Imprensa

Bigucci não é bom conselheiro
para quem quer comprar imóvel

DANIEL LIMA - 27/05/2015

Quem se aventurar a ler ou ouvir as declarações do empresário Milton Bigucci sobre o preço do metro quadrado na Província do Grande ABC vai dar com os burros nágua. Bigucci faz jus à chefia do Clube dos Especuladores Imobiliários.  A longevidade do dirigente, além de desprezo à democracia, explicita a fragilidade institucional daquela suposta organização classista.


 


Quem quer saber as razões que me levam a dizer com todas as letras que Milton Bigucci é um péssimo agente de negócios se o interesse do comprador for levado em conta só precisa esperar um ou dois dias. Suspense quando se trata de assunto de interesse público, como é o caso, faz bem para todo mundo. Imagino o que os leitores estão a supor que tenha para ilustrar a carreira empresarial de Milton Bigucci.


 


Acho que até sexta-feira escreverei sobre o assunto. Vou matar a cobra e mostrar o pau. Aliás, como sempre faço quando me dedico a situações estranhas e contraditórias, especialidades do dono do conglomerado MBigucci, de extensa ficha corrida no Ministério Público do Consumidor de São Bernardo e contumaz autor de queixas-crime contra este jornalista porque não suporta o contraditório e se recusa permanentemente a responder questões que lhe pareçam incômodas. Como o fato de envolver-se com a Máfia do ISS de São Paulo, por exemplo.


 


Influência danosa


 


Como presidente de uma entidade de tanta responsabilidade social, mesmo que com baixa credibilidade entre os mais informados, Milton Bigucci deveria tomar muito mais cuidado com o que diz porque a função que exerce no Clube dos Especuladores Imobiliários induz os consumidores a equívocos que vão custar caro para o resto da vida nos financiamentos de moradias e escritórios comerciais.


 


Como separar o dirigente empresarial mandonista do empresário ganancioso que, como tem se provado, não mede esforços e estratégias para consolidar o que é chamado de maior concentração de negócios imobiliários da região?


 


Não vou chegar ao extremo da indignação de dizer que Milton Bigucci pratica estelionato público como presidente do Clube dos Especuladores Imobiliários e também como presidente da MBigucci, mas se houver na praça alguém indignado e se decida a declarar que ele é sim um estelionatário, juro que vou ouvir atentamente as razões àquela definição.


 


O que sei porque fui à luta como sempre e o peguei de calças curtas em forma de informações deliberadamente ajustadas aos interesses corporativos de sua organização empresarial é que Milton Bigucci não é flor que se deva cheirar se o assunto for mercado imobiliário visto pelo outro lado do balcão, do balcão da clientela. Aliás, o Ministério Público do Consumidor de São Bernardo, numa denúncia contundente, foi muito além disso. Para o MP, a MBigucci é muito pior do que flor que não se cheira.


 


Vendedor de ilusões?


 


Quem acredita que vou escrever amanhã ou depois sobre as estripulias de Milton Bigucci, já condenadas pela Justiça, está redondamente enganado. Aquelas taxas que cobrou indevidamente de adquirentes de imóveis atraídos aos estandes de vendas e que pagaram ilegalmente como corretagem não serão requentadas para espicaçar a imagem já por demais conhecida de Milton Bigucci.


 


O assunto é outro e quem tiver a curiosidade de me acompanhar nos próximos dias vai constatar que não estou blefando. Milton Bigucci – afirmo com toda a segurança – é um vendedor de ilusões se vendedor de ilusões for a avaliação que se daria à constatação de que o que se promete não é o que se entrega como investimento satisfatório.


 


Esperem para ver que Milton Bigucci é um gigantesco camaleão que ganha múltiplas formas mas sempre com o mesmo resultado prático: surpreendentemente ele não consegue mais surpreender quem o considera um dirigente institucional e empresário sempre sob suspeita de que está prontíssimo para se transformar em pauta jornalística que atesta a responsabilidade e o compromisso de quem se dedique a destrinchá-lo. Pronto, escrevi. E me aguardem.


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