Após 13 anos já contabilizados pelo IBGE, a situação econômica de São Bernardo ainda persiste irrecuperável nos próximos tempos. O marco inicial da tragédia deste século é a posse de Luiz Marinho como prefeito, em janeiro de 2009, e a linha de chegada já medida é dezembro de 2021. A perda acumulada, ponta a ponta, é de 31,78%. Mesmo com recuperação nos últimos anos. Já sob a influência direta de Lula e Dilma, e consequente repercussão na gestão do prefeito Luiz Marinho, foram 42,49% de perda acumulada em oito anos, de 2009 a 2016.
O resultado é tão extravagante que tive de tomar cuidados redobrados para não ser levado no bico. Nas primeiras contas, diante de números estarrecedores, demorei a entender a situação. Mesmo com todo o conhecimento e análises realizadas ao longo dos anos,. A derrocada de São Bernardo e da região não é surpresa alguma. O tamanho descoberto a cada novo anúncio anual do PIB dos Municípios Brasileiros, sim.
Durante esse período, a Capital Econômica da região registra mesmo e insofismavelmente perda acumulada ponta a ponta de um terço do PIB (Produto Interno Bruto). Só no período de oito anos do prefeito Luiz Marinho, duramente impactado pela gastança e intervencionismo dos presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff, São Bernardo perdeu 42,49% do PIB. Isso mesmo: 42,49%.
Não é preciso recorrer à literatura político-econômica da tragédia que começou com Lula da Silva e se ampliou com Dilma Rousseff. As políticas públicas, associadas ao ambiente macroeconômico, levaram o Brasil à maior recessão da história. E dentro desse Brasil de infortúnios, o ABC Paulista e particularmente São Bernardo foram ainda mais impactados.
INAÇÃO GENERALIZADA
Só existe, internamente, algo tão aterrorizador quanto o mergulho do PIB de São Bernardo e também da região como um todo: a inapetência institucional para reagir. Exceto esta publicação, nenhuma outra, absolutamente nenhuma outra, desenvolveu qualquer análise, estudo ou coisa que o valha para despertar a consciência da sociedade nesse período.
Pior que isso: a maioria se manteve triunfalista, festiva, emoldurou com fios de ouro de entreguismo interesseiro um quadro econômico dantesco que abriu as portas do inferno do empobrecimento.
Pior ainda? A transformação das iniquidades sociais em porta-bandeira de um proselitismo político-partidário com vestes de transformação, de inovação administrativa. Dançam-se sobre cadáveres. E fazem orações aos deuses como prova de solidariedade.
BANDIDOS SOCIAIS
E os bandidos sociais, então, que atacam e atacam e atacam sem parar? Gente desclassificada que faz dos cofres públicos permanente conluio de trocas de vantagens que agravam a situação. Estamos vivendo o pior dos mundos. A exclusão social aumenta, mas os ladrões do futuro trombeteiam políticas públicas salvacionistas, quando de fato são eleitoreiras, em empoderamento contínuo de falanges criminosas travestidas de porta-vozes da democracia. Tanto no ambiente regional quanto nacional.
Antes de dar prosseguimento a essa tarefa explicativa sobre o PIB de São Bernardo (apenas mais grave que o PIB Geral da região) chamo a atenção do leitor para que mantenha o foco, que se concentre na leitura.
Não é fácil escrever e tampouco sustentar a audiência nestes tempos de consumos fastfoodianos, apressados. O tema é complexo e requer muita atenção mesmo. São períodos distintos desse novo estudo que realizo com base em dados primários do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O IBGE não tem nenhum estudo direcionado à situação do antigo Grande ABC. Por essas e outras – também -- existe CapitalSocial.
Vamos então, numa primeira etapa, a analisar o PIB Geral de São Bernardo (ou seja, que envolve todas as atividades econômicas) no período específico de oito anos de Luiz Marinho como prefeito, eleito em outubro de 2008.
COM LUIZ MARINHO
Luiz Marinho governou São Bernardo entre janeiro de 2009 a dezembro de 2016. Ou seja: começou a dirigir a Capital Econômica da região no segundo ano do segundo mandato do presidente Lula da Silva e encerrou no segundo ano do segundo mandato (incompleto) da sucessora petista Dilma Rousseff.
O PIB de São Bernardo em 2008 (que serve de base às comparações) registrou o total nominal (sem contar a inflação) de R$ 36.364.523 bilhões. Quando terminou o mandato, oito anos depois, o PIB de São Bernardo sob o comando de Luiz Marinho registrou R$ 42.131.380 bilhões, em valores nominais. Quando se aplica a inflação do IPCA do período, de 65,09%, o valor a ser registrado por São Bernardo seria de R$ 60.034.191 bilhões. A diferença de quase R$ 18 bilhões como déficit significa perda líquida, em termos reais, de 42,49%. Média anual de 5,311% de queda.
COM MORANDO
O PIB de São Bernardo no período subsequente já apurado, de janeiro de 2017 a dezembro de 2021, agora com Orlando Morando na Prefeitura, registrou na ponta o total de R$ 58.277.014 bilhões. O resultado significa crescimento real de 7,94% sobre dezembro de 2016.
Se o PIB de São Bernardo desses cinco anos já contabilizados seguisse o ritmo inflacionário do período, de 28,15%, o resultado seria o total de R$ 53.991.363 bilhões. Portanto, no acumulado ponta a ponta dos cinco anos de Orlando Morando, São Bernardo cresceu 1.588% ao ano. Um resultado muito acima do déficit médio anual de 5.311 ao ano de Luiz Marinho.
Um terceiro período desta análise é obrigatório, porque mede o comportamento da economia de São Bernardo em 13 anos já mensurados pelo IBGE, ou seja, de janeiro de 2009, quando Luiz Marinho tomou posse, e dezembro de 2021, quando Orlando acabou de preencher os cinco primeiros de oito anos de dois mandatos.
É nesse ponto que aparece o rombo mais renitente no casco do navio de um desastre que praticamente torna inviável a recuperação econômica de São Bernardo nas próximas temporadas – inclusive as três que estarão nas contas de Orlando Morando.
Provavelmente serão atingidos 20 anos desde a posse de Luiz Marinho sem que São Bernardo recupere os valores de riqueza em produtos e serviços de 2008.
O PIB Geral de São Bernardo em 2021, em valores deflacionados, ou seja, atualizados monetariamente, deveria ter registrado o total de R$ 76.932.780 bilhões, ao invés de R$ 58.377.014 bilhões. Uma diferença para baixo de 31,78%. Ou seja: São Bernardo de dezembro de 2021 era 31,78% inferior a 2008. Em 13 anos, uma média anual de queda de 2,31%. Em termos nominais, sem considerar a inflação, o PIB Geral de São Bernardo saiu de R$ 36.364,523 bilhões em 2008 para R$ 58.277.014 bilhões em 2021. Quando se aplica a inflação do período, de 111,56%, chega-se ao buraco que os três anos que restam ser constatados do governo Orlando Morando estarão longe de resgatar.
PANDEMIA ATRAPALHA
Essa projeção leva em conta os oito anos de Orlando Morando sem os ônus mais direto de Lula da Silva e PT. Não se pode desconsiderar que a gestão de Orlando Morando foi atingida pelos efeitos da pandemia, que retiraram 9,02% do PIB de São Bernardo entre 2019 e 2020. Seguramente, os resultados serão muito melhores que os oito anos anteriores.
Não se pode desconsiderar também numa análise sobre a economia de São Bernardo resultados correlatos que, no caso dos oito anos de sufoco do prefeito Luiz Marinho, são horrorosos também.
O PIB per capita de São Bernardo nas três etapas temporais desta análise retratam fielmente os danos e ônus do governo federal petista, goste-se ou não. Em 2008, o PIB por habitante correspondia em valores nominais a R$ 48.286 mil, enquanto em 2016 registrava R$ 52.959 e em 2021 a R$ 71.496 mil. Em termos reais, o PIB per capita de 2016 caiu 50,52% quando atualizado monetariamente o resultado de 2008, ou seja, quando Luiz Marinho assumiu a Prefeitura. Nos cinco anos de Orlando Morando houve crescimento de 5,35%.
MENOS PIB NACIONAL
Mais provas de que São Bernardo mergulhou na maior crise da história? Em 2008, o PIB per capita médio do Estado de São Paulo correspondia a 53,41% do PIB per capita de São Bernardo. Em 2016, fim do governo petista em São Bernardo, o PIB per capita médio do Estado de São Paulo significava 88,59% do PIB per capita da Capital Econômica da região. E na ponta da pesquisa, em 2021, o PIB per capita médio do Estado de São Paulo caiu levemente em relação ao de 2016, correspondendo a 84,73% do PIB de São Bernardo. A recessão em São Bernardo e na região foi muito mais impactante.
Outro indicador que vale a pena ser observado – e esse é contundente na avaliação de que São Bernardo (como a região) não tem mais a importância de outrora no mapa econômico nacional. O PIB da cidade antes da posse de Luiz Marinho, em 2008, correspondia a 1,20% do PIB Nacional, de então nominais R$ 3,032 trilhões. Já ao final dos oito anos de mandatos de Luiz Marinho, o PIB de São Bernardo caiu para apenas 0,672% do PIB Nacional, então de R$ 6.267 trilhões. Em 2021, após cinco anos de Orlando Morando na Prefeitura, o PIB de São Bernardo representava 0,647% do PIB Nacional.
DOENÇA HOLANDESA
Deixei para o encerramento, porque óbvia, a explicação central para a derrocada do PIB de São Bernardo, seja geral, seja per capita, no período de 13 anos, com ênfase lógica aos oito anos do governo petista federal. Vítima da Doença Holandesa Automotiva, São Bernardo comeu o pão que o diabo amassou por depender demais de uma atividade tão concorrida no mundo inteiro.
A produção de veículos no Brasil em 2008 (São Bernardo teria uma participação de 12% segundo últimos estudos) registrou 3,21 milhões de veículos leves, comerciais e pesados. Em 2016, fim do governo Luiz Marinho, a produção caiu praticamente 50%, com 2,15 milhões de veículos. E no ano 2021, foram produzidos 2,24 milhões de veículos, um pouco acima do mergulho de 2016, com crescimento de 4,18%.
O setor automotivo é a cara e as vísceras de São Bernardo. Para o bem e para o mal. Para o bem é uma história que tende a se repetir poucas vezes. Para o mal é o mais natural. Perdemos competitividade na atividade que construiu a mobilidade social da região. Estamos encalacrados. É melhor rezar. E também deixarem de contar lorota em forma de entrevistas de encomenda que retiram o petismo de São Bernardo e do governo federal da mais recente e longeva prova de destruição de riquezas. Não é mesmo, deputado estadual Luiz Fernando Teixeira, candidato à Prefeitura e negacionista anedótico do caos instalado?
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21/11/2024 QUARTO PIB DA METRÓPOLE?