O calendário do tão esperado janeiro de 2000 reservou boas novas para o Grande ABC. A injeção de cifras chega em hora oportuna e oxigena os setores industrial e comercial. Além disso, projetos de grande porte como o Cidade Pirelli, em Santo André, dão os primeiros sinais de mudanças no perfil urbano da região. Depois de passar mais de um ano envolto por litígios de desapropriações, o megaempreendimento acertado entre a Prefeitura e a fabricante de pneus e cabos elétricos começa a brotar no asfalto: as obras de duplicação da Avenida Giovanni Batista Pirelli têm início previsto para este mês, conforme ajustes na reunião entre representantes da empresa e da Administração Pública em dezembro de 1999.
O encontro contou com a participação de Guerino Savio, dos Estados Unidos, responsável pelos projetos urbanísticos da Pirelli no mundo. O secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Irineu Bagnariolli, garante que o cronograma será seguido, mesmo que algum resíduo indenizatório persista. Só não há previsão para o término da obra.
A Cidade Pirelli prevê investimentos de R$ 200 milhões na realização de projeto urbanístico assinado pelo arquiteto Edo Rocha. Envolve um centro administrativo e de lazer estruturado em diversos blocos comerciais aptos à instalação de escritórios, pequenas indústrias de alta tecnologia e empresas de prestação de serviços. O complexo prevê ainda Rua 24 horas, cinemas e hotel. O projeto será edificado em área de 200 mil metros quadrados entre as avenidas Giovanni Batista Pirelli e Alexandre de Gusmão, na Vila Homero Thon, em Santo André.
Paralelamente à intervenção urbanística, a Pirelli Pneus anunciou que reservou US$ 100 milhões para injetar nos próximos três anos, em partes iguais, nas três plantas brasileiras -- Santo André, Campinas e Gravataí (RS). O Banco Europeu de Investimentos entrará com US$ 40 milhões e o restante será reserva própria. Além de modernização tecnológica, a aposta é no aumento da produção em 20% para dar conta do crescimento do mercado de reposição de pneus, que representa metade das vendas da marca.
Alcan líder
Do lado oposto da cidade, a Alcan Alumínio do Brasil guarda fôlego para atingir as metas programadas para este ano. Recém-empossado, o gerente de fábrica Paulo Motta Júnior tem pela frente o desafio de fortalecer a unidade de Utinga para torná-la líder em folhas de alumínio na América do Sul. Afinal, todos os olhos da Alcan mundial estão voltados para o setor de folhas, que tem como principal mercado a produção de embalagens longa vida. Só no ano passado o segmento cresceu 3% e a previsão é de mais 7% em 2000.
Para encarar essa tendência, a Alcan terá de convencer a matriz a desaguar na região investimento de US$ 30 milhões destinados a equipamento necessário para enfrentar o concorrente importado, que domina 25% do mercado nacional. "Temos prazo de dois anos para consolidar o investimento" -- anima-se Paulo Motta.
Atrair os recursos para Santo André não é tarefa fácil, pois a instalação dos equipamentos demanda expansão da área física em 20 mil metros quadrados. Caso a matriz canadense perceba na ponta do lápis pouca vantagem em adquirir terreno e instalar as máquinas, os US$ 30 milhões terão a rota desviada para Pindamonhangaba, onde a Alcan mantém unidade de chapas de alumínio. "Não corremos risco de transferir a produção de Santo André" -- garante Motta Júnior.
A chegada das cifras praticamente duplicará o capital empregado na unidade de Santo André e garante a criação de 25 postos de trabalho. Independente dos US$ 30 milhões, a unidade de Utinga já pode contar com investimentos de US$ 7 milhões neste ano. A expectativa é elevar a receita de US$ 44,3 milhões registrada em 1999 para US$ 59,3 milhões. Com 200 funcionários, a planta tem capacidade para produzir 30 mil toneladas/ano.
Já a Madeirense colocou R$ 5 milhões no complexo do ABC Plaza Shopping, no Município, para erguer a segunda maior loja entre as 12 que tem no Estado. Gerou 300 empregos, 180 dos quais diretos, prometendo dispor do mais variado mix de artigos da rede de material de construção. Outro empreendimento que acena com volume e diversificação é o Cristal Casa Shopping, que abre neste mês abrigando 30 lojas de móveis e decorações. O centro de compras aposta na localização como um dos atrativos: em Rudge Ramos, São Bernardo, na divisa com São Caetano e São Paulo.
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