Esperem até a próxima segunda-feira. Tenho a resposta na ponta da língua. O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, estaria perdendo noites preciosas de sono. Ele e o grupo paralelo de Administração estariam envolvidíssimos com o escândalo da Petrobras. Não necessariamente da Petrobras, mas com os tentáculos da maior estatal do País, de gulosas empreiteiras. Traduzindo: tudo indica, e há indícios suficientes nesse sentido, que o petista não está dormindo em paz porque lhe chegaram informações dando conta de que encontraram raízes frondosas de falcatruas relacionadas à Administração de São Bernardo.
Há indicações de que não será apenas o prefeito da maior cidade da Província do Grande ABC que vai ter de prestar contas ao conglomerado de instituições policiais, ministeriais e de procuradores da República que pretende reduzir drasticamente o grau de corrupção no setor público do País.
O entorno do prefeito de São Bernardo, que todo o mundo sabe do que se trata, parece ter sido contaminado pela insônia do chefe do Paço Municipal. As noites têm sido longas, recheadíssimas de necessidades fisiológicas cada vez mais insubordinadas. Notícias já teriam chegado ao gabinete do prefeito com informações de que a Polícia Federal teria encontrado ramificações secundárias da Petrobras na Província do Grande ABC.
Não me peçam nem me exijam mais detalhes sobre a operação. Quero e vou fazer suspense até segunda-feira. No fundo, no fundo, o que pretendo mesmo com esse texto é deixar o seguinte recado: seria improvável mesmo que um dos núcleos do petismo brasileiro ligadíssimo ao ex-presidente Lula da Silva não estivesse enroladíssimo no escândalo da Petrobras.
Questão de cautela
O prefeito Luiz Marinho e seu entorno sabem que este jornalista não se mete em enrascadas sem a devida cautela. Tanto que para me pegarem em suposto delito informativo só tem sido possível na base da malandragem semântica. Quando escrevi (e fui criminalizado por isso, vejam só) que o empresário Milton Bigucci tinha estranhas relações com o Poder Público, nem de longe dispunha de provas de que ele estava preso à quadrilha que assaltou os cofres da Prefeitura de São Paulo, participantes da chamada Máfia do ISS.
No caso da gestão de Luiz Marinho, que fez acordo com Milton Bigucci para não escarafunchar o escândalo do terreno arrematado de forma irregular pela MBigucci e no qual se constrói o empreendimento Marco Zero, em São Bernardo, o que tenho a apresentar nesta segunda-feira são mais que indícios de que as relações federais do prefeito vão lhe deixar de cabelo em pé. Não bastassem as noites em claro.
Então, ficamos assim combinados: segunda-feira vou fundo nas informações sobre mais que prováveis complicações ao prefeito Luiz Marinho nos desdobramentos do escândalo da estatal de petróleo.
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