Economia

Bolsonaro recupera 37% dos
empregos perdidos com Dilma

DANIEL LIMA - 02/02/2023

O balanço geral dos quatro anos do governo  de Jair Bolsonaro aponta para a recuperação de 37% dos empregos com carteira assinada destruídos nos dois anos (2015-2016) da maior recessão da história do País e da região, no governo petista de Dilma Rousseff. Nos dois anos de recessão dilmista o PIB Geral do Grande ABC caiu 22%. Inigualavelmente imbatível na história regional.  

Os 48 meses de Jair Bolsonaro são um acumulado de geração líquida de 37.183 postos de trabalho – ou seja, a diferença entre contratações e demissões. O PIB do Grande ABC durante o governo Bolsonaro só será conhecido oficialmente em 2024.  

Os números são expressivos quando se leva em conta que a pandemia do Coronavírus, iniciada em 2020, retirou 48.948 da contabilidade vitoriosa de Bolsonaro naquela temporada.   

PANDEMIA ATRAPALHA  

Sem pandemia, mas fruto da gastança do segundo mandato de Lula da Silva e de mudanças na condução da Economia, com ênfase à maior participação do Estado, os dois anos de recessão de Dilma Rousseff extinguiram 100.132 carteiras assinadas das empresas da região. 

Transformando em miúdos, esse montante negativo de Dilma Rousseff significa perda média mensal de 4.172 empregos formais. No conjunto da obra, 182 unidades da Toyota em volume de empregos, considerando-se todas as atividades econômicas.  

O déficit de emprego industrial nos dois anos de recessão foi de 67.814 carteiras assinadas. Ou 123 fábricas da Toyota, que deixou recentemente São Bernardo.  

Nos dois anos de presidência complementar de Michel Temer o Grande ABC recuperou 5.136 empregos formais em todas as atividades.  

MAIS ANÁLISES  

Nos próximos dias, de forma alternada e aleatória, vamos esmiuçar  dados do mercado de trabalho formal no Grande ABC tendo como base o passado recente e os quatro anos de Jair Bolsonaro.  

Um dos pontos mais preocupantes, mesmo com as boas notícias, é que o setor industrial do Grande ABC, fortemente abalado durante a gestão de Dilma Rousseff (como se o passado anterior já não fosse suficiente) não dá sinais vigorosos de reação. 

Trataremos disso num dos textos, mas não custa lembrar preliminarmente que na temporada passada, quando o saldo positivo líquido de empregos formais no Grande ABC chegou a 29.726 trabalhadores, a indústria de transformação perdeu também em termos líquidos 2.641 postos de trabalho. Ou seja: o saldo geral esconde novos sinais de fragilidade da atividade que mais gera riqueza.  

MÉDIA MENSAL  

A média mensal de empregos formais criados durante o governo de Jair Bolsonaro em quatro anos é de 774,64. Em termos anualizados, Bolsonaro garantiu saldo positivo de 9.295 carteiras assinadas a cada temporada.  

Uma projeção otimista, de que nos próximos tempos o mercado de trabalho da região seguiria o ritmo bolsonarista, indicaria que seriam necessários seis anos à média dos quatro anos anteriores para que a conta do emprego na região fosse zerada em relação à base da pesquisa, ou seja, a temporada de 2014, que precedeu os dois anos de Dilma Rousseff.  

O Grande ABC contava então com 831.370 trabalhadores com carteira assinada. Em dezembro deste ano passou a contar com 773.557. Ao fim de 2016, completando o ciclo de dois anos de recessão dilmista, o estoque regional apontou  732.238.   

RITMO QUEBRADO  

Por conta da pandemia, a gestão econômica de Jair Bolsonaro perdeu o fôlego inicial do primeiro ano de mandato, quando registrou saldo positivo líquido de 19.391 contratações formais no Grande ABC.  

A temporada de 2020 foi trágica com quebra de 48.948 postos de trabalho. No ano seguinte, em 2021, por conta de políticas de ativação da economia que envolveram diferentes iniciativas que influenciaram o ambiente nacional,  o Grande ABC voltou a respirar com saldo positivo de 37.014 novas carteiras assinadas.  

E no ano passado, com o incremento de políticas de desoneração fiscal, entre outras, inclusive do Auxílio Brasil, o Grande ABC voltou a acumular contratações, agora de 29.726 novos postos de trabalho.  

BALANÇO GERAL  

O balanço geral de emprego formal durante o governo de Jair Bolsonaro está sendo preparado com detalhamentos que vão dar a dimensão regional e municipal do que ocorreu no Grande ABC, sempre tendo como contraponto a base de dados de 2014, ano anterior ao período de dois anos de recessão explícita.  

Mas também não faltarão, como jamais faltaram, dados e avaliações tendo como base períodos anteriores ao mencionado.  

Não se pode ignorar jamais que, por conta de excessos de gastos, o então presidente Lula da Silva deixou saldo bastante positivo ao fim de dois mandados iniciais, a partir de 2003. Mas, da mesma forma que é relevante lembrar essa verdade à qual CapitalSocial jamais negou detalhamentos, todos os anos seguintes de Dilma Rousseff também estão contabilizados.  

SANTO ANDRÉ LIDERA  

No ano passado que acabou de passar, e cujos dados do mercado de trabalho foram divulgados há três dias, quem teve melhor desempenho entre os sete municípios da região é Santo André.  

Em números absolutos, ou seja, quando se expressam valores tendo como base a quantidade, quem mais contratou trabalhadores em todas as atividades foi São Bernardo. Mas quando se considera o tamanho de cada estoque histórico, Santo André terminou na dianteira na temporada passada. Os anos anteriores serão apurados e revelados nos próximos dias. 

No ano passado, os 12.092 trabalhadores de São Bernardo que tiveram acesso à carteira assinada em várias atividades representaram 4,82% do estoque do ano anterior, de fato é um estoque acumulado ao longo dos anos.  

ESTOQUE CRESCE  

Santo André, com estoque inferior em relação a São Bernardo, teve o total de 10.410 contratações líquidas, o que representou 5,16% do total acumulado ao longo dos anos.   

Mauá também teve comportamento positivo no ano passado, sempre considerando o total líquido de contratações em todas as atividades. O estoque do ano anterior aumentou 4,05%, com 2.624 novos trabalhadores.  

É um pouco acima de Diadema, de saldo líquido de 3,47% no estoque e de 2.917 novas carteiras assinadas. São Caetano aumentou o estoque em apenas 1,48%, com 1.582 contratações. Ribeirão Pires passou raspando, com crescimento do estoque de 0,97% e 184 novos postos de trabalho. A pequena Rio Grande da Serra foi a única cidade da região a registrar perdas: o estoque caiu 3,20% e os postos de trabalho sofreram queda de 184 profissionais.  

INDÚSTRIA PERDE  

No setor industrial, a temporada passada contabilizou estoque total de 177.228 carteiras assinadas, com baixa de 2.641 unidades.  

São Bernardo liderou a contagem negativa com baixa de 1.578 trabalhadores, ante 347 de Diadema, 249 de Mauá, 122 de Ribeirão Pires, 130 de Santo André e 221 de São Caetano. Rio Grande da Serra registrou saldo positivo no emprego industrial de seis postos de trabalho.  

O maior estoque de trabalhadores industriais ao fim do ano passado no Grande ABC estava em São Bernardo, com 70.727. Praticamente três vezes mais que os 23.054 registrados nas empresas de Santo André e praticamente o dobro de Diadema, com 39.696 carteiras assinadas.  

São Caetano com 14.200 trabalhadores industriais efetivos tem o dobro dos 7.207 de Ribeirão Pires mas quase seis vezes menos que a líder São Bernardo. Mauá da indústria química e petroquímica contava em dezembro do ano passado com 21.233 trabalhadores. Rio Grande da Serra não passava de 1.111. 



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