Imprensa

Marinho e especuladores fazem
de São Bernardo farra imobiliária

DANIEL LIMA - 19/06/2015

Estou preparando análise senão profundamente técnica mas cuidadosamente informativa sobre aspectos econômicos e sociais que saltam da aprovação do projeto de lei que a Administração Luiz Marinho enfiou goela abaixo do Legislativo para ocupar o entorno do traçado do monotrilho em São Bernardo. Como já antecipei em outro texto, trata-se de um escândalo com participação ativa do Clube dos Especuladores Imobiliários do Grande ABC, dirigido pelo empresário Milton Bigucci. Chegamos ao fundo do poço da transparência, parente muito próxima da ética e da moralidade na condução de politicas públicas.


 


Não vou chegar ao ponto de afirmar que a mudança no uso e ocupação do solo em São Bernardo por conta da chegada – Deus sabe quando! – do monotrilho anunciado como metrô é uma espécie de Petrolão imobiliário, mas se me apertarem para definir uma marca sobre o que transparece, não teria dúvidas em garantir que qualquer relação com o escândalo da Petrobras não seria despropositado. Pelo menos do ponto de vista de moralidade pública.


 


Só o fato de a MBigucci ter adquirido no ano passado um imenso terreno em Rudge Ramos, o qual será beneficiado grandemente pela nova legislação, seria suficiente para que autoridades ministeriais iniciassem uma devassa em todo o entorno do trajeto do monotrilho.


 


Até porque, há informações sólidas de que, como a formalização legal da introdução de novas regras de uso e ocupação do solo foi apenas uma consequência de definições bem anteriores, deu-se tempo de sobra a negócios privilegiados envolvendo os amigos do rei. Quem não gostaria de comprar um terreno com restrições construtivas que, na sequência, foram gloriosamente demolidas num projeto de lei não só de baixa transparência como maliciosamente hermético?


 


É sobre isso que pretendo escrever em breve. A gestão pública em São Bernardo contrasta com a pregação do prefeito Luiz Marinho de dar ampla participação popular. A condução do projeto de lei que revirou os valores potenciais de espaços em São Bernardo, em parceria com o Clube dos Especuladores Imobiliários, é uma imundície administrativa que precisa ser devidamente esclarecida.


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