Economia

Crise regional dá mais
força ao capitalismo

DANIEL LIMA - 12/08/2005

Empreender deixou de ser pecado no Grande ABC, reduto do sindicalismo arredio ao capital a partir do final dos anos 1970. As repercussões daquele período vararam o tempo. Milhares de trabalhadores transferiram para o mundo externo das fábricas conceitos socialistas de exploração do capital. Mais que exorcizar antagonismo aos detentores de negócios, a constatação de que dono de empreendimento formal ou informal não é mais bicho-papão admite até a possibilidade da formulação de agremiação política que cuide dos próprios interesses da classe -- o PE (Partido dos Empreendedores).


 


A sugestão de nova agremiação foi apresentada por LivreMercado em dezembro de 2000. Em fevereiro do ano seguinte uma nova matéria repercutiu o assunto. Agora, em plena efervescência dos escândalos do mensalão envolvendo principalmente o PT, o Partido dos Empreendedores se converte em opção.


 


Sim, o mesmo Grande ABC onde emergiu o Partido dos Trabalhadores reconhece que o Partido dos Empreendedores seria saída para a regeneração do tecido social e econômico de um País trôpego. O contraponto de classe representativa é um desafio para cientistas sociais e políticos, sem contar rastreadores de motes de candidaturas que se tentam tornar viáveis nas próximas eleições.


 


A valorização do empreendedor na terra dos sindicalistas e dos trabalhadores que durante mais de duas décadas hostilizaram empreendimentos privados está caracterizada pelo menos para um público selecionado, integrado por membros do Conselho Deliberativo do Prêmio Desempenho da revista LivreMercado e do Conselho Editorial do Diário do Grande ABC.


 


Um trabalho de pesquisa amplo, envolvendo todos os espectros sociais e econômicos, poderia dar resposta mais apropriada aos novos tempos de desmoronamento ético do Partido dos Trabalhadores e de confirmação de que as demais agremiações não fogem do tradicionalismo de fazer política no País, já que também estão enlameadas pelo financiamento espúrio de campanhas, entre outras traquinagens desdobradas das denúncias do deputado federal Roberto Jefferson.


 


Classe média


 


O edifício de classe média sobre o qual se orientou a enquete formulada pela newsletter CapitalSocial Online durante o mês passado e transposta com exclusividade para esta edição de LivreMercado não minimiza a importância dos resultados. Nada menos que 43% dos profissionais de diversas áreas que responderam à sondagem através de questionário de enunciados excludentes aprovam a criação do Partido dos Empreendedores. Outros 50% dizem preferir que os capitalistas com empresas formalizadas ou que atuam como autônomos e informais deixem de lado a idéia de um novo partido, mas que lutem para sensibilizar partidos já existentes. Apenas 7% decidiram que não há vez no espectro partidário nacional para quem de alguma forma participa diretamente do mapa econômico, porque os partidos que estão no mercado de votos são arredios à inovação em intensidade semelhante à falta de interesse dos próprios empreendedores em protagonizar democracia representativa do voto.


 


A decisão de ouvir público formado por duas centenas e meia de integrantes do Conselho Deliberativo do Prêmio Desempenho e uma centena de titulares do Conselho Editorial do Diário do Grande ABC decorreu de declarações do professor Roberto Mangabeira Unger, pré-escolhido pelo PDT para concorrer à disputa presidencial do ano que vem. Mangabeira Unger esteve na região no começo do mês passado e a pregação mais insistente que destilou entre convidados a quem dirigiu discurso aparentemente elitista de professor da concorridíssima Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, centrou fogo na captura do eleitorado formado por empreendedores de pequeno e médio porte das áreas comercial, industrial e de serviços, formais e informais. Uma massa imensa à deriva num País que insiste em patinar economicamente, com crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) escasso de 0,3% ao ano nos últimos 20 anos.


 


Proposta recuperada


 


O martelamento do professor Roberto Mangabeira Unger em prol de empreendedores brasileiros que já não conseguem encaixar-se no convencionalismo do emprego formal cada vez mais rarefeito levou LivreMercado a recuperar a inédita proposta de composição do Partido dos Empreendedores, formulada na edição de dezembro de 2000.


 


Naquela oportunidade, o Partido dos Trabalhadores transmitia a sensação de que poderia ocupar um buraco de representatividade no espectro partidário nacional, como de fato ocorreu. Entretanto, mesmo assim, configurava-se quadro de orfandade do outro lado da moeda econômica sob o guarda-chuva de antigas, estereotipadas e desgastadas expressões de direita e esquerda. Ou seja, quem de fato pudesse se contrapor construtivamente ao que se imaginava como desequilíbrio nas relações entre capital e trabalho.


 


O Partido dos Empreendedores foi colocado à mesa de sugestão por esta revista há quase cinco anos como provocação às agremiações tradicionais que tratam com desdém absoluto pequenos comerciantes e prestadores de serviços autônomos e informais. Preferem, como confirmou o mensalão, ir diretamente às fontes mais generosas de financiamento de campanha -- as empreiteiras e as concessionárias de serviços públicos, o sistema financeiro e outros monumentos capitalistas.


 


Embora aparentemente seletiva, porque envolve universo de participantes da esfera dos incluídos sociais, o resultado da enquete de LivreMercado pode sinalizar sim mudança radical de compreensão do valor do capitalismo numa região que, paradoxalmente, embora embalada pelo setor industrial ao longo de décadas, encontrou forte resistência de trabalhadores influenciados pelo sentimento da colonizadora cultura ibérica de que é mais fácil um camelo passar por um buraco de agulha do que um rico ganhar o reino dos céus.


 


Tudo explicado


 


Não fosse assim não teria alcançado tanto sucesso o Novo Sindicalismo, como ficou conhecido o poder quase miraculoso do então operário Lula da Silva em conduzir massas de trabalhadores de montadoras de veículos e autopeças. Eram tempos em que o capital multinacional limitava a possibilidade de mobilidade social com referenciais draconianos na relação com os trabalhadores. Exageros à parte, ideologias à parte, o sindicalismo de Lula da Silva e de seus seguidores contribuiu para a valorização da mão-de-obra regional.


 


Os ganhos dos metalúrgicos acabaram repassados a outras categorias profissionais em acordos salariais nem sempre diplomáticos. Não faltam estudos que demonstram com números insofismáveis que a média salarial dos trabalhadores do Grande ABC é superior à da maioria dos pólos industriais do País. Esse lado da moeda é prova das conquistas trabalhistas, principalmente nas empresas de porte que podem sustentar custos maiores de produção.


 


O outro lado é que por causa de absoluta ausência de planejamento do Estado, a guerra fiscal instaurou políticas erráticas, quando não canibalizadoras, a ponto de tornar o Grande ABC pedaço praticamente desprezado por novos investidores. Tanto que o corpo e a alma industrial do Grande ABC são a indústria automotiva, cujos aportes de recursos têm se concentrado em novas tecnologias, processos e métodos de produção, medidas sintomáticas da premência de quebrar a espiral de custos com a inevitável redução da mão-de-obra.


 


Ironicamente, foi a política de valorização dos trabalhadores industriais adotada por Lula da Silva e seus companheiros grevistas a partir do final dos anos 1970 que lubrificou a engrenagem da contra-revolução econômica no Grande ABC. Sim, foi por causa dos custos adicionais de produção, entre outros pontos, que as multinacionais automotivas preferiram deslocar novas plantas a outras geografias do País.


 


Sangramento regional


 


A reestruturação produtiva apressadamente aplicada durante o governo Fernando Henrique Cardoso sangrou o mapa de autopeças do Grande ABC. A perda de 100 mil empregos industriais com carteira assinada na região durante os anos 90 obrigou parcela dos deserdados a competir como empreendedores em diversas áreas, principalmente no comércio e serviços. Rescisões trabalhistas polpudas permitiram a construção de sonhos e pesadelos de novas ocupações. Sonhos para quem acertou o passo do empreendedorismo. Pesadelo para quem não conseguiu manter-se num mercado de negócios cada vez mais competitivo e desprotegido.


 


Do outro lado do balcão, agora como empreendedores, forjou-se nova categoria na região. As dores de enfrentar um Estado pantagruélico que arrecada cada vez mais, e de sentir o desprezo de políticas públicas desenvolvimentistas, provavelmente operaram mudanças profundas no antigo operariado que virou patrão de si próprio ou de poucos colaboradores, síntese dos pequenos negócios formais e informais no País.


 


A distinção entre empresário e empreendedor está embutida estrategicamente na denominação do PE. Embora também faltem estudos a respeito, o verbete empresário tem conotação menos catequizante que empreendedor. A esquerda estigmatizou o empresariado durante o período de enfrentamentos por melhores salários e condições de trabalho. Por isso, o verbete empreendedor ficou a salvo de retaliações. Semanticamente é analisado como algo mais palatável mesmo entre socialistas radicais. Empreendedor passou a ter significado mais nobre e maleável no regime capitalista. Empresário está mais relacionado a grandes negócios. Provavelmente a mesma enquete de CapitalSocial Online que trocasse Partido dos Empreendedores por Partido dos Empresários teria resultados diametralmente diferentes.


 


Posições pessoais


 


Uma parcela de leitores da newsletter CapitalSocial Online selecionada para apontar uma das três alternativas à possibilidade de criação do Partido dos Empreendedores preencheu outra sugestão: emitiu opinião pessoal que complementou a opção escolhida. A reserva de espaço para manifestações foi acrescentada na enquete como forma de personalizar posicionamentos. O que apresentamos nesta edição em espaço apropriado é um resumo das posições adotadas pelos leitores mas não foge, na essência, ao conjunto de parágrafos porque cada um deles foi desafiado a se manifestar em objetivas 10 linhas.


 


O resultado final da enquete favorável à maior participação de empreendedores na atividade político-partidária, quer como defensores de nova legenda, quer como reforços das atuais agremiações, não consegue disfarçar nos textos complementares divergências entre leitores que defendem a inserção política de empreendedores mas divergem sobre a forma. Quem assume postura francamente favorável à criação do Partido dos Empreendedores é tão convincente quanto quem espera que os agentes econômicos formais e informais exerçam a função de sensibilizadores da classe política tradicional, atuando portanto na retaguarda, sem envolvimento partidário direto.


 


O empresário Nelson Tadeu Pereira tem experiência de sobra para desestimular a criação do Partido dos Empreendedores, por entender que as próprias associações empresariais mal se mantêm. Entretanto, quem acha que a opinião é indestrutível comete erro de julgamento apressado, porque outro empresário, Mário César de Camargo, diretor da Gráfica Bandeirantes e presidente da Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica) caminha por vertente oposta e igualmente respeitável: "Se os ecologistas podem fundar um partido para representar suas idéias, por que não os empreendedores?".


 


Maioria moderna


 


O ziguezague de interpretações favoráveis e contrárias a articulações que poderiam determinar a criação do Partido dos Empreendedores encontra no reitor da Faenac (Faculdade Editora Nacional) de São Caetano, Valmor Bolan, mais pontos de vista apreciáveis, um dos quais resumido na seguinte frase: "O PE tende a ser o partido da maioria moderna". Em contraposição, o secretário de Finanças da petista Prefeitura de Santo André, Antonio Carlos Granado, economista sempre moderado, repõe o debate num eixo de novas dúvidas sobre a melhor saída para a classe dos empreendedores: "Os chamados empreendedores, apesar de algumas características importantes em comum, comportam variedade de interesses econômicos e políticos tão diversa que, de maneira impossível, caberiam em uma mesma agremiação".


 


Quem acha que se esgotou o repertório de avaliações contraditórias deve correr os olhos com atenção para o depoimento de Adauto Campanella, advogado, filho do ex-prefeito de São Caetano, Anacleto Campanella, um dos emancipacionistas dos anos 1950 e atual chefe de gabinete do prefeito José Auricchio Júnior: "Só o mercado trata desigualmente os desiguais, dando a cada um o valor que realmente tem", disse em defesa do PE. Já o empresário e executivo privado Jayme Marques, recomenda ação apenas institucional dos empreendedores: "Vejo com muitas dificuldades os atores informais se revelarem e estarem lado a lado com os formais na composição de uma representatividade político-partidária válida e duradoura".


 


Entre os 7% de leitores de CapitalSocial Online que desprezaram as duas primeiras alternativas propostas pela enquete, de criação do Partido dos Empreendedores ou de corpo-a-corpo da classe junto aos políticos de carreira, o geógrafo Josué Catharino Ferreira, educador em Santo André, argumentou: "Na estrutura arcaica do sistema político brasileiro, dificilmente haveria espaço para o Partido dos Empreendedores" -- destilou Catharino uma carga de ceticismo semelhante à do empresário Leandro Homero Thon, também descrente de espaço para o empreendedorismo na vida pública, direta ou indiretamente: "O atual modelo impõe diversas barreiras para o cidadão de bem, honesto e empreendedor participar da vida política brasileira" -- escreveu com contundência.
 


Depoimentos


 


Antonio Carlos Granado, economista: "Os chamados empreendedores, apesar de algumas características importantes em comum, comportam variedade de interesses econômicos e políticos tão diversa que, de maneira impossível, caberiam em uma mesma agremiação político-partidária. O fortalecimento das instituições empresariais pode ensejar maior participação política, gerando instrumentos legítimos de inserção".


 


Maria Paula Rizzo, professora: "Através de minha participação na política regional e de meu constante convívio com empreendedores, entre outros cidadãos, concluo que qualquer pessoa é um agente político, mesmo quem se posiciona contra a política".


 


José Carlos Rodrigues, empresário: "Um partido político tem como finalidade maior obter o poder político e governar para todos os segmentos da sociedade e não apenas para um determinado segmento. A melhor maneira mesmo é uma vigorosa atuação institucional, trabalhando para eleger políticos que se comprometam com os setores produtivos".


 


Adauto Campanella, advogado: "Um partido específico definiria a opção do eleitor. Se não bastasse, precisamos incutir na cultura política limitada de nosso País a importância do empreendedorismo, que traz desenvolvimento, gera impostos, proporciona inclusão social. Só o mercado trata desigualmente os desiguais dando a cada um o valor que realmente tem. Basta de hipocrisia social-democrata; basta de socialismo paternalista corporativo anacrônico perdulário. Salve o capitalismo liberal. Viva a liberdade".


 


Nice Batista, militar reformada e psicóloga: "Com mais um partido de uma classe específica não sei se a curto e médio prazo teríamos resultados satisfatórios; por isso, temos que insistir em ações mais imediatas".


 


Sandra Papaiz, empresária: "Não vejo necessidade de criar um partido. Vejo a necessidade de maior engajamento dos empreendedores em suas associações e sindicatos".


 


Jayme Marques, executivo privado: "Vejo com muitas dificuldades os atores informais se revelarem e estarem lado a lado com os formais na composição de representatividade político-partidária válida e duradoura. Espero maior atuação dos empreendedores na execução do que na legislação, demonstrando que capacidade e pragmatismo de obter resultados econômicos e sociais dinamizam e mobilizam a nação".


 


 


Rodrigo Danelis Molina, advogado: "No cenário político-partidário não há sequer um único representante legítimo dos empreendedores. Não é raro os empreendedores frustrarem-se com o mandato de pseudo-representantes".


 


Mário César de Camargo, empresário: "Se os ecologistas podem fundar um partido para representar suas idéias, por que não os empreendedores? O Brasil tem a maior taxa de empreendedorismo do planeta, superior à americana, com 18 milhões de trabalhadores por conta própria, ou 10% da população, enquanto nos Estados Unidos essa porcentagem é de 8%. Essa alta taxa explica-se muito mais pela falta de opções do que por vocação econômica natural".


 


Agnaldo de Cassio Moreira, advogado: "As dificuldades para eventual estruturação e formação do PE seriam inúmeras, sobretudo devido a complexidade de os pequenos abdicarem de seu tempo para atividade partidária. Entretanto, com determinação e força de vontade podem fazer a diferença".


 


Antonio Carlos Micheloni, publicitário: "Todo empreendedor precisa atuar de forma incisiva na formação de grupos para sensibilizar as classes representativas à constituição do PE".


 


Valter Adalberto, comerciário: "A melhor defesa é o ataque. Ataque à falta de política para a valorização da livre-iniciativa. Empreendedores somente são lembrados em épocas de financiamento de campanhas eleitorais".


 


Josué Catharino Ferreira, geógrafo: "Na estrutura arcaica do sistema político brasileiro, dificilmente haveria espaço para o Partido dos Empreendedores. Além disso, há uma característica bem capitalista: a concorrência, na qual a tendência é de os grandes grupos econômicos centralizarem e concentrarem os capitais, deixando em seu rastro uma legião de perdedores".


 


Odovaldo Pinto, empresário: "A representatividade política está distorcida e os políticos só pensam em projetos pessoais. Iludem o povo, se corrompem e só por ser muito rico e grandioso o Brasil não entra em colapso".


 


Luiz Cesário França, empresário: "Os pequenos e médios empreendedores morrem na vala do descaso político e econômico. Um partido político voltado aos interesses da classe empresarial com certeza daria lições de administração e desenvolvimento".


 


João Paschoal, empresário: "Antes de criar partidos políticos o empreendedor precisa aprender a se unir. Para isso, deve despir-se do comportamento arcaico de não frequentar as associações de classe por se julgar acima da necessidade e da inteligência média. Deve aprender a discutir entre seus próprios concorrentes, fornecedores e clientes. Deve também aprender a fazer política dentro e fora de seu meio como caminho para cobrar e exigir dos políticos atuais postura de respeito com o empreendedor".


 


Cláudio Rubens Pereira, consultor empresarial: "Não estou convencido de que a segmentação da atividade política associando-se aos interesses e necessidades de setores econômicos seja a solução. A experiência tem mostrado que atitudes semelhantes quase sempre levam à visão curta, limitada, reduzida e distorcida dos deveres e dos direitos de cada elemento da comunidade consigo e com a própria sociedade".


 


Eugenio Antonio Comparini Junior, securitário: "Acredito que talvez seja o momento oportuno de formar um novo conceito em política, diferente do modelo hoje adotado. Tenho certeza de que será um modelo mais justo".


 


Valmor Bolan, reitor da Faenac: "A figura do trabalhador clássico tende a desaparecer. Na verdade, a educação superior ocupa-se em formar o empreendedor de forma que com trabalho formal, informal ou empresarial própria tenha ele posturas de empreendedor. O PE tende a ser o partido da maioria moderna. A visão classista não representa com precisão o que vai se configurando como a nova estratificação social. A direita falhou, a esquerda falhou. Vamos abraçar uma visão mais prática. Quem sabe por aí surgirá uma nova ética social e política".


 


Ronaldo Galdino, militar: "A criação de mais partidos políticos é uma hipótese assustadora, um aumento da sopa de letrinhas sem fundamentação ideológica que já nos é ofertada. A melhor alternativa será uma força-tarefa empresarial direcionada a partidos específicos ou a negociar com os dirigentes presentes. Quanto aos informais, eles não podem ser equiparados àqueles que pagam taxas, recolhem impostos e conformam-se com as medidas dos órgãos de fiscalização".


 


Valdinéia Cavalaro, psicopedagoga: "A criação do PE, com os objetivos propostos, viria ao encontro dos anseios de todos nós. Inclusive de quem, como eu, não tem filiação partidária".


 


Roseli Biason, industriária: "A grande maioria do empresariado não tem a disponibilidade de deixar seu negócio para se dedicar à política; por isso, fazê-las conjuntamente não apresentaria os resultados esperados".


 


Nelson Tadeu Pereira, empresário: "Minhas experiências como executivo de grande empresa, depois como secretário municipal e atualmente como empresário são de total descrédito nas instituições. São heróis aqueles que ainda tentam manter as entidades de classe funcionando. Os presentes às reuniões são sempre os mesmos e como sempre em número reduzido. No cenário político já temos o Partido dos Empreendedores. Temos as bancadas ruralistas, religiosos, sindicalistas, banqueiros, entre outros".


 


Antonio Gusman, advogado: "Os empreendedores podem se unir e reivindicar espaços e melhores condições de trabalho através de suas entidades de classe, sem necessidade de formarem partidos políticos, que nada mais são que cartórios eleitoreiros".


 


Dalton Edson Messa, engenheiro: "Já são muitos os partidos políticos, como são muitas as religiões fundamentadas nos mesmos princípios, como são muitos os sindicatos, as associações de classe, entre outras".


 


Nercês Gaspar Alexandre, empresário: "Uma nova proposta, atendendo aos anseios da população e, especialmente, dos empreendedores de todas as áreas, permitirá que em 20 anos este País terá um governo modelo até para o mundo".


 


Álvaro Labella dos Santos, advogado: "O Brasil não carece de mais um partido político. O problema é o fortalecimento das instituições atuais. Muito mais efetivo seria alimentar reforma política vigorosa com o fim do troca-troca partidário, diminuição de partidos e uma forma mais clara e democrática de ascensão de suplentes do que a criação de mais um partido".


 


Roseli Pioli Zanetin, empresária: "A sociedade brasileira não precisa de mais um partido político. Há partidos políticos demais. O empresário, de qualquer tamanho, tem mais força e voz se atuar fora da política partidária. É pelas entidades de classe que o empresário cria e trilha caminhos que venham a favorecer a economia".


 


Silvio Eduardo Valente, médico: "Representação política no Brasil de hoje é algo extremamente complexo, principalmente à luz de recentes revelações divulgadas pela mídia. Mas há sempre espaço para reivindicações lícitas e organizadas como a dessa proposta".


 


Donizete Fernandes, empresário: "Sensibilizar os políticos não seria a saída. Político não tem sensibilidade aos interesses alheios".


 


Sérgio Lopes, consultor empresarial: "Haverá fortalecimento da classe de empreendedores se os atuais políticos da atividade unirem forças, sem necessidade de criar novo partido".


 


Cristovão Navarro, empresário: "Minhas empresa passou por todos os planos econômicos milagrosos e a cada um afundamos um pouco mais. Por isso, apoio o PE".


 


Walter Veiga, empresário: "A massa da população de empreendedores terá forças para levar às decisões através de seus legítimos representantes".


 


Leandro Novi, consultor empresarial: "Está mais do que na hora de nós, empreendedores, revermos nossas prioridades, deixando de lado os paradigmas da falta de tempo, da falta de oportunidade, enfim, inúmeras desculpas que buscam justificar nossa acomodação frente a um sistema que se mostra falido e extremamente oneroso, sobretudo à nossa atividade".


 


Rosa Ramos, advogada: "Quando chamamos algum político para fazer parte de qualquer discussão, temos a impressão de que estamos diante de uma celebridade. Parece que o simples fato de ter cargo o credencia a tratar questões diretas de qualquer negócio. Os empreendedores precisam descobrir que patrocinar candidatos e representantes públicos ignorantes é um tiro no próprio pé".


 


Leandro Homero Thon, empresário: "Sem profunda reforma política que, entre outras mudanças, institua o financiamento de campanhas exclusivamente pública, sistema de listas fechadas e filiação partidária mínima de três anos, seria inútil a fundação de novo partido".


 


Silvia Malatesta, empresária: "A coisa deve andar com cada um na sua; ou seja, qualquer segmento só é promissor se entende o que faz. Por que, então, misturar estações?".


 


Francisco José Santos Milreu, professor universitário: "Desenvolvendo ações com o pensamento empresarial poderemos ter em futuro próximo condições de agir em prol das necessidades básicas que enxergamos, como forma de sobrevivência tanto das empresas como dos indivíduos".


 


Gilberto Wachtler, empresário: "Acho que deveríamos começar buscando pessoas que só não estão na política por não aceitarem politicagem, como é o meu caso. Acho que teríamos de defender propostas simples, pois qual a possibilidade que teremos com a complexidade de um programa em um modelo que arrecada errado e distribui pior?".


 


Eduardo Takayuki Sato, gerente de manutenção: "Acredito que muitos empreendedores preferem apoiar pessoas ou partidos ao invés de criar o seu próprio".


 


Marcio Reina Pino, empresário: "Nunca fui favorável a ingressar em um partido político, mas sou a favor do PE, desde que realmente represente o empreendedor. Devemos nos mobilizar para concretizar essa idéia".


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