Quem quiser conhecer a verdadeira situação do mercado imobiliário da região não deve acreditar na conversa fiada e nas estatísticas furadas do Clube dos Especuladores Imobiliários presidido por Milton Bigucci. A melhor fonte de informações locais é o Clube dos Pequenos Construtores. A instituição está concentrada
Pior que os números são os termos de comparação. Minhas fontes no Clube dos Pequenos Construtores disseram com todas as letras que preferem comparar o resultado destes dias com os do começo do ano porque se forem tentados a confrontar os dados de agora com os de um ano atrás, o melhor é chorar.
Os jornais de maneira geral são mais cúmplices que vítimas dos mercadores imobiliários ao desfilarem números mentirosos sobre o movimento das pedras do setor. Há um jogo descaradamente inescrupuloso direcionado à especulação abjeta para sustentar artificialmente valores de apartamentos e salas comerciais que caíram no vazio do excesso de oferta e escassez de demanda.
Do mesmo saco
São todos farinha do mesmo saco os jornais e revistas que lubrificam dados orquestrados pela enganação de fontes de informações plantadas no centro do poder de instituições do setor. Tudo porque não existe no País um indicador confiável sequer, tecnicamente mais próximo da realidade. Aonde falta ordem, sobra bagunça.
Quando combato neste espaço as inúmeras ações delinquenciais que transformam o mercado imobiliário em serpentuário que atinge em cheio a economia popular há idiotas que sugerem estar este jornalista a serviço de maquiavelismo mental. São ignorantes juramentados sobre os compromissos do jornalismo sem rabo preso.
Tenho afeição pelo Clube dos Pequenos Construtores de Santo André – e disse isso com todas as frases como apresentador de programa de entrevistas ainda outro dia no Diálogo Aberto, na TV do Diário do Grande ABC. Não escondo simpatia pela classe entre outros motivos porque seus representantes suportam o peso da discriminação de gente graúda nos escaninhos do Poder Público. Gente que pretende tirá-los do páreo do mercado imobiliário para favorecer os grandões.
Exemplo isolado
Tanto é verdade que nenhum outro Município da região existe essa tipologia de empreendedorismo, cujo perfil é a construção de unidades conjugadas num mesmo espaço físico com qualidade dos apartamentos verticalizados e a preços muito mais interessantes, além de ausência de taxas condominiais extorsivas. Os preços dos pequenos construtores equivalem aos do módulo mais modesto do programa Minha Casa Minha Vida. Os pequenos construtores de Santo André fazem apartamentos de classe média baixa a preço de Minha Casa Minha Vida popular. Por isso incomodam tanto os mandachuvas.
Mas, voltemos ao que interessa no momento. Desabaram inexoravelmente as vendas de imóveis num País que engatou marcha à ré da qual só sairá após a constatação de que muitos dos chamados representantes da suposta nova classe média criada pela invencionice marquetológica do governo Lula da Silva infelizmente voltarão à condição de pobres. Quem achar que se trata de sentença pessimista não sabe da missa um terço.
Até mesmo os representantes do Clube dos Pequenos Construtores entendem que a maré é jusante. Nem poderia ser diferente. Como mostramos seguidamente neste espaço.
Redemoinho cruel
Ainda anteontem revelamos mais uma vez de forma inédita que caímos no redemoinho de perdas sistêmicas a ponto de empregos formais dos setores de comércio e serviços que durante 20 anos resistiram ao desastre industrial agora estão em processo de desidratação. Vamos encerrar esta temporada com déficit depois de 20 anos, ou seja, desde a implantação do Plano Real.
A grande vantagem de contar com fontes de informações confiáveis sobre o mercado imobiliário no Clube dos Pequenos Construtores é que, entre outras razões, eles sempre estarão um passo adiante do Clube dos Especuladores Imobiliários submetido a interesses nem sempre confessáveis. O cartel informativo do Clube dos Especuladores Imobiliários interessa à maioria da mídia que se deixa levar pela pretensa importância do setor nas receitas publicitárias quando, de fato, quando se coloca na balança o faturamento bruto de um lado e a credibilidade líquida do veículo de comunicação de outro, há muito mais perdas que ganhos.
Estou a imaginar quando Milton Bigucci vai chamar coletiva de imprensa para anunciar os números mais recentes do mercado imobiliário da Província do Grande ABC. O dirigente já cometeu sandices em excesso ao negar a realidade. Se na Capital do Estado o Secovi, Sindicato da Construção, geralmente dissimulador de tempestades numéricas, admitiu e fez publicar outro dia que houve queda de 60% na venda de apartamentos novos em agosto, quando comparado a julho, o que imaginar nesta Província em convulsão automotiva?
Epicentro da crise
Não tenham dúvidas, leitores: o Clube dos Pequenos Construtores está certíssimo no diagnóstico. O mercado imobiliário do Pais -- e particularmente desta região que é o epicentro da crise econômica -- respira por aparelhos. Nada pior para quem participou durante vários anos de uma lua-de-mel lubrificadíssima por crédito farto e longo, além do crescimento da renda dos trabalhadores.
As pechinchas imobiliárias vão demorar um pouco para ganhar formas oficiais porque o sentimento de perda é negado à exaustão pelos proprietários e investidores que caíram no conto do vigário de que o Brasil encontrara o caminho da riqueza sem muito esforço.
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21/11/2024 QUARTO PIB DA METRÓPOLE?