Economia

Formalização rende divisas

VERA GUAZZELLI - 16/06/2005

As parcerias com Banco do Brasil e Sebrae simbolizam os primeiros dividendos da formalização jurídica do Pólo de Cosméticos de Diadema. As instituições firmaram contratos para oferecer suporte operacional e apoio financeiro às ações de divulgação e venda programadas para este ano no Brasil e no exterior e representam reforço considerável para a consolidação definitiva do grupo. Com identidade legal, a gestão do Pólo trilha pelo indispensável caminho da profissionalização para transformar em números positivos a iniciativa voluntariosa iniciada há três anos.


 


A independência jurídica do Pólo de Cosméticos de Diadema sempre foi considerada essencial para o sucesso da empreitada. No entanto, o modo de trabalhar mudou muito pouco desde que o grupo passou a contar com CGC. A diferença substancial está na possibilidade de apresentar garantias legais para ter acesso a contratos, serviços e convênios públicos e privados. “Sem documentação em ordem, não é possível concretizar transações, principalmente com instituições financeiras” — explica o coordenador geral do Pólo, Ricardo Fioravanti.


 


O Banco do Brasil se tornou espécie de patrocinador, ao repassar subsídio mensal ao Pólo. A logomarca do BB aparece em folders, cartazes, catálogos e várias ações promocionais. As empresas de Diadema também utilizam os serviços do banco, principalmente nos chamados levantamentos NCM, código internacional que identifica a comercialização de cosméticos. Essas pesquisas subsidiam as negociações e rodadas de negócios muitas vezes realizadas nas próprias agências do Banco do Brasil no exterior.


 


A agenda deste ano prevê 10 atividades para fortalecer a internacionalização da marca de Diadema. Quatro já foram cumpridas. O Pólo esteve presente na Cosmoprof de Bologna, na Itália e em eventos similares na Argentina, Chile e Dubai, nos Emirados Árabes. Em todos esses países existe a expectativa real de concretizar negócios. “É trabalho de prospecção que exige paciência e feeling, já que os resultados nem sempre são imediatos” — analisa Ricardo Fioravanti, após cumprir quase metade da terceira agenda internacional.


 


O principal resultado da maratona de viagens que teve início em 2003 está nos US$ 2,5 milhões que o Pólo deve faturar com vendas externas até o final do ano. A estimativa tem como base contratos de fornecimento já sacramentados e está ancorada nos serviços da ICC Chile. A empresa é braço de comercialização e distribuição da Karina Cooper, uma das empresas de Diadema, e tem feito papel de plataforma de lançamento em solo chileno dos produtos fabricados no Grande ABC. O modelo ainda está em fase inicial, mas já desponta como alternativa mais viável para concretizar negócios a curto prazo.


 


“Queremos reproduzir a experiência em pelo menos mais dois países até o final do ano” — anuncia Ricardo Fioravanti. Ele garante que o Pólo trabalha para instalar imediatamente um braço de negócios no Oriente Médio e outro na América Latina, provavelmente México ou Venezuela. Esses mercados, especialmente o árabe, foram escolhidos porque não produzem volume suficiente de cosméticos para atender a demanda doméstica.


 


Roda Nacional


 


O Pólo de Cosméticos planeja também o Roda Nacional de Negócios, para percorrer 10 cidades brasileiras no segundo semestre. As ações estão programadas para Campinas, Ribeirão Preto, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Fortaleza. Além de ajuda financeira, o Sebrae vai cuidar da gestão de cada evento e repassar ao Pólo ferramentas utilizadas em experiências bem-sucedidas de aproximação entre compradores e vendedores.


 


A cadeia produtiva de cosméticos de Diadema envolve mais de 100 empresas entre as quais se incluem produtoras de matéria-prima e embalagens. Do total, 68 estão associadas e utilizam um ou mais serviços da linha composta por participação em feiras, compras conjuntas, rodadas de negócios e ações de treinamento e qualificação. Não há cobrança de mensalidade. Cada participante só paga a parte que lhe cabe no rateio de despesas. “É maneira democrática de ampliar a participação e evitar eventuais privilégios, já que só paga quem usa” — considera Ricardo Fioravanti. Além da cobrança de serviços e de convênios com o Banco do Brasil e o Sebrae, o Pólo também recebe ajuda da Prefeitura de Diadema, que colabora com infra-estrutura, pessoal e abriga escritório de representação nas dependências da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.


 


O Pólo de Diadema também pleiteia financiamento do BNDES para construir centro tecnológico. O projeto ainda está em fase de construção, não tem valor definido, mas algumas características do gerenciamento já foram acertadas, caso da direção tripartite formada por um dirigente do Pólo, um profissional de mercado e o representante de uma instituição de Ensino Superior. A expectativa é incluir o projeto na recente linha de crédito anunciada pelo BNDES para os APLs (Arranjos Produtivos Locais).                  


 


 


 


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