Desde ontem de manhã está ao alcance dos internautas o programa Diálogo Aberto que este jornalista apresenta no DGABC TV. Os convidados da terceira edição, Oswana Fameli e Filipe Marques, opuseram pontos de vista e avaliações que vale a pena observar o desempenho deles.
Oswana é vice-prefeita de Santo André e já atuou na Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) e na Associação das Escolas Particulares da região. Filipe dos Anjos Marques foi presidente da Associação Comercial e Empresarial de Diadema e até outro dia constava da relação dos dirigentes do Conselho Superior daquela entidade. Não consta mais, e ele acredita que não será nada mais que provisório, já que o Judiciário resolveria o problema. Ele se antepôs à direção daquela entidade, à qual fez criticas contundentes durante o programa.
Por questão ética não pretendo construir neste espaço específico juízo de valor sobre o debate que reuniu Oswana e Filipe. Qualquer avaliação poderá induzir os leitores a seguirem o relator ou a contrariarem o relator. Daí, guardo eventuais desdobramentos para textos fora deste contexto.
Posições opostas
O que posso revelar sem ferir em nada a atuação dos dois convidados – e até mesmo como chamariz ao interesse maior pelo programa – é que eles na maioria das observações que fizeram, instados propositalmente por mim, mantiveram-se em cantos opostos. Raramente se encontraram no centro do tablado de troca de golpes intelectuais.
Acho essa a graça de Diálogo Aberto, embora nem sempre será possível manter esse formato porque pretendemos, também, levar ao público em geral questões que praticamente dispensam contraditório no sentido mais efervescente da palavra.
Por exemplo: estou mirando para valer um encontro entre dois representantes do setor assistencialista da região porque entendo que não podemos nos esquecer dos excluídos de uma sociedade perversa. Como é praticamente impossível alguém se opor à convergência compulsória de que vivemos um mundo cruel, os dois convidados não medirão forças. Exceto no bom sentido de que serão apreciados pelos telespectadores com base no adensamento informativo.
Um ponto nevrálgico de Diálogo Aberto em sua terceira edição foi a convergência de dirigentes de classe empresarial em direção aos corredores e gabinetes dos paços municipais, transformando-se, portanto, em agentes públicos. Não fiz a pergunta durante o programa por conta de entender que poderia viciar o debate, já que Oswana Fameli saiu da direção da Acisa para a Prefeitura de Santo André.
Só estimulei a troca de ponderações sobre o assunto após Filipe Marques fazer restrições ao imbricamento entre empreendedorismo e política partidária. Prometo escrever sobre esse assunto – e não necessariamente sobre o que disseram os dois convidados – num dos próximos dias. Como disse de passagem durante o Diálogo Aberto, já integrei o time daqueles que consideravam insustentável a dualidade participativa no campo empresarial e nas lides políticas.
Entretanto, como o mundo gira e a Lusitana roda, é impossível ficar congelado no tempo. Acho que pode haver um sincronismo entre as duas esferas. Algo que os exemplos já aplicados na região não atingiram os anseios que pretendo expor.
Estava me esquecendo de outro tema que permeou o debate, inclusive com uma pitada além da conta do apresentador: afinal, qual é o papel da tecnologia no processo de participação social. Defendo, e vou escrever sobre isso, porque, aliás, já escrevi de passagem, que em termos de regionalidade as plataformas tecnológicas de comunicação mais dispersam do que aproximam.
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)