O subgrupo de plásticos da Câmara Regional já definiu quatro itens principais do documento que resume as propostas do workshop sobre a criação do pólo de moldes no Grande ABC. A redação deve estar concluída neste início de mês. Depois da participação institucional na Brasilplast (Feira Internacional da Indústria do Plástico), o subgrupo também se empenha em organizar pesquisa que ouve as 600 empresas do setor no Grande ABC sobre a criação do Centro de Negociação para compra conjunta de matéria-prima. O setor de plásticos responde por 7% do PIB nacional e o volume de negócios fechados na feira leva os empresários da região a apostar em crescimento de produção para este ano.
Um dos itens do documento do pólo de moldes aponta a alta do dólar como principal estímulo à implantação. Com a desvalorização cambial, não é mais vantajoso para as empresas importar moldes e produtos prontos como acontecia nos últimos anos. Na sequência está a busca de parceria com a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas), que, segundo o diretor executivo do Sindicato dos Químicos do ABC e membro do subgrupo, Carlos Augusto César Cafu, desenvolve projetos semelhantes para outros locais do Estado. O subgrupo pretende também ampliar a participação em feiras de negócios e catalogou sete eventos nacionais e três internacionais para imprimir a marca da Câmara Regional em estandes ou institucionalmente.
O último ponto do documento está voltado à qualificação da mão-de-obra. A exemplo do Projeto Alquimia, que já tem 1,5 mil trabalhadores em treinamento, o Programa de Capacitação Gerencial vai buscar parceria do Sebrae e dos Ciesps para reciclar e capacitar profissionais da área de gerência nas pequenas e médias empresas. Cerca de 70% das empresas de plástico do Grande ABC contam com até 50 funcionários. "Empresas menores estão mais suscetíveis a problemas de gerenciamento e até disputas familiares" -- avalia Cafu.
O subgrupo de plásticos tem ainda expectativa de encerrar no final do mês pesquisa sobre a criação do clube de compras, cuja denominação preliminar é Central de Negociações. Até agora apenas 12% das 600 empresas consultadas devolveram os questionários. Todos trazem sinal verde para a atuação em conjunto. A lógica do projeto não tem segredo. Trata-se de reunir empresas que usam a mesma matéria-prima, negociar volumes maiores de compra, reduzir custos e aumentar a competitividade do produto.
Brasilplast
A sétima edição da Brasilplast garantiu otimismo às 50 empresas do Grande ABC que participaram do evento. O público 6% maior refletiu positivamente no volume de transações. A Solvay do Brasil, que já anunciou investimentos de US$ 200 milhões no parque industrial do Brasil nos próximos cinco anos, recebeu 1,7 mil visitantes em seu estande, 500 a mais do que no ano passado. A Termotec Termoplásticos Técnicos, de São Bernardo, fornecedora de matéria-prima para injeção de peças automotivas, de eletroeletrônicos e de brinquedos, conseguiu pela primeira vez realizar negócios na feira após o terceiro ano de participação. "Os pedidos vão impulsionar a produção em 5% e já aumentamos um turno de trabalho" -- comemora a gerente comercial Renata Daruj Gil.
Também a Sehi Sistemas, de Diadema, que fabrica equipamentos para lubrificação de máquinas, saiu otimista. "O resultado da feira foi rápido e já temos novos clientes nos procurando" -- revela Sérgio Roma, da equipe de vendas que atendeu na Brasilplast.
A sétima edição da Brasilplast reuniu 1.020 expositores, 550 nacionais e 470 estrangeiros de 36 países, e público de 50 mil pessoas. Durante a feira o presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), Merheg Cachum, entregou documento ao secretário da Camex (Câmara de Comércio Exterior) que mostra as possibilidades do setor de dobrar para US$ 600 milhões as exportações diretas até o ano 2002. Segundo Chachum, isso é possível com redução da carga tributária, garantia de financiamento e facilidade de acesso a novas tecnologias.
Também foi lançado durante a feira o Programa Prumo, do governo estadual, em parceria com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), o INP (Instituto Nacional do Plástico) e o Sebrae (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa). Por meio de duas vans que funcionam como laboratórios móveis, técnicos do IPT farão diagnóstico in loco sobre problemas técnicos e análise de matéria-prima e produto. As primeiras 350 empresas que solicitarem o apoio terão atendimento gratuito. Calcula-se que metade seja da região.
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