A economia da Província do Grande ABC segue ritual de enfraquecimento industrial mesmo com o setor automotivo bombando. No ano passado, quando o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu apenas 0,9%, a região sofreu novo revés no Valor Adicionado, espécie de PIB Industrial que demarca a distribuição de receitas do ICMS (Impostos sobre Circulação de Mercadores e Serviços) pelo governo estadual aos municípios. Com empate técnico nos valores monetários nominais, a Província perdeu 7,34% de produção de riquezas na temporada passada quando se aplica o IGPM (índice Geral de Preços do Mercado) da Fundação Getúlio Vargas, que totalizou 7,82% nos 12 meses. São Bernardo, Capital Econômica da região, foi quem mais refluiu com perda real de 12,89%.
A situação seria pior do que já se reveste se não houvesse um indicador importante a dar sustentação à economia da região: no ano passado a indústria automotiva bateu novo recorde de vendas, com o total de 3,8 milhões de veículos de passeio que saíram das concessionárias. O comportamento do setor automotivo impediu que o desastre regional fosse ainda maior já que São Caetano registrou aumento significativo do Valor Adicionado. São Bernardo, a capital automotiva do País, perdeu força principalmente porque o setor de caminhões foi duramente afetado pelo vácuo de venda gerado pela substituição de tecnologia. O segmento sofreu queda de 19% nas vendas na temporada passada. São Bernardo responde por 44% do PIB Industrial da Província, 60% da produção de caminhões e por 20% de veículos de passeio.
Os resultados do Valor Adicionado do ano passado dos municípios da Província do Grande ABC estão parametrizados com os 15 principais endereços territoriais do Estado de São Paulo, exceto a Capital. É o G-20, grupo criado por CapitalSocial tendo como princípio confrontos da região com outros centros econômicos do Estado.
A Província do Grande ABC participa com cinco dos 20 municípios no agrupamento. Apenas Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra estão excluídos porque mal chegam a 3% do PIB regional. Os resultados do G-5 (Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá) e do G-7 (os cinco municípios da região mais Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) são praticamente os mesmos. Em valores nominais, sem considerar a inflação, O G-7 registrou no ano passado R$ 68.817.209 bilhões de Valor Adicionado, ante R$ 68.740.706 bilhões de 2011. A diferença é residual, mas quando aplicada a inflação do período, de 7,82%, a perda chega a 7,34%.
Retirando-se Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, o G-5 no interior do G-20 registrou no ano passado Valor Adicionado de R$ 67.299.406 bilhões, pouco menos que os R$ 67.445.851 bilhões do ano anterior. A aplicação do IGP-M transforma o resultado em prejuízo maior. Os demais municípios que integram o G-15 registraram em média resultado positivo, com crescimento de 0,43% na temporada passada. Em 2011 os 15 municípios alcançaram Valor Adicionado total de R$ 212.095.692 bilhões, ante R$ 229.680.626 bilhões em 2012. A deflação dos valores sempre com base no índice da Fundação Getúlio Vargas determina o crescimento de menos de meio por cento. Traduzindo: os R$ 212.095.692 bilhões de 2011 dos 15 municípios seriam R$ 228.682.157 em 2012 com a aplicação do IGP-M do período. Os R$ 229.680.626 registrados de fato são menos que 0,5% de crescimento real do G-15.
Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não integram o G-20 mas têm importância para estudos internos da Província do Grande ABC. O Valor Adicionado de Ribeirão Pires atingiu R$ 1.195.031 bilhão no ano passado, ante R$ 1.133.723 bilhão em 2011. Já Rio Grande da Serra apresentou Valor Adicionado de R$ 246.269 milhões no ano passado, ante R$ 238.874 milhões no ano anterior. Quando aplicada a deflação da moeda, os dois municípios contabilizam resultados negativos. Desta forma, apenas Mauá, residualmente, e São Caetano, de forma expressiva, alcançaram resultados positivos em 2012 frente a 2011.
Veja o Valor Adicionado de cada Município do G-20 e o comparativo com 2011:
1. Guarulhos lidera com R$ 34.392.276 bilhões no ano passado. Queda de 3,44% ante 2011.
2. São Bernardo alcançou R$ 29.939.604 bilhões, com perda de 12,89% ante 2011.
3. Paulínia registrou R$ 27.338.563 bilhões, com aumento real de 10,33% ante a temporada anterior.
4. São José dos Campos registrou R$ 25.307.757 bilhões, com crescimento real de 13,02% ante 2011.
5. Campinas registrou R$ 23.536.458 bilhões, com perda real de 3,79% ante 2011.
6. Barueri registrou R$ 22.054.648 bilhões, com perda real de 2,29% ante 2011.
7. Jundiaí registrou R$ 18.136.402 bilhões, com ganha real de 4,05% ante 2011.
8. Sorocaba registrou R$ 13.603.207 bilhões, com perda de 4,25% ante 2011.
9. Ribeirão Preto registrou R$ 12.349.832 bilhões, com ganho real de 0,85%.
10. São Caetano registrou R$ 11.850.105 bilhões, com ganho real de 6,08% ante 2011.
11. Osasco registrou R$ 10.352.975 bilhões, com perda real de 9,36% ante 2011.
12. Santos registrou R$ 9.194.435 bilhões, com ganho real de 6,63%.
13. Santo André registrou R$ 9.068.666 bilhões, com perda real de 9,78% ante 2011.
14. Diadema registrou R$ 8.984.471 bilhões, com perda real de 9,64% ante 2011.
15. Piracicaba registrou R$ 8.747.289 bilhões, com perda real de 2,56% ante 2011.
16. Mauá registrou R$ 7.456.560 bilhões, com crescimento de 0,58% ante 2011.
17. Taubaté registrou R$ 7.381.714 bilhões, com queda de 7,83% ante 2011.
18. Mogi das Cruzes registrou R$ 6.230.235 bilhões, com queda de 4,87% ante 2011.
19. Sumaré registrou R$ 5.634.747 bilhões, com queda de 5,27% ante 2011.
20. São José do Rio Preto registrou R$ 5.420.088 bilhões, com crescimento real de 13,02% ante 2011.
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