Sociedade

Conselhão Regional é desafiado a
saltar do muro: Província ou não?

DANIEL LIMA - 22/03/2012

O assunto é abrasivo, recheado de hipocrisia e atormentado por dúvidas. Por isso foi colocado na avenida de oportunidades de manifestação de gente que participa do mundo regional. Província do Grande ABC ou Grande ABC, simplesmente? Esta é a bomba que coloquei no colo de cada um dos integrantes do Conselhão Regional, a maioria dos quais colaboradores há muitos anos dos veículos editados por este jornalista.
 
Apresentamos a síntese que explicitaria prováveis argumentos em defesa de uma situação e outra. Ou seja: os adeptos da ideia de que os sete municípios da região reúnem qualificações, em conjunto, para se mostrarem contemporâneos, modernos, dignos portanto de uma expressão de suposto amadurecimento das relações sociais, econômicas e culturais, no caso "Grande ABC”, e os defensores da avaliação de que não passamos de “Província do Grande ABC” -- mesmo que a designação possa parecer apenas pejorativa.
 
Responsável pela propagação do rótulo de Província do Grande ABC, que, de fato, é a essência da região, não tenho a esconder nada de nada e muito menos ficar em cima do muro. O resultado do trabalho investigativo com o Conselhão Regional não alterará a autonomia deste profissional, mas respeitará profundamente conclusões em contrário.
 
A
sondagem possivelmente comportará graus diferenciados de indignação e de engajamento. Até porque, além do apontamento de uma das alternativas, haverá espaço a comentários que serão transpostos a esta revista digital. Não tenho a menor ideia do resultado final. Só sei que sei que não arredarei pé de "Província do Grande ABC" enquanto se comprovarem os insumos que sustentam essa embalagem.
 
Sei que é pouco agradável referir-se à região como Província do Grande ABC. Fosse essa designação resultado de mau-humor, de vocação destrutiva, de insatisfação permanente, acreditem os leitores que tudo já teria sido superado. Como o responsável por “Província do Grande ABC” está longe dessas características e há mais de 40 anos exercita jornalismo na região, terra na qual nasceram seus filhos e à qual é agradecido eterno pelas possibilidades que se lhe abriram ou abriu, é muito mais sensato acreditar que se trata de uma conclusão embasada na realidade prática sob anseios, perspectivas e também exigências deste profissional.


 


Grau de atenção
 
Acredito que a escolha de "Província do Grande ABC" ou de "Grande ABC" reproduzirá o grau de atenção do Conselhão Regional. Grau de atenção não significaria, necessariamente, que os adeptos de "Província do Grande ABC" são mais cosmopolitas que os conselheiros que optarem por "Grande ABC". Nem que os apoiadores da expressão "Grande ABC" são necessariamente mais dignos de morar na região do que os defensores de "Província do Grande ABC". Cada conselheiro e suas circunstâncias determinarão uma escolha claramente provocativa desta revista digital. Provocativa e socialmente construtiva, porque coloca em debate temática tão esmiuçada nos bastidores como a origem da expressão "Província do Grande ABC", formulada há exatamente uma década sob a roupagem inconformista do livro "Complexo de Gata Borralheira".



Vejam os dois cenários transmitidos ao Conselhão Regional. Atualizaremos diariamente nesta revista digital o nome dos conselheiros que responderam ao desafio de saltarem do muro. Não apresentaremos resultados parciais para não contaminar o resultado final.



n Somos um Grande ABC poderoso em todos os campos de atividades, do esporte à cultura, da economia à academia. Temos massa crítica suficiente e conhecida para contribuir com grandes transformações nos ambientes regional, estadual e nacional. Somos um numeroso exército de ideias brilhantes, de autonomia política, de enriquecimento cultural. Temos identidade própria. O Brasil inteiro nos reverencia. Nossos movimentos sociais, em vários campos de atividades, são exemplares do engajamento em defesa de uma região e de um País mais moderno, mais combativo em busca da redução da desigualdade social. Nossa força econômica é imensurável. Temos entidades de classe que nos honram sobremaneira, porque expressam o dinamismo de nossa gente.
 
n Somos decididamente Província do Grande ABC entre outras razões porque a integração regional não passa de uma falácia que já completou duas décadas de frustrantes imobilidades. Nossa atividade cultural vive à sombra da Capital tão próxima. No esporte, nossas equipes são submetidas a um regime de desconhecimento das grandes massas, adeptas dos times da capital. Na política, mesmo depois de ter produzido um presidente da República, não alavancamos toda a potencialidade necessária para contemplar investimentos que minimizem as agruras sociais latentes. Na economia, perdemos a força industrial em larga escala e os empregos com qualidade salarial são escassos. O sonho de consumo dos novos ricos da Província do Grande ABC segue o mesmo ritual de décadas: morar de vez ou frequentar a Capital muito mais moderna e dinâmica.


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