Imprensa

CapitalSocial inicia 35ª
temporada reformista

DANIEL LIMA - 08/01/2024

Está aberta mais uma temporada do melhor jornalismo regional do País. Estamos no Ano-35. A criação da revista de papel LivreMercado, absorvida integralmente 19 anos depois pela revista digital CapitalSocial, que circulava cumulativamente desde 2001, marca uma revolução no jornalismo regional.  

Coloque regional nisso. Sem falsa modéstia, o que temos aos leitores extrapola o âmbito geográfico e cultural do antigo e admirável Grande ABC, hoje, com muito esforço, um ABC Paulista em constante deterioração social e econômica. Fosse um agregado de ações na Bolsa de Valores dos Municípios Brasileiros, não chegaria a 2% do total. É o que diz o PIB regional de 2021. Já fomos 4,75% nos anos 1970.  

Sempre sob o controle editorial deste jornalista, que vem de atuação muito mais longeva, iniciada em Araçatuba, Interior do Estado, CapitalSocial resiste no mundo facilitarista e rasante. Vai muito além da informação fastfoodiana. CapitalSocial é uma espécie de biodigestor sociológico de uma região predominantemente marcada pelo jornalismo de pratos rápidos e pela negligência associada a vieses conflitantes.  

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL 

Quem conhece a história de LivreMercado/CapitalSocial sabe que não há comparação a ser tenuamente exposta no campo da comunicação social na região. Seria uma ofensa descomunal.  

O aperfeiçoamento de uma linha editorial que carrega a gênese do aprofundamento crítico é uma constante. Sempre fomos, como equipe ou individualmente, muito além da superfície epidérmica de textos que poderiam muito bem ser apropriados pela Inteligência Artificial anódina, incolor, insensível e tudo o mais.  

Não será a tecnologia em forma de cérebro de laboratórios capaz de vasculhar, balancear, preparar e publicar conteúdo jornalístico de valor agregado com o perfil de CapitalSocial. O que temos hoje na maioria dos veículos de comunicação é a antecipação da Inteligência Artificial rudimentar. CapitalSocial seria o veículo dos desejos dos bandidos sociais se seguisse essa trilha. Eles vibram com o jornalismo de distanciamento, que simplesmente lança informações sem qualquer compromisso explicativo.  

FAÇAM UM TESTE  

Querem um exemplo prático: saia a campo e procure nos mecanismos de Inteligência Artificial qualquer coisa sobre regionalidade (do ABC Paulista) que não corra o risco de passar vergonha diante do acervo desta publicação.  

Mais: procure mesmo por esse caminho de Inteligência Artificial qual é a definição do Clube dos Prefeitos (Consórcio Intermunicipal de Prefeitos) e você descobrirá o quanto o resultado vai equivaler às mesmices da maioria da mídia burocrática, mas distante de centenas de abordagens que também constam de nosso arquivo.  

CapitalSocial é um mergulho em águas profundas com aparelhos de avaliação em permanente atualização.  

O inútil Clube dos Prefeitos, a sempre negada desindustrialização do Grande ABC, o conflitivo movimento sindical, os efeitos deletérios locais do governo Fernando Henrique Cardoso, os monumentais danos provocados pelo governo de Dilma Rousseff, tudo isso e muito mais estão nas páginas de CapitalSocial com exclusividade. Você não encontrará em nenhuma outra mídia. Daqui e de fora. Gostem ou não, somos a luminosidade num mundo de trevas -- quando não de interesses sórdidos.  

PERIODOS COMPLEMENTARES 

Quem se guiar por outras publicações impressas ou digitais em busca de autonomia crítica que retratem a região vai quebrar a cara. No máximo, encontrará declarações suspeitas, de terceiros diretamente interessados em proteger ineficiências corporativas e institucionais. Uma ou outra matéria deliberadamente sob encomenda, e de propósitos geralmente impuros, aparece para supostamente vender independência. São de fato, provas de crimes éticos.  

A divisão histórica desta publicação em duas etapas temporais poderia até colocar em xeque a premissa de que seria melhor antes do que agora, ou melhor agora do que antes. Teríamos uma disputa interessante de dois produtos editoriais unidos pelo paradoxo da individualidade de agora e do coletivismo de antes. 

Independentemente de que fase foi melhor, é a fusão dessas mesmas etapas que tornam CapitalSocial/LivreMercado o objeto de desejo a quem procura qualificação informativa. O que alinha a primeira etapa e a segunda etapa é o mesmo editorial.   

RETRATOS DA TRAJETÓRIA  

Até janeiro de 2009, sob a marca em produção de papel de LivreMercado, CapitalSocial era composta por uma equipe de redação vigorosa e bem azeitada. Mas antes mesmo disso, a partir de 2001, já adquirira personalidade autoral, quando este jornalista criou CapitalSocial e passou a produzir análises no intervalo entre cada edição mensal de LivreMercado. CapitalSocial digital deu suporte a LivreMercado impressa. E a recíproca sempre foi verdadeira.  

O fato é que, embora com características diferentes, CapitalSocial e LivreMercado se completam historicamente. Tanto é verdade que, numa iniciativa com objetivo de mostrar a importância dessa complementaridade, estamos reproduzindo a cada dia, nas redes sociais, as manchetíssimas que LivreMercado publicou ao longo de quase duas décadas.   

Já estamos nos aproximando de mil manchetíssimas do período de LivreMercado. E seguiremos a avançar. A fase exclusivamente de CapitalSocial ainda vai demorar a chegar, porque se inicia em janeiro de 2009.  

Cinco a cada dia significa mais que uma contagem aleatória. É um processo meticuloso de captura da memória dos leitores em forma de usuários de smartphones. E uma maneira de mostrar que o jornalismo regional poderia ser diferente além do que já o é nas páginas digitais de CapitalSocial. 

DESDE PLANO COLLOR  

A proposta desse cavoucar histórico de cinco por cinco abarca vários objetivos, mas o mais intensamente produtivo é revelar a leitores retardatários do melhor jornalismo regional do País o quanto é possível resgatarem uma preciosidade editorial que vem de longe. Preciosidades em todos os sentidos. Na forma e no conteúdo. 

Talvez o mais sólido atestado de que CapitalSocial/LivreMercado é um ponto fora da curva do jornalismo regional (e o regional nesse caso abrange todo o território nacional, pobre em jornalismo impresso que vai muito além da informação rasa) é a edição que deu o pontapé inicial nesse histórico de 35 anos, em março de 1990, sob efeitos do Plano Collor. A manchetíssima do então tabloide tocava num ponto sensível do orgulho regional: a desindustrialização latente. 

Como avestruzes, as chamadas lideranças regionais jamais admitiram nos anos 1990, e resistiram até recentemente, contando para tanto com a vagabundagem e o corporativismo de acadêmicos e sindicalistas, quando não de empresários, a abordagem daquela edição. Primeiro porque eram ignorantes. Segundo porque contavam com interesses variados para impedir qualquer iniciativa esclarecedora que pudesse abalar as respectivas porções de poder que gozavam numa estrutura institucional envelhecida e dividida em sete partes que não se comunicavam.  

FACE SOCIOLÓGICA  

Estender-se sobre a história de CapitalSocial seria um exercício longo e exaustivo. Trinta e cinco anos depois, aos trancos e barrancos de contestações dos podres poderosos de plantão, o exercício do jornalismo independente ganha a forma de quase heroísmo, quando não de estupidez. Vivemos tempos sombrios na região. Como se não bastasse a ditadura disfarçada de democracia relativa no País.  

Por isso, iniciar uma nova jornada anual, deve mesmo ser comemorada. As análises que se seguirão continuarão a esculpir a verdadeira face sociológica da região, sempre tendo como eixo principal as transformações econômicas e seus desdobramentos.  

Seguramente e sem exagero, não fosse CapitalSocial/LivreMercado, o ABC Paulista continuaria a ser chamado de Grande ABC com muito e falso orgulho. Contamos com um portfólio editorial sem paralelo no jornalismo regional. Ultrapassamos a uma centena de temas que porcamente ou jamais foram abordados de forma responsável por outras mídias. São questões que de alguma forma ferem interesses de relacionamentos que ultrapassam a linha de fundo de compromisso com a sociedade. Prevalecem os compadrios acomodatícios. 

COLEÇÃO DE ANÁLISES  

Querem um exemplo? Procurem nos arquivos dos jornais locais, de papel e digital, algo que trate das desventuras econômicas na região pós-implantação do Rodoanel Mário Covas, especialmente do tramo sul, no qual está inserida a região. Essa obra de mobilidade sobrerrodas afetou duramente o tecido econômico da região – como antecipamos antes mesmo de ser iniciada. 

É claro que nada se compara à negação insistente e interesseira de que a região começou a ser destruída com a evasão industrial muito antes de 1990, quando LivreMercado/CapitalSocial foi criado.  

Vivemos nestes 35 anos de jornada editorial várias fases que lançaram a Economia da região cada vez mais ao acostamento de perdas cumulativas. Do Plano Collor ao primeiro ano do terceiro mandato de Lula da Silva o antigo Grande ABC coleciona inúmeras derrotas. Tudo isso foi acompanhado por CapitalSocial/LivreMercado. E consta do arquivo da publicação.  

Dados estatísticos inéditos se somam a intensas e progressivas incursões analíticas desde a primeira edição.  

SINTONIA SOCIAL 

Talvez a melhor maneira mesmo de constatar esse histórico de ineditismo jornalístico regional é acompanhar o desfilar das manchetíssimas que estamos levando aos leitores do aplicativo de WhatsApp.  

Rigorosamente, levamos aos celulares tudo que virou informação relevante nas páginas de LivreMercado (e brevemente chegarão as manchetíssimas de CapitalSocial).  

A cronologia é implacável. Revela, entre muitos aspectos, que os supostamente perseguidos de hoje, à frente de instituições públicas e privadas, quando não sociais, são apenas a extensão da linha editorial que vem de longe. Ou seja: lidamos com conceitos e preceitos, não com preconceitos e especificidades ao sabor de interesses impuros.  

Os princípios de um regionalismo abrangente e transformador se aperfeiçoam nas páginas de CapitalSocial. Pena que a fossilização de um municipalismo cada vez mais politiqueiro prevaleça na maioria das praças desse Arquipélago Cinza, dividido em sete ilhas de tráfego interditado ao bom-senso colaborativo e reformista. 



Leia mais matérias desta seção: Imprensa

Total de 1877 matérias | Página 1

29/10/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (27)
28/10/2024 OMBUDSMAN DA SOLIDARIEDADE (2)
25/10/2024 OMBUDSMAN DA SOLIDARIEDADE (1)
24/10/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (26)
21/10/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (25)
18/10/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (24)
16/10/2024 PAULINHO SERRA É PÉSSIMO VENCEDOR
15/10/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (23)
11/10/2024 MEIAS-VERDADES E MENTIRAS NA MIRA
09/10/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (22)
03/10/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (21)
01/10/2024 CARTA ABERTA AOS CANDIDATOS
01/10/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (20)
27/09/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (19)
25/09/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (18)
23/09/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (17)
20/09/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (16)
18/09/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (15)
16/09/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (14)