O Diário do Grande ABC do presidente Ronan Maria Pinto e a Prefeitura de São Bernardo do prefeito Luiz Marinho estão declaradamente em guerra. Ronan e Marinho decidiram romper o cercado que os mantinha em regime de hostilidade. Agora se apresentam um ao outro sem cerimônia. O pau vai quebrar.
O Diário sonegou no noticiário de hoje os insumos que o ABCD Maior publicou envolvendo esses dois personagens da vida regional. Tudo por conta da tentativa anunciada de que Marinho permaneceria na presidência do Clube dos Prefeitos por pelo menos mais uma temporada. O petista não perderia a oportunidade de gerenciar diretamente os recursos federais milionários que seriam liberados a partir do ano que vem tendo o Clube dos Prefeitos como canal de distribuição, porque agora tem estrutura legal para atuar como oitava Prefeitura da Província.
Vou meter minha colher nesse angu, mas não vai ser na edição de hoje. Tenho mais compromissos, inclusive uma reunião do Defenda Grande ABC, organização que não sai do lugar porque são poucos os voluntários decididos a reduzir a margem de manobra do Clube dos Corruptos do Grande ABC.
Espetáculo à parte
Marinho e Ronan representam um espetáculo à parte. O jornal fez campanha editorial para impedir que o prefeito dos prefeitos da Província do Grande ABC continuasse no cargo. Uma medida na bitola da racionalidade e da decência política. Entretanto, e aí é que a roda pega, Marinho denuncia, após renunciar à alteração do estatuto que lhe permitiria seguir no cargo, que Ronan Maria Pinto fez pessoalmente contatos com outros prefeitos para convencê-los a impedir o terceiro ano seguido de mandato. Marinho cita inclusive chefes de Executivo que receberam recomendações de Ronan Maria Pinto.
Mais não vou escrever sobre o assunto senão acabo por entregar todo o ouro. Só sei mesmo que essa briga que vem de longe tende a aumentar os estragos porque há muita jornada pela frente. Se há glórias que vem do passado no hino de um dos clubes mais representativos do futebol brasileiro, no âmbito midiático-político há encrencas carregadíssimas de desencontros pretéritos.
O que parece certo como dois e dois são quatro é que tanto Ronan Maria Pinto quanto Luiz Marinho jamais poderão puxar para si um dos trechos do hino do glorioso Palmeiras, que hoje inaugura estádio, e dizerem que contam com defesa que ninguém passa, porque, nesse caso específico, há indícios de que se perderam no meio do caminho.
A legitimidade do jornal em defender uma causa nobre, como é o caso de impedir a perpetuação de um dirigente político na condução do Clube dos Prefeitos, teria se esgarçado ao interferir nos bastidores ao procurar cooptar integrantes da organização, numa espécie de coerção movida pela força da publicação.
Não vou escrever mais sobre o assunto. Só amanhã, porque sempre haverá amanhã. Mesmo nesta Província.
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