Economia

Prumo busca
adeptos na região

VERA GUAZZELLI - 05/11/1999

Capacitar para sobreviver. Se a expressão era insuficiente  para convencer empresários ainda arredios à importância de estar tecnologicamente atualizado, a apresentação do Projeto Prumo durante o seminário Evolução do Mercado Brasileiro do Plástico, no Ciesp de Diadema, ajudou a chacoalhar os mais reticentes. Lançado  em março, o programa de capacitação busca adeptos na região. É desenvolvido pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo), INP (Instituto Nacional do Plástico) e Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Para estimular a participação, 12 cases de empresários contemplados pelo projeto depõem a favor da iniciativa.


 


As estatísticas apresentadas pela coordenadora do IPI no Projeto Prumo, Maria do Carmo Zorzenon Simi, estão longe de soar como retórica. São números animadores. Das 82 empresas atendidas em todo o Estado, 90% conseguiram melhorar a qualidade do produto. No Grande ABC, a adesão ainda não contabiliza os dedos de uma mão.  O IPI coloca à disposição duas vans equipadas com laboratório móvel, engenheiros e técnicos em plásticos para atendimento de um a três dias, in loco. O solicitante paga R$ 900, expõe os principais problemas e recebe assessoria tecnológica para aprimorar o processo produtivo.


 


Apesar da prioridade para a primeira chamada, existe a possibilidade de a mesma empresa ser contemplada duas vezes no ano. O sigilo é garantido. Dos participantes, 10% já solicitaram o segundo atendimento. "Oferecemos solução" -- enfatiza Maria do Carmo.


 


A Termotec Termoplásticos, de Diadema, é uma das poucas empresas do Grande ABC que testaram o Projeto Prumo. Segundo a gerente Renata Daruj Gil, durante três dias os técnicos passaram informações essenciais sobre o processo produtivo para funcionários e ajustaram problemas com clientes, que reclamavam da especificação do material fornecido . "Foi uma parceria acertada" -- festeja.  A Termotec se apressou em buscar a capacitação porque negocia joint-venture com empresa italiana para produzir resinas antichama.


 


"O setor de plásticos só continuará crescendo se capacitarmos as empresas" -- argumenta o diretor-superintendente do INP (Instituto Nacional do Plástico), Paulo Dacolina. A afirmação também está subsidiada pelo argumento irrefutável dos números: 93,3% das empresas transformadoras de plásticos no Brasil são micro ou pequenas. Juntas são responsáveis por 84,8 mil dos 181,4 mil empregos gerados. Nos últimos cinco anos o setor vem apresentando crescimento médio de 12,6% ao ano, com projeções de continuar em ascensão por mais uma década.  A impulsão encontra receptividade em três segmentos. Embalagens representam 47% do mercado,  construção civil 16%, e peças técnicas para indústria automotiva, linha branca de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, 10%. O restante fica dividido entre outras aplicações.


 


Projeto Alquimia


 


O Alquimia, projeto de capacitação profissional da Câmara Regional e do Sindicato dos Químicos do ABC, forma a primeira turma em dezembro. Dos 1.505 alunos, 70% dos quais desempregados, 30  conseguiram recolocação profissional em função da especialização em  Qualidade de Materiais Plásticos, Manutenção Preventiva, Injeção e Extrusão. O próximo passo é firmar acordo com a Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) para que as empresas do setor dêem preferência de contratação aos profissionais formados pelo Alquimia. As inscrições para novas turmas, com início em março,  estão abertas no Sindicato dos Químicos do ABC.


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