O Ciesp de São Bernardo lançou programa de aconselhamento com dupla função. A notória é proporcionar consultoria gratuita a micro e pequenos industriais em temas como produção, logística, administração, finanças, gestão de pessoas e administração tributária. A função subliminar está na proposta de escancarar as portas ao maior número possível de atores produtivos para diluir o conceito historicamente arraigado de isolamento e inacessibilidade.
“Queremos ampliar o Ciesp com empreendedores que nunca se aproximaram e dos quais nunca nos aproximamos” — destaca o diretor-titular Mauro Miaguti, que assumiu a função em setembro de 2004 após atuar como diretor-adjunto.
A iniciativa batizada de Conselho Solidário representa oportunidade para pequenos empresários em apuros que gostariam de contar com respaldo gerencial, mas não dispõem de recursos financeiros. Os integrantes do conselho administrativo do Ciesp se dispõem a aconselhamento individual e sem custos a qualquer micro e pequeno industrial ou prestador de serviços diretamente relacionados à indústria. E não é preciso ser filiado para participar.
As sessões são realizadas na sede do Ciesp, no Bairro Nova Petrópolis, e têm de uma a duas horas de duração, dependendo da complexidade do caso. Os interessados só precisam se cadastrar pelo e-mail solidario.ciesp@terra.com.br e explicar o problema para que seja direcionado a um conselheiro com vivência no assunto específico. Depois é só aguardar o agendamento.
“A experiência transforma os conselheiros em espécie de coaches” — explica Mauro Miaguti, utilizando termo inglês que significa técnico, treinador, e foi importado do universo futebolístico para designar profissionais especializados em aconselhamento sobre carreira profissional.
Pelo menos 10 do total de 45 conselheiros se comprometeram com a empreitada que pode ser descrita como voluntariado empresarial. Entre os envolvidos estão Jair Altheman, diretor da Mazzaferro, Vitor Seravalli, diretor-industrial da Basf, Carlos Diegues, da indústria de moldes e ferramentaria Kayac, Roberto Gianinni, diretor de Operações da indústria química Carbono, e Hitoshi Hyodo, da ABC Tecnologia, de tecnologia da informação.
“A diversidade temática dos conselheiros permite abarcar os mais variados ângulos de negócios, de problemas com o fluxo de caixa e produção até falhas de comunicação entre departamentos, ponto crítico mais comum no universo corporativo” — destaca Mauro Miaguti. “Uma boa conversa com alguém que vive a realidade da produção e do mercado pode valer mais do que meses em sala de aula de faculdade ou contato com consultor profissional sem experiência prática” — aposta o diretor-titular.
Portas abertas
A constatação de que o Conselho Solidário embute função estratégica de aproximar o Ciesp de mais empresas é do próprio Mauro Miaguti, que não dissimula sobre a necessidade de ampliar o portfólio de 200 filiadas. “Precisamos mudar a idéia de que o Ciesp é apenas para empresas médias e grandes” — afirma Miaguti, proprietário da Balitek, fabricante de equipamentos de medição com 30 funcionários.
Miaguti tem procurado pulverizar a representatividade com nomeação de diretores em bairros e descentralização de reuniões plenárias mensais, das quais participam associados e convidados. “Antes as plenárias eram feitas somente na sede do Ciesp. Agora são realizadas também em empresas como Basf e Scania, o que torna o encontro mais interessante para o network” — explica Miaguti, recorrendo a mais um termo inglês para rede de relacionamento, um dos principais apelos do Ciesp ao lado de cursos, palestras, orientações sobre comércio exterior e acesso à cooperativa de crédito.
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