Expliquei rapidamente outro dia a uma advogada de primeira linha incomodada com a assiduidade de Milton Bigucci nesta revista digital que o caminho ideal para alguém estar a salvo deste espaço é que não tenha participação social relevante. Se tiver, se for agente de interesse público, como é Milton Bigucci, presidente do Clube dos Especuladores Imobiliários, não existe alternativa senão ficar de olho nele. Para o bem e para o mal, claro.
Tanto é verdade que, embora raros, não deixo de destacar os bons protagonistas da vida regional. Há muitos outros bons figurantes da vida regional que só não se tornam estrelas de primeira grandeza porque a turma do Assalta Grande ABC, entre outros grupelhos, não deixa.
Citei nominalmente como exemplo de protagonismo sujeito a crítica e anonimato fora do foco de minhas análises o empresário Ronan Maria Pinto, presidente do Diário do Grande ABC. Desde setembro de 2013 – portanto há quase dois anos – seu nome não aparece em qualquer registro da Editoria de Esportes desta publicação. Coincidentemente, deixou de ser, pouco tempo antes, presidente do Saged, a empresa que terceirizou o futebol do Esporte Clube Santo André. Ronan Maria Pinto não é de interesse de ninguém, exceto dele próprio, como torcedor do Santo André ou de qualquer outra equipe.
O que quero dizer com isso é que aqueles que tentarem fomentar intriga entre este jornalista e o dono do Diário do Grande ABC por conta de minha despedida daquela empresa pode tirar o cavalinho da chuva. Certamente a identidade do dirigente daquele jornal vai continuar a frequentar esta publicação quando se referir à Editoria de Imprensa ou eventualmente à atividade de empresário de transportes cuja informação tenha interesse da sociedade.
Legado contra mesmice
Embora seja desnecessário repetir, não custa nada refrescar a memória de quem não me lê com o cuidado que deveria, porque todo o cuidado devoto aos leitores: Ronan Maria Pinto foi um cavalheiro antes e durante o breve período de cinco meses em que estive no Diário do Grande ABC. Está certo que não me deu uma ligadinha sequer para agradecer aos préstimos. Talvez esteja esperando que eu tome a iniciativa. Como isso não tem importância alguma, já que não sou dado a certos rituais, não faltará o dia em que nos encontraremos casualmente ou não para trocar palavras provavelmente de agradecimentos mútuos.
Acho que deixei um legado de intolerância à mesmice aos jornalistas daquela empresa. Acho que ele deixou uma mensagem de grandeza ao ter convidado e oferecido condições de trabalho a um profissional de Imprensa que, por força das circunstâncias, jamais lhe deu trégua.
Por isso e, definitivamente, não deem trela a bobagens industrializas por difamadores profissionais. Tudo não passa mesmo de especialidade dos detratores, dos vagabundos sociais que não têm o que fazer. Se houvesse algum senão no relacionamento profissional com Ronan Maria Pinto por conta de minha estada naquele jornal, saibam os leitores que não me furtaria a comentar.
Tudo dentro da lógica
Minha passagem pelo Diário do Grande ABC neste ano, diferentemente do período de 2004 a 2005, não abriu brechas a desencantos e a inconformismo. Minhas expectativas estavam ajustadas ao tempo, ao lugar, às circunstâncias e a tudo que se entender como o encontro de duas personalidades que, distintas, sabiam exatamente o que pretendiam.
A diferença a me separar de Ronan Maria Pinto é que ele é essencialmente um empresário que em determinadas tarefas dá tempo ao tempo como fórmula à resolução de problemas, enquanto eu, essencialmente jornalista calejado e velho de guerra, não dá mais tempo a conjecturas que atirem a um futuro distante as soluções que precisam ser encaminhadas o quanto antes.
Portanto, àqueles que não têm o que fazer, que tratem de catar coquinho e me deixem em paz. A mim e a Ronan Maria Pinto, claro.
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)