Pretendo escrever até sexta-feira um texto que, acredito, é elucidativo sobre o suplemento do Diário do Grande ABC inspirado numa ideia de tantas outras publicações mas que nem por isso deve ser minimizado. “460 motivos para amar Santo André”, o mote do caderno especial, cometeu o pecado mortal de esquecer muita gente. Ao passar os olhos no material (prometo que vou ler com todo o cuidado analítico) fiquei surpreso com a abundância de imaterialidades – ruas, avenidas, monumentos, endereços comerciais, instituições públicas e privadas – em detrimento dos construtores de carne e osso além de coração e paixão, da história do Município.
Sim, Santo André e a Província do Grande ABC como um todo contaram e ainda contam individualidades geralmente anônimas ou menos reconhecidas do que deveriam, as quais jamais poderiam ser sobrepostas por obras físicas e legados da natureza.
Hão de reagir os exigentes que geralmente frequentam a democracia de mão única, também conhecida como ditadura. Afinal, com que base este jornalista se mete a analisar aquela listagem imensa. Vou responder, mas para que não se percam em divagações, antecipo que quem produziu durante 15 anos seguidos o Prêmio Desempenho em várias versões – empresarial, cultural, esportiva e social – pode sim e, mais que isso, deve meter o bedelho nos 460 Motivos para Amar Santo André.
Convenhamos, e esse é apenas um aperitivo do que pretendo servir aos leitores, não fica bem para quem tem um pouco de juízo que a Universidade Federal do Grande ABC, a Craisa, o Semasa e outros balangandãs constem da relação, levando-se em conta o histórico que culminou com um presente de arrepiar os cabelos quando se colocam na mesa de debates questões como regionalidade, ética, competência e outras métricas que supostamente pretendam servir de exemplo ao conjunto da comunidade.
Mas vamos deixar tudo para sexta-feira agora ou, mais tardar, segunda-feira que vem. Lamentavelmente, diria, o Diário do Grande ABC perdeu uma grande oportunidade para resgatar um pouco da biografia de individualidades que, por mais valorosas que foram ou são, não destruíram a estrutura escravocrata de Poder Público e forças econômicas que giram em torno do Paço Municipal e manipulam descaradamente o futuro de uma sociedade inteira.
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21/01/2025 PAULINHO, PAULINHO, ESQUEÇA ESSE LIVRO!