O Grande ABC emplacou 20 companhias no ranking das 500 que mais faturaram em 2006, de acordo com o anuário das Melhores e Maiores publicado por Exame, do Grupo Abril. Nada mal -- aparentemente -- já que a representatividade de 4% é mais que o dobro do PIB (Produto Interno Bruto). Mas é possível extrair conclusões menos animadoras de dois setores-chave entre 18 dissecados pela publicação.
No segmento batizado de auto-indústria, o Grupo Delga, de Diadema, reina sozinho entre 14 empresas de outras regiões do Estado e do País. E a listagem do setor químico-petroquímico é um pouco mais generosa ao contemplar duas empresas locais do total de 15: PQU, central de matérias-primas do Pólo do Grande ABC, e Henkel, de Diadema.
A afirmação de que o Grande ABC emplacou 20 empresas no ranking das 500 maiores precisa ser condicionada para que a realidade local não seja superfaturada. O fato de duas dezenas de companhias estarem sediadas na região não significa que a totalidade do faturamento provém das sete cidades.
A Volkswagen é a primeira do Grande ABC e a quinta colocada no ranking, atrás de Petrobras, BR Distribuidora, Ambev e Ipiranga. Mas estima-se que apenas 40% dos US$ 10,5 bilhões faturados pela empresa no ano passado foram gerados na fábrica Anchieta. Os 60% restantes vieram das plantas de automóveis de Taubaté e São José dos Pinhais, no Paraná, e da fábrica de motores de São Carlos. O mesmo acontece com GM e Ford, respectivamente nona e 15ª colocadas no ranking de Exame. A GM faturou US$ 8,4 bilhões com apoio das fábricas em São José dos Campos e da gaúcha Gravataí. E a Ford atingiu US$ 5,7 bilhões com valiosa contribuição de Camaçari, na Bahia.
O ranking das 20 maiores sediadas no Grande ABC segue com as seguintes empresas pela ordem de importância financeira: Casas Bahia, DaimlerChrysler, Toyota, Basf, Petroquímica União, Bridgestone Firestone, Scania, Delphi Automotive, Solvay Indupa, Termomecanica, Tenaris Confab, Coop, Tintas Coral, Eluma, Bombril, Magneti Marelli e Orbitall -- a única do setor de serviços, especializada em processamento de cartões de crédito e estabelecida em São Caetano. Logomarcas como Toyota e Delphi não passam de miragens porque a primeira mantém fábrica de autopeças no Grande ABC e produção de veículos em Indaiatuba, no Interior de São Paulo. E a segunda concentra prédio administrativo em São Caetano e unidades de produção no Interior paulista.
Melhores e Maiores
Além de compilar o ranking das maiores, Exame elegeu as melhores com base na análise de vetores contábeis como lucro líquido, patrimônio líquido, margem de vendas, giro, riqueza por empregado e investimento no imobilizado. E apenas uma das 15 melhores do segmento auto-indústria está sediada no Grande ABC, apesar de Volks, General Motors, Ford e DaimlerChrysler encabeçarem a lista das 10 maiores do segmento. Trata-se do Grupo Delga, que chegou em 10º lugar ao faturar US$ 127,9 milhões e lucrar US$ 5,3 milhões com fábrica de 700 funcionários em Diadema, além de outras duas em São Paulo e uma no Rio Grande do Sul.
No setor químico e petroquímico, a Petroquímica União ficou na quinta colocação. E a Henkel, que produz adesivos de uso industrial em Diadema e mantém três unidades em outras localidades, chegou na 14ª. Nos dois segmentos de honra o Grande ABC é obrigado a testemunhar a liderança de arqui-rivais: a Fiat foi eleita a melhor da auto-indústria por ter assumido a liderança do mercado interno nos últimos anos e a Copesul ganhou na categoria químico-petroquímica por ter tido o melhor desempenho em 30 anos de história. A central de matérias-primas do Rio Grande do Sul faturou US$ 3,810 bilhões e lucrou US$ 215,9 milhões enquanto a concorrente do Grande ABC vendeu US$ 1,981 bilhão e lucrou R$ 72,1 milhões.
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