A exemplo de anos anteriores, a Província do Grande ABC, representada por cinco municípios, segue a demitir mais trabalhadores com carteira assinada no setor industrial do que o restante dos competidores que formam o G-20 Paulista.
Isso significa que a região continua a aprofundar processo de emagrecimento do mercado de trabalho numa atividade, a indústria de transformação, que é o carro-chefe de desenvolvimento econômico.
Nos primeiros cinco meses deste ano, de acordo com dados oficiais do Ministério do Trabalho e do Emprego, cinco dos sete municípios da região demitiram 20% mais trabalhadores industriais que os demais integrantes do G-20 Paulista. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não constam do G-20 porque não têm a expressividade econômica dos demais, mas não alteram os números gerais porque representam muito pouco do setor na Província. O G-20 Paulista é organizado por esta revista digital tendo por base quesitos econômicos, principalmente o PIB (Produto Interno Bruto).
Mais da metade
Nos primeiros cinco meses deste ano, quando a atividade econômica sofreu duros golpes principalmente numa região que depende demais do setor automotivo, os cinco municípios da região que integram o G-20 (Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá e Diadema) tiveram baixa de 7.437 postos de trabalho industriais, um pouco menos da metade (13.719) dos demais 15 integrantes do G-20.
A participação do estoque do emprego industrial dos cinco municípios locais no conjunto do G-20 é de 30%, mas nestes primeiros cinco meses a perda de trabalhadores representou 35% do total de 21.156 postos de trabalho do agrupamento que exclui a Capital do Estado que, sozinha, tem praticamente o mesmo peso econômico.
O G-20 terminou a temporada de 2014 com estoque de 778.283 trabalhadores do setor industrial com carteira assinada. Com as perdas deste ano, o total passou a 757.127. Desse contingente, 227.221 constam dos cinco municípios da Província, enquanto 529.906 estão espalhados entre os demais municípios. Ou seja, a região representada pelos cinco municípios conta com 30,01% dos empregos industriais do G-20, contra 69,99% dos demais. Quando se acrescentam Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, ou seja, o G-7, a Província do Grande ABC conta com 227.262 empregos do setor.
Nos primeiros cinco meses deste ano a Província do Grande ABC, sempre considerando os cinco maiores municípios, registrou velocidade de 3,17% de perda de emprego industrial, resultado acima dos 2,52% registrados pelos demais integrantes do G-20.
Peso industrial maior
A velocidade maior de perda de trabalhadores na região se deve principalmente ao peso da atividade no conjunto de trabalhadores da região e também à liderança da área automotiva, mais duramente atingida pela recessão combinada com estouro inflacionário e elevação de juros.
Nos 12 meses do ano passado, a proporção de demissões nos cinco municípios da região em comparação com os 15 demais integrantes do G-20 foi maior que a apontada nesta temporada: foram 31% acima dos demais integrantes do agrupamento. Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá e Diadema reduziram em 5,77% o estoque de trabalhadores com carteira assinada no ano passado, contra 3,98% dos demais concorrentes.
Quando se compara a perda média da região com a média brasileira de 1,95% a diferença é ainda mais desconfortável. A distância aumenta um pouco quando se acrescentam Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra na contabilidade: a queda de trabalhadores industriais chega a 5,83%.
O que agrava a perspectiva de que a crise nacional continuará a ter efeitos ainda mais acentuados na Província do Grande ABC é que a atividade industrial local é muito mais importante do que o é no conjunto dos demais municípios do G-20. Nada menos que 28,61% do PIB Geral da região dependem do setor industrial, enquanto o G-15, ou seja, os municípios do G-20 fora dos cinco da região, aponta média de 19,51% de participação do setor de transformação industrial.
Perdas generalizadas
No ano passado, nenhum Município do G-20 escapou à degola de empregos industriais. A crise foi praticamente generalizada no País. Tanto que se deceparam 163.817 carteiras assinadas. Desse total, o Estado de São Paulo contribuiu com 106.276. Do total paulista, o G-20 acusou a perda de 36.919 trabalhadores. Os cinco municípios da região no G-20 perderam em 2014 nada menos que 14.370 postos de trabalho (o déficit aumenta para 15.093 quando se acrescentam Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), enquanto os demais municípios do G-20 perderam 22.549 trabalhadores.
Nos primeiros cinco meses deste ano, além da contabilidade do G-20, dos números dos municípios da região em separado e também dos demais igualmente separados, o Ministério do Trabalho aponta que desapareceram do território nacional 98.053 empregos industriais com carteira assinada, o que significa 1,19% do estoque geral. Ou seja, uma perda relativa três vezes menor que a média da Província. O Estado de São Paulo perdeu no mesmo período, sempre no setor industrial, 24.689 empregos, ou 0,90% do total do estoque. Esse déficit está praticamente centralizado nos municípios do G-20, a maioria dos quais os mais industrializados do Estado, e também na cidade de São Paulo, que acusou o golpe da recessão com a supressão de 11.942 postos de trabalho industrial neste ano.
A crise do emprego industrial é mais acentuada nos integrantes do G-20 do que na Capital. As 21.156 baixas registradas até maio são praticamente o dobro das 11.942 apontadas na Capital. O G-20 paulista conta com população semelhante a da cidade de São Paulo. São 10.571.575 habitantes ante 10,8 milhões de São Paulo.
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