, média anual de 2,75%.  

 4. Diadema contava com PIB Industrial nominal em 2002 de R$ 1.598.592 bilhões. Corrigido pelo IPCA, o valor alcança R$ 3.660.456 bilhões em dezembro de 2016. O PIB Industrial de 2016 registrou R$ 3.547.137 bilhões. Resultado: quebra de3,09% no período de 14 anos.  

5.  Mauá contava com PIB Industrial nominal de R$ 1.446.858 bilhões em dezembro de 2002. Atualizado pelo IPCA, chega a R$ 3.313.015 bilhões em 2016.  O PIB Industrial real de Mauá em 2016 foi de R$ 4.373.723 bilhões. Resultado do confronto ponta a ponta: crescimento de 24,25%, com média anual de 1,73%%.  

 6. Ribeirão Pires contava com PIB Industrial nominal de 200.536 milhões em 2002. Em valores atualizados a dezembro de 2016 pelo IPCA, o valor alcança R$ 459.187 milhões. Como o PIB Industrial real registrou R$ 700.978 milhões em 2016, o crescimento no período foi de 52,65% em valores reais.  

 7. Rio Grande da Serra contava com PIB Industrial nominal de R$ 38.970 milhões em 2002. Quando corrigido a dezembro de 2016, eram R$ 89.233 milhões. O PIB Industrial de 2016 registrou R$ 162.057 milhões. Resultado: crescimento de 81,61% no período, média anual de 5,83%. 



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