Imprensa

Duas manchetíssimas seguidas de
promessas de Marinho. É pouco

DANIEL LIMA - 08/12/2014

O Diário do Grande ABC publicou na edição de domingo e na edição de hoje manchetíssimas (manchete das manchetes de primeira página) sobre promessas da Administração Luiz Marinho. Pode preparar mais de um mês seguido no mesmo tom de cobrança se continuar a seguir o receituário do Observatório de Promessas e Lorotas criado por esta revista digital de forma inédita no jornalismo brasileiro.


 


Tudo porque Marinho registra outros 35 anúncios de obras na Capital Econômica da Província do Grande ABC, algumas das quais inseridas na categoria de lorotas. Caso da construção de um aeroporto internacional na região dos mananciais, que o Diário do Grande ABC instalou na posição de manchetíssima festiva (não crítica como a dos últimos tempos) na edição de 15 de outubro de 2011.


 


Retomo a condição de ombudsman não autorizado da mídia regional para dizer que o Diário do Grande ABC faz muito bem se a política de cobrança dos gestores públicos locais não se fixar apenas na gestão do petista Luiz Marinho, um adversário de quase seis anos de jornadas, com intervalos para beijos e abraços circunstanciais. A manchetíssima de domingo sobre a usina de incineração de lixo e o funcionamento apenas parcial do Hospital de Clínicas sãos buracos negros da gestão de Luiz Marinho que precisam mesmo ser escarafunchados, embora não sejam os mais profundos do duplo mandato.


 


Sobre a usina de lixo, uma promessa de campanha de Luiz Marinho que o Diário do Grande ABC assegura que não ficará pronta em tempo do encerramento do segundo mandato, o problema não se limita exclusivamente a questões burocrático-ambientais, como explica o jornal. Uma vasculhada atenta nas entranhas da licitação que premiou duas empresas a desenvolver o projeto com ampla rentabilidade possivelmente detectará um problema maior.


 


Um problema maior do qual temos conhecimento, mas guardamos a sete chaves, até o momento adequado. Mais não escrevo porque tudo tem seu tempo.


 


Provavelmente a gestão petista em São Bernardo quer fazer crer que a dificuldade à aprovação do projeto controverso se dá exatamente no campo dos eventuais estragos que causaria à saúde e ao meio ambiente, o que especialistas negam. Entretanto, o buraco é mais embaixo, de ordem legal.


 


Um terço do hospital


 


Já a manchetíssima da edição de hoje sobre o fato de o Hospital de Clínicas dispor de apenas 37% dos leitos projetados porque faltam equipamentos, médicos e tudo o mais, nada mais apropriado para levar aos leitores a situação da saúde em São Bernardo. Lembrou bem o jornal que a inauguração do equipamento, há exatamente um ano, contou inclusive com a presença da presidente Dilma Rousseff.


 


O PT que tanto criticou o modelo convencional de fazer política nos tempos em que era uma oposição empedernida segue à risca a metodologia, com agravante de que tem mais capacidade para transformar eventos do gênero em grande acontecimento político-partidário. Em matéria de marketing a agremiação é disparadamente a que mais se esmera no processo de sensibilização dos contribuintes e eleitores. Basta resgatar algumas preciosidades da última campanha eleitoral.


 


Neste final de semana em que as redações se esvaziam em conflito com os fatos que não cessam de acontecer, embora -- exatamente por força de menores contingentes de repórteres na praça transmita-se a sensação de que haveria refluxo da vida cotidiana -- provavelmente mais ingredientes organizados em forma de ranking do Observatório de Promessas e Lorotas desta revista digital serão resgatados pela mídia regional.


 


É claro que nem tudo será questionado. Ou melhor: quase nada será questionado, porque há envolvimentos que não podem ser rompidos. Na maioria das publicações apenas uma parte do enredo de relacionamento com o Poder Público é obedecido à risca, porque interessa a ambas as partes divulgar com o máximo de decibéis uma nova proposta do gestor público eleito para oferecer resultados à sociedade. A outra parte da operação, que é de acompanhamento dos anúncios, simplesmente é esquecida.


 


O Observatório de Promessas e Lorotas foi lançado e é mantido por CapitalSocial exatamente para abrir um imenso portal de prestação de contas involuntária dos gestores municipais da região. Eles ficaram tão preocupados com a iniciativa que completou um ano, em agosto passado, que reduziram drasticamente a velocidade de anúncios de obras que, até então, não passavam de projeções incentivadas por um marketing descolado da responsabilidade social de dar respostas à sociedade geralmente crédula.


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