Acaba de entrar na fila de prioridades de análises desta revista digital uma aberração publicada nas edições impressas e digitais de hoje do Diário do Grande ABC, Diário Regional, Repórter Diário e ABCD Maior. E como acaba de entrar na fila de prioridades, vou reservar para a edição de amanhã ou de segunda-feira uma abordagem sobre o que deveria ter sido publicado nesses veículos de comunicação com as devidas ponderações.
Todos os jornais mencionados se deixaram levar pela pauta cor de rosa do técnico e coordenador da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) da Fundação Seade, Alexandre Loloian. A velha entrega da rapadura da qualificação da informação às fontes suspeitas de informações carimbadas é um exercício contínuo da mídia regional em grau muito maior que o da Capital. Vejam as manchetes das publicações:
Diário do Grande ABC: 77 moram e trabalham na região
Diário Regional: 80% dos ocupados trabalham na região
Repórter Diário: Estudo revela que 77% da população ocupada do ABC trabalha na região
ABCD Maior: Emprego bom e mobilidade mantêm trabalhador no ABCD
Na precisão do erro, do equívoco, o jornal ABCD Maior condensou o conteúdo geral da forma com que os repórteres encararam as informações da Fundação Seade. Incrivelmente, todos caíram no conto do vigário. Entenda-se por conto do vigário o repasse de dados estatísticos acompanhado de interpretações que não condizem com a realidade dos fatos.
É exatamente isso que vamos mostrar amanhã ou segunda-feira. Vejam o que, por exemplo, relatou o ABCD Maior: “A qualidade do emprego e a razoável estrutura de mobilidade entre as cidades contribuíram para manter as pessoas atuantes no ABCD durante os últimos dez anos. Do total de aproximadamente 1,2 milhão de trabalhadores até o ano passado, 77% permanecem em alguma das sete cidades, sendo 706 mil pessoas que trabalham e residem no mesmo município e 260 mil que estão empregados e moram em cidades vizinhas”.
Preparem o coração
Ainda seguindo a matéria publicada pelo ABCD Maior, pinço a seguinte declaração do técnico da Fundação Seade, sem antes recomendar aos leitores cuidados especiais com o coração: “A predominância de empresas concentradas na Região, com capacidade de atração de mão de obra mais qualificada, com melhores condições salariais e facilidades de locomoção construídas durante os anos são fatores que levam o trabalhador a permanecer próximo de onde mora, o que geral, inclusive, mais qualidade de vida”.
O segredo para não ser enganado por enviados especiais de organismos técnicos que desembarcam sazonalmente na região e não perdem a mania de agradar a clientela com declarações supostamente positivas é contrapor um feixe de informações que testem a qualificação dos dados apresentados e, principalmente, as interpretações.
O que o técnico da Fundação Seade repassou às páginas dos jornais da região nesta quinta-feira é um assombro, uma marcha da insensatez. Mostraremos em detalhes o que se passa com os moradores da região quando se associam mobilidade urbana e mobilidade social, ou seja, qualidade de vida em superar espaços físicos diários para trabalhar e qualidade de vida para transpor dificuldades econômicas com assalariamento condizente com os sonhos de evoluir.
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)