Imprensa

Mais passivo de promessas e lorotas
consolida vice-liderança de Marinho

DANIEL LIMA - 19/01/2015

O prefeito Luiz Marinho deu salto imenso no passivo do Observatório de Promessas e Lorotas, mas a diferença que o separa do líder Carlos Grana é tão grande que ainda segue com folga na segunda colocação. O OPL é uma inovação desta revista digital. Mede o tamanho dos sonhos, das bobagens e dos excessos dos prefeitos da região desde que assumiram os respectivos paços municipais. Após quase dois anos de criação e organização, o Observatório não registra ativo de uma única proposta entre mais de uma centena de apontamentos. Vamos revelar os novos números do prefeito de São Bernardo na edição desta quarta-feira.

Não subestimem a capacidade de Marinho gerar informações que não se efetivam na prática. Entretanto, é muito pouco provável que até o final dos atuais mandatos dos prefeitos da região o titular do Paço de Santo André, Carlos Grana, seja despachado da liderança. Com 850 pontos negativos, o petista está muito à frente de Luiz Marinho, com 470.

Posso antecipar, sem entrar em detalhes, que Marinho vai somar pelo menos novos 100 pontos negativos, mas, mesmo assim, não fará cócegas no companheiro de partido de Santo André.

Desde a criação do Observatório de Promessas e Lorotas afirmamos que os registros estariam sempre em aberto. Isso significa a possibilidade de se acrescentarem novas propostas, independentemente da cronologia. Não é porque estamos em janeiro de 2015 que anúncios anteriores não detectados inicialmente deixem de ganhar espaço no trabalho. É o que se deu com os mais de 100 pontos que Luiz Marinho vai somar e que serão detalhados quarta-feira.

Primeiro mandato

Fomos mais uma vez aos arquivos e pinçamos com todo o cuidado promessas e lorotas que aumentam o peso do passivo do titular do Paço de São Bernardo. Os apontamentos são de seu primeiro mandato.

A inclusão de promessas e lorotas só se dá em casos concretos, de publicação nos veículos de comunicação. Planos de governo, que comportam todo tipo de bobagem, não são levados em consideração. Talvez fosse mais apropriado como subsídio a algo com uma Lei de Responsabilidade Eleitoral. O Observatório de Promessas e Lorotas poderia fomentar a criação da Lei de Responsabilidade Administrativa.

O Observatório de Promessas e Lorotas é uma inovação desta revista digital. Não há nada semelhante na Imprensa nacional. Nada mais lastimável. A irresponsabilidade de administradores públicos na interlocução com a sociedade é estimulada historicamente pelo desprezo à memória e ao compromisso com os próprios eleitores. Anunciam-se frequentemente obras e serviços que não se materializam. Invariavelmente os consumidores de informações perdem a noção entre fatos e intenções, situação da qual se locupletam principalmente os marqueteiros industrializadores de ilusões.

O Observatório de Promessas e Lorotas é um chamamento à ética e à moralidade. Transformar propostas em promessas que jamais se cumprem e em lorotas quixotescas aos olhos mais atentos é um dos piores artifícios do modo com que os administradores públicos se relacionam com a sociedade tendo os veículos de comunicação como intermediários geralmente descuidados, quando não omissos ou parceiros.

Mais cautelosos

Poucos meses após ser criado – em agosto de 2013 – o Observatório de Promessas e Lorotas mudou radicalmente a forma com que os prefeitos da região se dirigem à sociedade. Eles estão mais cautelosos, menos festivos, porque sabem que o acervo desta publicação poderá ser utilizado por adversários políticos como arsenal de combate no período eleitoral. Sem contar que a própria Imprensa, mesmo que de forma menos abrangente e mais pontual, tem acesso a um manancial imenso de matérias-primas disponíveis como pautas.

Ainda outro dia o Diário do Grande ABC dedicou manchetíssima (manchete das manchetes de primeira página) de uma edição de domingo a um agrupamento de propostas não convertidas em obras pelos prefeitos locais. A lista era bastante restrita em relação ao conjunto de registros do Observatório de Promessas e Lorotas, mas sinalizava atenção com o descasamento entre realidade e ficção.