Imprensa

Resposta às invencionices
sobre minha saída do Diário

DANIEL LIMA - 15/09/2015

Não fosse o compromisso com os leitores, de ser o mais transparente possível sobre minha atuação no Diário do Grande ABC, não teria preocupação alguma em responder a uma matéria assinada pelo jornalista Léo Júnior no site Click ABC. Não que o jornalista em questão seja alguém a ser desconsiderado. Ele está cumprindo o papel de informar, mesmo que as informações no caso sejam dignas de um roteiro de classe B desses filmezinhos mequetrefes que inundam as tevês. 


 


Longe de mim acreditar que Léo Júnior seja pau mandado de Milton Bigucci, presidente do Clube dos Especuladores Imobiliários. Entretanto, como é reincidente em relacionar minhas atividades àquele contraventor, chego a suspeitar que cumpriria a função de atacar por interesse que não seja o que se aprende na profissão que abraçamos. Tomara que esteja enganado. Léo Júnior é alguém que quero bem.


 


Com o eventual braço armado mas dissimulado de Milton Bigucci ou não o lamentável é que Léo Júnior construiu um enredo sem sustentação. Rigorosamente, não existe nenhum parágrafo que possa passar incólume pelo crivo da realidade. Nem mesmo quando afirma que este jornalista é cáustico Léo Júnior teria razão. Sou apenas um jornalista que cumpre a função que abraçou há 50 anos. Não há nenhum jornalista sério neste Pais que não tenha sua porção cáustica, embora não sejam essencialmente cáusticos. Talvez a diferença é que a Província do Grande ABC destrói lentamente qualquer reserva de benevolência, otimismo, graça ou qualquer outro verbete que se anteponha à azedume.


 


Respondo mais diretamente aos leitores desta revista digital do que ao jornalismo Léo Júnior. Não que pretenda desprestigiá-lo. Repito que se trata de figura pessoal pela qual tenho carinho. Como profissional, jamais lhe retirarei o direito de escrever o que bem entender.


 


Diferentemente daquele que parece estar a manipular os cordéis do jornalista, não tenho vocação bigucciana de interromper o circuito de informação entre a Imprensa e a sociedade. Todos nós respondemos moral e eticamente pela produção jornalística. A credibilidade não é um pêndulo com o qual se possa brincar. Sobretudo se esse quesito inalienável estiver atrelado a alguém que não o tem.


 


Vamos, então, à matéria produzida por Léo Júnior e as respectivas intervenções deste jornalista:


 


Click ABC -- A julgar pelos rumores vindos da Rua Catequese, em Santo André, acabou a segunda lua-de-mel entre o empresário Ronan Maria Pinto, proprietário do jornal Diário do Grande ABC, de Santo André, e o jornalista Daniel Lima. Diferentemente dos nove meses da gestão anterior, o experiente e ácido jornalista, agora, não passou nem pelo período de experiência nesta segunda vez que trabalhou no jornal, tendo saído antes dos três meses.


 


Meus comentários – O período de experiência ao qual se refere o jornalista do Click ABC totalizou cinco meses. E, como escrevi na edição de ontem deste CapitalSocial, foi tremendamente positivo. Até porque não foi um período de experiência propriamente dito, sob qualquer aspecto, que se possa conjecturar. Foi um enriquecimento que, acredito de mão dupla. O Diário do Grande ABC tem muito de interessante a ser absorvido por um jornalista na função de consultor. Não abro mão de experimentos  -- eis o verbeto correto para aquela aproximação.


 


Click ABC -- E a saída de Daniel Lima não foi tão diplomática como seria o esperado após um acordo de cavalheiros. Na sexta-feira, ele saiu da redação na Rua Catequese vociferando e atirando pra todos os lados, e nem mesmo a sua coluna foi publicada na edição do DGABC neste domingo, o que causou certa estranheza entre os leitores do jornal.


 


Meus comentários – Não sei exatamente o que é acordo de cavalheiros sugerido pelo jornalista do Click ABC. Minhas relações profissionais, quando entrecruzadas com as funções empresariais de Ronan Maria Pinto, são exatamente isso, relações profissionais, as quais comportam respeito mútuo. Não passa de fantasia e de desinformação o relato sobre o suposto ambiente beligerante que teria vivido o Diário do Grande ABC na última sexta-feira ou em qualquer outra data em que ali estive presente. Naquela sexta, como na quinta e na quarta, não estive na sede do Diário do Grande ABC. As câmeras de segurança podem ser requisitadas para tanto. Estive no estúdio de TV do Diário do Grande ABC na terça-feira, 11 de setembro, para a gravação da 10ª edição do Diálogo Aberto, que está no ar nesta semana. Nem casualmente me encontrei com qualquer diretor ou jornalista do Diário. Exceção à sempre atenciosa Juliana Bontorim, responsável pela direção do programa. Como, aliás, ocorreu nas nove edições anteriores. Todas rigorosamente seguindo o mesmo roteiro: gravação feita, voltei ao meu escritório no Centro Empresarial Pereira Barreto. A coluna domingueira que assinava no Diário do Grande ABC nem chegou a ser redigida porque enderecei na quinta-feira o que chamei de carta de despedida daquela empresa. Preparei e despachei as 22 colunas sempre às sextas-feiras.


 


Click ABC -- Como tem uma edição pronta, o seu programa semanal, exibido às segundas-feiras, no site do jornal, deve marcar sua última aparição na telinha da Net amanhã (14).


 


Meus comentários – Ainda não havia me decidido, naquela terça-feira de gravação, pós feriado prolongado, a deixar o Diário do Grande ABC. Cumpri rigorosamente, portanto, o compromisso com entrevistados agendados previamente. Somente dois dias depois, durante uma caminhada matutina com minhas cachorras, rotina que me leva à introspecção e à reflexão, decidi deixar aquela empresa. Maduramente, conscientemente, decididamente, serenamente.


 


Click ABC -- Segundo comentários, o clima não ficou nada bom entre Daniel e a direção do jornal. O experiente jornalista saiu dando tiros para todos os lados e confidenciou para algumas pessoas mais próximas que sua maior frustração foi justamente ‘não ter conseguido romper com as amarras políticas no jornal’.


 


Meus comentários – Não deixei o Diário do Grande ABC por não ter rompido supostas amarras políticas. Deixei o Diário do Grande ABC, como expliquei na edição de ontem, porque já conheço o caminho das pedras da desunião regional e, também, por entender que o jornal, como os demais, não tem condições operacionais e técnicas de dar a velocidade necessária para dinamitar o que está aí. Decidi, portanto, não me deixar levar pelo tempo. Diferentemente da direção do jornal que entende haver tempo de sobra às transformações. Questão puramente de ponto de vista. Jamais fiz qualquer intervenção, mesmo que a título de sugestão, à direção do Diário do Grande ABC sobre eventuais ou imaginários ou sustentáveis amarras com a classe política partidária, politica administrativa ou algo que o valha.  Meu discurso, coerente com meus textos, sempre foi no sentido de que a Carta do Grande ABC deveria parametrizar tudo que se referisse às relações daquela empresa. Ou seja: o Grande ABC deveria estar sempre em primeiro lugar. O Diário do Grande ABC afirma que essa deliberação está encaixada no presente que se estende a um futuro distante e do qual discordo por considerá-lo distante demais. Também uma questão de ponto de vista.


 


Click ABC -- Ele não explicou quais seriam os motivos, mas sabe-se que ele vinha criticando o jornalista Sérgio Vieira, diretor de Redação. Comentários de pessoas próximas a Daniel especulam se deu pelo fato de ele ter mirado o cargo de Sérgio Vieira e ter percebido que o moço estava nas graças de Ronan Maria Pinto, o que inviabilizava a sua condução ao cargo máximo de comando na redação do Diário.


 


Meus comentários – Nada mais desprovido de substância. A última coisa que quero é voltar a qualquer cargo executivo numa Redação de jornal diário. Sérgio Vieira tem idade, perspicácia, talento e paciência para comandar o Diário do Grande ABC nos moldes defendidos pelo presidente Ronan Maria Pinto. Sempre transmiti a ele, Sérgio Vieira, essa avaliação. E sempre lhe disse com os olhos postos em seus olhos que jamais aceitaria participar do dia a dia da Redação, qualquer que fosse o cargo. Tenho certa propensão alérgica ao jornalismo diário depois de passar quase 40 dos 50 anos de atividades como profissional de Imprensa correndo atrás de informações com o compromisso de seguir à risca o horário de fechamento editorial. Missão que sempre cumpri religiosamente com soldado que sempre respeitou os leitores.


 


Click ABC -- Mas o que teria pesado também para o enfraquecimento de Daniel Lima teria sido o fato da repercussão negativa de ele, como um dos coordenadores de redação e que vinha discutindo as pautas diárias com repórteres e editores, ter ressuscitado o caso do Marco Zero e ter levado para as páginas do Diário a sua pendenga com o empresário Milton Bigucci.


 


Meus comentários – O feixe de imperfeições informativas do jornalista do Click ABC nessa sequência de parágrafos é estrondosamente penoso para quem deveria tratar informação com zelo. Primeiro, deixei o Diário do Grande ABC por decisão própria, após duas inúteis tentativas verbais, apresentadas ao presidente Ronan Maria Pinto,. Fui dissuadido tanto por ele como por Sérgio Vieira nessas oportunidades. Até que substitui a consulta verbal pela decisão escrita. Costumo dizer que após escrever, me sinto liberto de qualquer tipo de dúvida ou indecisão. Segundo, jamais discuti pautas diárias com os jornalistas do Diário do Grande ABC. Fui convidado a três reuniões de pauta em cinco meses de trabalho e atuei como consultor à distância, produzindo a coluna de domingo. Poderia ter ido a todas as reuniões nesse período, convidado que fora pelo diretor de Redação. Não aceitei porque me sentia constrangido ao exercer o papel de médico e monstro. O caso Marco Zero não foi ressuscitado,  porque jamais morreu para quem pratica jornalismo com responsabilidade social. Não existe pendenga entre Daniel Lima e Milton Bigucci. Existe compromisso com informação qualificada. O que nos separa é o interesse público que ele pisoteia. O Diário ingressou tardiamente no caso Marco Zero por razões que jamais me preocupei em saber, mas tem o mérito de recuperar o tema em reportagens sequenciais que ainda estão pendentes porque a roubalheira precisa de desdobramentos que coloquem os meliantes na rota de algo semelhante à Operação Lava Jato.


 


Click ABC -- Muitos anunciantes e assinantes da região, alguns bem conhecidos de Ronan, diziam abertamente que não faziam a menor questão de serem informados pelo Diário sobre a briga entre Daniel e Bigucci, que virou pauta obrigatória, quase obsessiva.


 


Meus comentários – Duvido que os representantes da banda saudável do mercado imobiliário da região, que prezam pela classe e pelo respeito aos consumidores de habitação e de salas comerciais, tenham alguma empatia pelo empresário Milton Bigucci e também pelo dirigente Milton Bigucci. Eles querem mais é ler o máximo de informações que desnudem as entranhas do presidente do Clube dos Especuladores Imobiliários. Somente a banda podre eventualmente preferiria fugir dessa pauta obrigatória do jornalismo com compromisso social.


 


Click ABC -- Daniel que foi processado pelo empresário, perdeu na Justiça e teve o pedido de prisão determinado pela Justiça, que não chegou a se concretizar. Daniel teve outro problema recentemente, após um site de notícias, que acabou saindo do ar, ter publicado que ele estaria sendo processado por ex-funcionários por conta de dívidas trabalhistas.


 


Meus comentários – A prova mais provada de que o empresário e dirigente classista Milton Bigucci sabe que sou intermediário responsável entre a realidade dos fatos e o interesse público é que estou aguardando que vá ao Judiciário com uma queixa-crime por escrever que ele é um péssimo exemplo aos empreendedores do mercado imobiliário entre outras razões porque foi denunciado em várias esferas do Ministério Público Estadual como agente nocivo à sociedade, inclusive por envolvimento com a Máfia do ISS de São Paulo. Quanto ao site a que se refere o Click ABC, não tenho a mínima ideia do que seja. Tampouco quanto aos processos trabalhistas que, por terem origem na Editora Livre Mercado, da qual detinha apenas 20% e não compunha a cúpula administrativa, não cabe a mim responder. 


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