Imprensa

Calmaria reinou na primeira edição
de Diálogo Aberto. Como será agora?

DANIEL LIMA - 14/07/2015

Como provocador jornalístico que sou, porque não vejo jornalismo sem construtividade crítica, a primeira edição do programa Diálogo Aberto que apresento no DGABC TV passou raspando pelo conceito de aprovação. Acho que poderia ser mais quente se os jornalistas Sérgio Vieira e Ademir Médici mordessem a isca que lhes lancei. Mas eles se saíram vaselinicamente bem. Vaselinicamente entra como algo inteligente, convergente, explicativo. Não inteiramente de meu agrado, confesso, porque gosto mesmo é de ver o circo pegar fogo de contraditórios em alguns momentos para que o bombeiro da transparência prevaleça.


 


A falta de bate-boca intelectual não quer dizer que os leitores não terão muito que coletar do Diálogo Aberto em sua primeira edição. Muito pelo contrário: acho que o programa de abertura é um manancial à reflexão. Ademir Médici e Sérgio Vieira somam mais de meio século de jornalismo no Diário do Grande ABC. São especialistas em comunicação. Sabem lidar com as palavras. Pareciam decididíssimos a não entrar em geladas.


 


Acho que só lhes fiz uma pergunta mais com jeito de casca de banana. Perguntei-lhes que nota dariam historicamente à atuação do Diário do Grande ABC. Eles responderam quase que sobrepostos: 10. Acho que exageraram, mas quem sou eu para achar se estou ali apenas para lhes perguntar? Eles sabem que ficarão para a eternidade tecnológica da Internet, porque aquele programa ganhou a rede mundial de comunicação.


 


Mais abrasivo


 


Entendo que as possibilidades da edição número dois de Diálogo Aberto, que será gravada nesta quarta-feira sempre com o suporte técnico da equipe do Diário do Grande ABC, tendo à frente Juliana Bontorim, tem potencial calorífico maior. Estarão frente a frente para falar da economia da Província do Grande ABC o empresário do setor supermercadista e ex-vereador Gilberto Wachtler e o sindicalista Cícero Martinha da Silva. Vamos debater os dois lados da moeda em que eles se completam: o empreendedorismo de pequeno e médio porte da região e a atuação sindical. Não haverá qualquer resquício acomodatício. Quero retirá-los, se eventualmente estiverem lá, da zona de conforto.


 


A experiência de Diálogo Aberto é interessante para quem como este jornalista prefira mesmo a mídia escrita, seja impressa, seja digital. Escrever é uma oportunidade à reflexão e a consolidação de sentenças ditadas pelo conhecimento acumulado. Falar pode ser uma roubada se a impetuosidade prevalecer sobre a cautela. O que sei é que sempre me preparo para determinadas tarefas. Não vou para um programa no qual desempenho a função de mediador sem usar uma porção razoável de meditação no período que antecede ao encontro. Gosto de me preparar emocionalmente para esses tipos de embates. E até mesmo desenho um cenário de ruína total para tentar tornar o impacto menos caótico.


 


Capital versus trabalho


 


Cícero Martinha e Gilberto Wachtler são um prato cheio para quem gosta de embates de qualidade. O encontro entre capital e trabalho que proporcionaremos no Diálogo Aberto não se esgotará na edição que será levada ao ar na semana que vem. Muitos outros personagens da vida econômica da região vão medir esforços para levar o máximo de conhecimento aos telespectadores.


 


Martinha e Gilberto sabem que pretendemos esmiuçar dentro do possível do tempo disponível as relações econômicas na região. Vivemos o pior momento da história, depois da hecatombe de Fernando Henrique Cardoso, quando a desindustrialização regional foi acentuada. Acho que os leitores-telespectadores vão adorar esse embate. Assim como o não necessariamente embate entre Ademir Médici e Sérgio Vieira, se embate for visto como entrechoques de opinião, se tornou uma coleção de frases para se guardar.


 


Resumo da ópera: a possibilidade de Diálogo Aberto tornar-se agenda obrigatória à cidadania regional, com a vantagem de que estará sempre disponível de acordo com a janela de tempo dos leitores, é algo tão certo quanto imperdível. Ainda mais que cada encontro marca uma raridade na vida deste profissional: ouço os dois lados sem praticamente meter o bedelho opinativo. Nada mais divertido, se querem saber. Mas que vou provocá-los sempre no sentido de que saiam do muro, disso não tenham dúvidas. 


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