Será que o ex-Procurador-Geral de São Bernardo na gestão de Luiz Marinho e agora secretário de finanças de Mauá, José Roberto Silva, engrossará a lista de desertores da democracia implícita de “Entrevista Indesejada” desta revista digital. É o que acabaremos por descobrir. Ainda nesta semana vamos enviar ao homem que declarou a este jornalista que a operação que culminou no arremate de área pública pela MBigucci foi irregular e que determinaria punição aos servidores públicos envolvidos. Foi a primeira e última vez que vi o então procurador-geral: incrivelmente, ele desapareceu. Até que fosse encontrado nas páginas de jornais como secretário em Mauá.
José Roberto Silva merece ingressar na lista de Entrevista Indesejada. Não é por que saiu da Prefeitura de São Bernardo que não deve explicações ao público. Teria saído exatamente porque se indispôs com a cúpula petista de São Bernardo por conta do escândalo do Marco Zero, o empreendimento de Milton Bigucci entre a Avenida Kennedy e a Avenida Senador Vergueiro? É o que dizem nos bastidores do Paço Municipal de São Bernardo. Aliás, essa vai ser um das perguntas de Entrevista Indesejada.
O que mais me intriga é que José Roberto Silva parecia tão disposto a escarafunchar as falcatruas daquele leilão de área pública arrematada pela MBigucci que saí do Paço Municipal certo de que as artimanhas entre empresários e gestores públicos não são assim tão escandalosamente jogadas sob o tapete de conveniências. Como não consegui mais falar com o então Procurador-Geral de São Bernardo e tampouco se deu a investigação indispensável do caso pelo Gaeco, do Ministério Público, por razões que desconheço, as declarações de José Roberto Silva não foram levadas aos autos. Não seria a hora de recomeçar essa trajetória que jamais poderia ter sido interrompida?
É por essas e outras que Entrevista Indesejada vai procurar o contraditório com José Roberto Silva. Se responderá às indagações é oura história. Como em tantas situações análogas, a ausência de respostas não tem a força de manter os leitores na ignorância sobre questões de interesse público, porque as indagações formuladas são quase uma sentença. E por que são quase uma sentença? Porque se trata de Entrevista Indesejada, não de Entrevista de Conveniência.
É claro que buscamos o contraditório com Entrevista Indesejada. Em todas as situações. Inclusive quando o Conselho Editorial desta revista digital nos inqueriu. Não fugimos e jamais fugiremos de uma espécie de prestação de contas à sociedade. Esperamos que José Roberto Silva nos surpreenda e saia da toca em que se meteu voluntariamente ou não.
Se imaginou que seria uma espécie de Bin Laden regional, a salvo de qualquer investida jornalística, deu-se mal. Como secretário de Finanças de Mauá, essa Grécia da Província do Grande ABC, seria muito difícil deixar de aparecer no noticiário. Tomara que entenda a função social da Imprensa e responda a todos os questionamentos. Quem sabe a MBigucci tenha sido premonitória no marketing batismal Zero daquele empreendimento? Ou seja, de uma investigação completa sobre os acertos de bastidores que culminaram no arremate daquela área nobre. Quem sabe outros esqueletos estejam prontos a saltar do armário do setor imobiliário, queridíssimo por 10 entre 10 gestores públicos.
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16/09/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (14)