Economia

Plásticos perto de
centros de A&D

MALU MARCOCCIA - 05/12/1998

A indústria de plásticos deu a largada na corrida para viabilizar o pólo tecnológico do Grande ABC. É a primeira cadeia produtiva da região a se habilitar junto ao PADCT (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico) para obter verba de R$ 1 milhão, cuja resposta está prometida para ainda este mês. Também os moveleiros se preparam para trilhar o caminho do PADCT, programa do Ministério da Ciência e Tecnologia que favorece projetos cooperativos para, primeiro, desenvolver metodologia de controle de processos nas pequenas e médias empresas, inclusive alguns equipamentos simples para melhorar a qualidade, e, segundo, ajudar a criar processos de precisão.


 


"As empresas desenvolverão capacitação e infra-estrutura. Com isso, dão importante passo para a pretendida criação dos Centros de A&D (Apoio e Difusão Tecnológica) no Grande ABC" -- anima-se o coordenador do grupo do pólo tecnológico da Câmara Regional, Armando Laganá.


 


O projeto dos plásticos deu entrada por meio do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológica) de São Paulo em setembro último. Do R$ 1 milhão, R$ 750 mil são provenientes do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e R$ 250 mil a contrapartida dos interessados, no caso a parceria empresas-Prefeituras-Abiplast (Associação Brasileira da Indústria de Material Plástico). A empreitada também conta com participação do Senai Mário Amato de São Bernardo,  que dispõe de curso e laboratório de plásticos, e do Centro Técnico Paula Souza, do governo do Estado.


 


Outra iniciativa do IPT para a área plástica, anunciada em seminário que em outubro debateu formas de dinamizar esse setor com 487 fabricantes identificados na região e cerca de 12 mil trabalhadores, é o Prumo (Projeto de Unidades Móveis). São dois veículos utilitários que levarão laboratórios e especialistas do IPT até as empresas. Nessa nova forma de disponibilizar tecnologia às pequenas e médias indústrias, a unidade móvel permanece de um a dois dias nas organizações fazendo ensaios de matérias-primas e do produto acabado.


 


O seminário ajudou ainda a empurrar o setor transformador de plásticos para providências importantes, como maior integração com a PQU (Petroquímica União) e fornecedores de resinas plásticas, o que pode culminar com a criação de uma central de intermediação de matérias-primas, a implantação da regional da Abiplast e instalação de um pólo de moldes cujo alvo é transformar o ABC em um Centro de Excelência em Plásticos.


 


Armando Laganá também está satisfeito com o anúncio do governador reeleito Mário Covas de trazer para o Grande ABC um braço da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo). Além de cursos voltados para tradicionais e novas vocações produtivas locais, como de química e em áreas mais avançadas de comunicações (multimídia, software, tratamento de imagem etc), a Politécnica preencheria imperdoável vácuo regional, que é a fixação de pesquisadores no Grande ABC.


 


Outro item que anima o coordenador do pólo tecnológico na Câmara Regional é o fundo de aval criado pelo governo do Estado e que já ganhou R$ 2,5 milhões no orçamento de 1999. Laganá acha que é só um valor referencial, que pode crescer. "Mais do que quantidade, precisamos ter demandas de qualidade. Precisamos ter bons projetos para pleitear as verbas disponíveis" -- incentiva. Sua expectativa é pela transformação da NossaCaixa NossoBanco em agente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Com isso, o fundo de aval federal do BNDES, que cobre de 50% a 60% dos projetos, trabalharia com a faixa de 70% do fundo de aval de São Paulo. "Também esperamos que, vendo os bancos estatais trabalhando a linha, o sistema financeiro privado se anime a fazer o mesmo" -- aposta.


 


Os centros setoriais de Apoio & Difusão Tecnológica dos plásticos e moveleiros são as ações mais próximas de concretização a partir da mobilização dessas atividades na busca de qualidade e competitividade. Na estrutura idealizada pelo grupo temático da Câmara Regional para o pólo tecnológico, os centros de A&D auxiliariam setores menores a absorver o que já existe no mercado, casos dos plásticos, moveleiros, químicos, manufatura mecânica e meio ambiente.


 


Cadeias com grande ascendência sobre as demais, como a automobilística e a petroquímica, seriam estimuladas a implantar centros de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), ou seja, a criar novidades.


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