Tarcísio de Freitas, futuro governador do Estado (só um dilúvio o impediria de vencer, todos sabem) precisa tomar muito cuidado com o que encontrará de interlocutores supostamente representantes do Grande ABC.
O encontro de ontem em São Bernardo não deixa dúvida. Na plateia que vi na primeira página do Diário do Grande ABC de hoje e em outras fontes, havia de tudo. Vários abutres sociais, por exemplo.
Conheço os abutres sociais da região. Alguns se dizem filantrópicos, outros até garantem que são empresários, embora não façam outra coisa senão ludibriar a clientela.
Principalmente na banda podre do setor imobiliário com ramificações em máfias conhecidas e impunes.
PENDURADOS NO ESTADO
Essa gente vive pendurada no Poder Público Municipal e também no governo tucano paulista há muito tempo. São empreiteiras urbanas glorificadas pela mídia generosa.
São sempre os mesmos, esses abutres sociais. Não disfarçam objetivos. Querem que o Grande ABC se exploda.
Empreendedores bons de verdade, que o Grande ABC tem aos magotes, esses, pelo que vi no flagrante de primeira página, eram menos do que poderiam ser para que o futuro governador conhecesse mais de perto o que o aguarda em forma de demanda regional honesta no Palácio dos Bandeirantes.
RESILIENCIA EMPREENDEDORA
O Grande ABC é um dos modelos de empreendedorismo mais resilientes do País e por isso mesmo deveria ser mais a valorizado pelas autoridades públicas.
Suportar o que se suporta com a desindustrialização e o que se suportou com o sindicalismo bravio não é tarefa fácil. É um enfrentamento muitas vezes quixotesco.
Pretendia escrever outro texto neste dia. Tenho dados econômicos inéditos sobre o comportamento da economia do Grande ABC nos últimos cinco dos seis anos dos atuais prefeitos que se reelegeram. As notícias são boas.
Prefiro deixar para a edição de amanhã. Acho que o futuro de Tarcísio de Freitas interligado ao Grande ABC é muito mais importante quando capturado à quente, como o que se dá hoje, com base no noticiário da vinda dele a São Bernardo.
ALHOS E BUGALHOS
Sei que o ex-ministro de Jair Bolsonaro não pode separar alhos de bugalhos agora, ou seja, entre os que o apoiam que são gente boa e os que o apoiam que são trastes sociais.
Inteligente, pragmático, preparado e, acima de tudo, um projeto de homem público que há muito não se tem no País, Tarcísio de Freitas deverá contar com assessoria especializada em jogar no lixo os malandros velhos de guerra que usam o Estado em todas as dimensões para se locupletarem. São abrutes sociais mesmo.
Não tenho a menor ideia sobre o grupo que supostamente representaria a região junto ao futuro governador.
Sugiro ao futuro governador que procure se desvencilhar dos moscas de boi, ou seja, daqueles personagens encardidos, pegajosos, que querem levar vantagem em tudo.
SÓ INDIVIDUALISMO
Eles, esses abutres, jamais se preocuparam com a região além dos interesses específicos que se limitam ao próprio umbigo de individualidades e malandragens.
Não pensem os leitores que escrevo o que estou escrevendo com satisfação. Entretanto, o compromisso com a região me obriga ao alerta.
Várias carinhas lambidas que observei nas fotos que vi tanto no Diário do Grande ABC quanto em outras mídias me causaram náuseas profissionais.
Distingo náuseas profissionais de náuseas pessoais porque o Daniel José de Lima e o Daniel Lima não podem ser colocados no mesmo balaio de avaliação.
RADAR DA SOCIEDADE
Como Daniel José de Lima estou me lixando a comportamentos que firam o que chamaria de normalidade. Mas como jornalista idiota que sou, não tem como negar grau de exigência específica.
E os abutres sociais entram no radar porque eles estão nos radares de todos que vivem no Grande ABC. São estorvos sociais que agora se aproximam do novo governador.
Espero que Tarcísio de Freitas se eleja e leve adiante o plano de reindustrializar o Grande ABC.
Torço eleitoralmente por Tarcísio de Freitas como torci pela vitória de Lula da Silva em 2002, cansado que estava de Fernando Henrique Cardoso e o contínuo metralhar destrutivo no Grande ABC. Lula da Silva foi um fracasso. Que Tarcísio não seja.
PROCESSO ANTIGO
Estava na hora de o Grande ABC (e de o Estado de São Paulo como um todo) conhecer um novo modelo de gestão pública na área de Desenvolvimento Econômico.
Os tucanos que se sucederam no Palácio dos Bandeirantes mimetizaram os tucanos e os petistas no Palácio do Planalto. Foram incompetentes em observar o Estado de São Paulo sob novas perspectivas.
Os dados deste século mostram (cansamos de publicar matérias a respeito) o quanto a região e os paulistas perderam de produção.
Torço por Tarcísio e não por Haddad porque Tarcísio transmite a esperança de que não terá tantas amarras quanto o petista, enredado num conceito de socialismo retrógrado que provavelmente produziria mais rombos econômicos na região e no Estado.
O reparo que faço a Tarcísio de Freitas e que seus assessores diretos devem captar é que a turma da fuzarca de privilégios que já começou a rodear seus passos e apresentações é uma turma da pesada.
COMPRANDO MANCHETES
Gente do empresariado mais desprezível da região, lobistas disfarçados de agentes de classe. Alguns são abomináveis. Agem com desembaraço. Compram até manchetes de jornais. Só não compram jornais porque sabem que jornais dão prejuízo. Ganhar dinheiro é a especialidade deles.
Não sei se interessa aos assessores do futuro governador algo como uma lista esclarecedora de gente desqualificada do Grande ABC que não poderia falar em nome do Grande ABC como se fossem a salvação da lavoura.
Eles são abutres sociais, pragas que não dão trégua. São gafanhotos permanentes, se querem saber.
VELHO DE GUERRA
Ganhar a disputa ao governo do Estado carregando, no Grande ABC, o peso de uma interlocução comprometida com essa gente geralmente de paletó, gravada e fala mansa, é o pior dos mundos para Tarcísio de Freitas.
O futuro governador não tem obrigação alguma de conhecer os abutres do Grande ABC, mas precisa ouvir quem conhece os abutres do Grande ABC para não incidir nas mesmas aberrações que se cometem aqui, internamente, e em algum grau, e há muito tempo, no Palácio dos Bandeirantes, na Assembleia Legislativa, quando não em Brasília.
Se é para mudar esse Brasil velho de guerra que a chamada Nova República mal e porcamente deu conta após o Regime Militar, que se estabeleçam exigências previamente restritivas aos malandros consagrados e condecorados.
DA PIOR ESPÉCIE
Gente da pior espécie. Além de malandros são beneficiários de um estado de torpor coletivo que não os identifica claramente como malandros juramentados que são. Os incautos até os reverenciam. E eles fingem que merecem.
O Grande ABC de Tarcísio de Freitas será o Grande ABC de Mário Covas, de Geraldo Alckmin, de José Serra, de João Doria, de Rodrigo Garcia e de outros mais se o Grande ABC de Tarcísio de Freitas não fizer faxina nos podres relacionamentos estabelecidos e eternizados há mais de três décadas.
É claro que há personagens da política e do empresariado regional, além de entidades sociais, que merecem crédito e atenção.
SALVANDO A PÁTRIA
Aliás, não houvesse essa turma toda nem sempre valorizada, seria difícil identificar o outro lado, o lado bandido do Grande ABC. Todos seriam farinhas do mesmo saco de privilégios e abusos e, dessa forma, alimentariam a ilusão de que não existem bons e ruins.
Olhar para aquela foto de primeira página do Diário do Grande ABC e ver algumas caras que vi, vitrines de gente empolada e esfomeada por poder e dinheiro, não é mesmo a melhor maneira de começar um dia.
Se fosse o adversário de Tarcísio de Freitas o personagem a ocupar toda a atenção da plateia, a situação não seria diferente.
Muito provavelmente os mesmos abutres sociais estariam babando ovo ao candidato. Acrescidos que seriam, claro, da classe de sindicalistas, muitos dos quais saudosos das mamatas do Estado preguiçoso, malversador e escravo de pautas socialistas que se comprovaram ineficientes.
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