Convido os leitores a acompanharem essa nova etapa da linha editorial de CapitalSocial que visa tornar transparente e responsável o mercado imobiliário da Província do Grande ABC, já que o que reina no País, nesse setor, é a avacalhação incentivada pela omissão deliberada, principalmente em áreas suspeitas de contaminação ambiental e também de imbricamentos com o Poder Público. O desafio vale tanto para a Construtora MZM como para a Construtora MBigucci, duas das maiores empresas do setor na região.
Antes de passar propriamente ao enunciado da proposta, um parêntese se faz necessário. Trata-se do fato de as instalações de CapitalSocial situarem-se num empreendimento da Construtora MZM, na Avenida Pereira Barreto, em Santo André.
Por conta disso, leitores não faltaram na semana passada a inquirir este jornalista sobre o que chamaria de tratamento informativo isonômico. Se resolvi não dar espaço a contorcionismos éticos da Associação dos Construtores e da MBigucci, instituição e empresa presididas pelo empresário Milton Bigucci, por que não me cobrariam tratamento semelhante à direção da Construtora MBigucci?
O que pega no pé da MZM é o anunciado empreendimento imobiliário na Avenida Industrial, em Santo André, em terreno ocupado durante muitos anos pela IAP, uma fábrica de fertilizantes.
Leitores querem saber as razões que levariam este jornalista a supostamente dar tratamento desigual a situações semelhantes quando comparadas às denunciadas formuladas contra Milton Bigucci.
O arremate em leilão de uma área pública pela MBigucci, numa operação que este jornalista tem colocado sob suspeição, teria grau próximo de possíveis complicações ambientais no amplo terreno que a MZM adquiriu na Avenida Industrial.
Os leitores têm razão completa ao questionarem CapitalSocial. Não podemos dar tratamento preferencial a quem quer que seja, sob pena de desmoralização.
Já enfrentei muitas borrascas profissionais, com rompimentos de relacionamentos, por conta de incompatibilidades éticas e morais que se avizinhavam e precisavam de respostas. Não tenho dúvida de que há um limite que me separa de interlocutores no campo profissional, assunto sobre o qual discorrerei qualquer dia desses. Como é véspera de feriado e o tempo é mais curto do que parece, vou direto ao ponto, prometendo informações nesta quinta-feira.
A proposta que lanço à MZM e a MBigucci é simples: que respondam até sexta-feira às seguintes questões:
a) À MZM, a pergunta é simples: aceita apresentar toda a parafernália documental para explicar o projeto de lançamento do condomínio residencial na Avenida Industrial, em Santo André?
b) À MBigucci a pergunta é igualmente simples: aceita apresentar as provas documentais, no caso os depósitos bancários das oito parcelas que confirmariam o pagamento dos valores definidos no leilão da área pública que sediará um novo empreendimento imobiliário da empresa, entre a Avenida Kennedy e a Avenida Kennedy?
Sou capaz de apostar — vejam só, e repito — sou capaz de apostar que a MZM vai topar a parada, enquanto a MBigucci vai fugir mais uma vez da raia.
Por isso já faço projeções, sem firulas e sem meias-palavras: se a MZM não me decepcionar, vou transformar a possível liberação de informações num texto jornalístico, neste CapitalSocial; e se a MBigucci não topar a parada, vou encaminhar ao Ministério Público um pedido formal para que cobre da empresa de Milton Bigucci os documentos solicitados nesta revista digital, os quais comporiam um pacote providencial sobre aquele leilão.
Estariam os leitores imaginando que a MBigucci não efetivou o pagamento das parcelas do terreno arrematado numa operação que se mostrou mais que estranha, de conluio entre os supostos interessados naquele investimento?
Ninguém melhor do que a MBigucci para responder à indagação.
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21/01/2025 PAULINHO, PAULINHO, ESQUEÇA ESSE LIVRO!