Quem imaginava que o seminário sobre o setor plástico promovido pela Câmara Regional traria propostas concretas à multiplicação de empregos na esteira da ampliação do Pólo Petroquímico de Capuava saiu decepcionado do evento realizado em meados do mês passado no Teatro Municipal de Santo André. Exceção a Jorge Rosa, gerente de Projetos da Petroquímica União e ex-diretor-executivo da Agência de Desenvolvimento do Grande ABC, nenhum expositor fez sequer menção ao potencial de geração de 12,5 mil postos de trabalho — efetivo equivalente ao da Volks Anchieta — em empresas de transformação plástica. Além dessa lacuna, a distorção tributária que tira competitividade da terceira geração paulista no embate com concorrentes de outros Estados também foi olimpicamente ignorada, com a honrosa exceção, mais uma vez, de Jorge Rosa.
Mas, se deixou a desejar no campo da regionalidade, o seminário não deu o que reclamar no tocante à macroeconomia e às condições da indústria plástica no panorama da globalização. Expositores retrataram instigante radiografia internacional em que a China, sempre a China, aparece como corpo estranho potencialmente causador de fraturas expostas na cadeia produtiva brasileira e regional.
Basta usar o bom senso para entender por que o potencial de geração de uma Volkswagen de empregos em transformadoras plásticas deveria ser a espinha dorsal do seminário, não apêndice solitário de Jorge Rosa. A ampliação da capacidade da Petroquímica União e da Polietilenos União vai gerar montanha de impostos para Santo André e Mauá. O problema é que o volume de empregos poderá permanecer praticamente inalterado porque empresas de primeira e segunda geração são tão intensivas em capital quanto econômicas em mão-de-obra. A única forma de o adicional produtivo e tributário traduzir-se em ganhos econômicos é promover o adensamento da cadeia de terceira geração que, na mão inversa da primeira e da segunda, é altamente intensiva em mão-de-obra.
Multiplicação dos pães
Em evento histórico promovido por LivreMercado em novembro do ano passado, o executivo Nívio Roque, diretor da Polietilenos União, apresentou o cálculo que deveria balizar o discurso e as ações das lideranças públicas da região: cada 16 toneladas de processamento na segunda geração representa um emprego a mais na terceira geração. Como a capacidade da Polietilenos União saltará de 130 mil toneladas para 330 mil toneladas a partir de abril de 2008 — graças à expansão de 500 mil toneladas para 700 mil toneladas de etileno na produção da PQU — chega-se ao saldo de 12,5 mil empregos em transformadoras plásticas.
É claro que a interiorização do total ou grande parte dos empregos no Grande ABC não se dará de forma automática. É preciso criar condições para atrair novas empresas. Uma das medidas mais importantes diz respeito à oferta de terrenos a preços acessíveis, à distância da especulação imobiliária que afugenta investidores, como enfatizou Nívio Roque naquela ocasião. Mas as lideranças reunidas no Teatro Municipal nem cogitaram a questão, apesar de Santo André e Mauá contarem com espaços a perder de vista, incluindo o distrito de Sertãozinho e a extensa faixa na órbita da linha férrea, batizada de Eixo Tamanduatehy.
Como muitas áreas são de proprietários historicamente em débito com a Prefeitura, negociar para reocupar com indústrias plásticas seria ótima pedida. Sobretudo ao se levar em conta as necessidades de Santo André. A cidade contabiliza mais de 57 mil desempregados, além de 95 mil trabalhadores informais, de acordo com dados divulgados em recente edição do boletim Observatório Econômico.
Desequilíbrio tributário
Tão incompreensível quanto a falta de debate sobre estratégias fundiárias foi a ausência de discussão sobre o desequilíbrio tributário que mina a competitividade das empresas da região. Enquanto fabricantes de resinas plásticas do pólo paulista recolhem 18% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), empresas de segunda geração da Bahia e do Rio Grande do Sul pagam 12%, e apenas 7% no caso do Rio de Janeiro. A distorção é um convite à instalação em outros Estados e leva empresas sediadas no Grande ABC a contratar matérias-primas de outras unidades da Federação. Com exceção de Jorge Rosa — mais uma vez — ninguém tocou no assunto. Nem mesmo o empresário Giorgio Guardalben, o único representante das empresas de terceira geração entre os expositores. A convite dos organizadores, o empreendedor detalhou trajetória pessoal desde a infância em Verona, na Itália, até a criação e o desenvolvimento da Poliembalagens, instalada em Mauá.
Jorge Rosa começou a apresentação com exposição de dados que mostram como o Pólo Petroquímico do Grande ABC é intensivo em capital e tributos e restrito no mercado de trabalho. “O setor químico e petroquímico responde por 32,8% da arrecadação de ICMS no Grande ABC, pouco mais que os 32,4% do setor metal-mecânico, que inclui montadoras e autopeças. Entretanto, 56% dos empregos industriais do Grande ABC estão na cadeia metal-mecânica e apenas 12,6% no setor químico e petroquímico” — observou.
“Para o investimento de US$ 500 milhões da PQU e a da Polietilenos serão criados no máximo 100 postos de trabalho permanentes. É nas empresas de terceira geração que podem ser gerados milhares de empregos qualificados e sem muita qualificação — o que também é importante porque há muitos adultos sem qualificação que precisam inserir-se no mercado de trabalho” — completou.
Produção maior
Jorge Rosa apresentou cálculo ligeiramente diferente do de Nívio Roque: entre 15 e 18 toneladas adicionais na segunda geração representam um emprego a mais na terceira, o que significa potencial de 11 mil a 14 mil postos de trabalho na cadeia produtiva. Pouco mais ou pouco menos que a Volks Anchieta antes da reestruturação anunciada no mês passado. Todo sentido de urgência que faltou nos outros expositores sobrou em Jorge Rosa. “A partir de abril de 2008 teremos 200 mil toneladas de resinas plásticas a mais. Precisamos criar condições para que esse volume seja processado aqui” — recomendou, em tom de quem estipula contagem regressiva para tomada de decisões.
O executivo da Petroquímica União foi igualmente enfático sobre a diferenciação tributária que afeta a terceira geração na órbita do Pólo de Capuava. “Santa Catarina é o maior pólo de produção de copos descartáveis porque lá existem condições favoráveis para as empresas se instalarem, apesar de o Estado não contar com indústria petroquímica” — exemplificou.
Bem diferente foi a abordagem de Luís Paulo Bresciani, secretário de Desenvolvimento e Ação Regional de Santo André, que destacou a onda de investimentos na primeira e na segunda geração, reforçou a afirmação de que o Grande ABC é uma das principais aglomerações de empresas plásticas do País, mas não mencionou a equação de Jorge Rosa e Nívio Roque nem trouxe propostas para atrair empresas. Em vez de levantar questões difíceis, porém fundamentais, como a fundiária e a tributária, preferiu relatar ações institucionais que beneficiam o setor, com apresentação de longa lista na qual incluiu o trecho Sul do Rodoanel, cujas obras foram iniciadas no mês passado após cinco anos de atraso, o APL (Arranjo Produtivo Local) do setor plástico, a instalação do posto avançado do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na sede da Agência de Desenvolvimento, programas de exportação com suporte do governo federal, além do próprio seminário.
Lição de casa
É bom que as municipalidades façam a lição de casa porque até o governo federal e as empresas dão contribuições. Em breve passagem pelo seminário, no qual participou da mesa de abertura, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anunciou o PlanSeq (Plano Setorial de Qualificação), que vai contemplar 525 trabalhadores do Grande ABC com cursos de 200 horas de duração. Não se trata de iniciativa talhada às especificidades regionais. O PlanSeq atenderá 4,5 mil trabalhadores em todo o País, incluindo os pólos concorrentes da Bahia e do Rio Grande do Sul.
Na mesa de abertura, o presidente do Instituto Nacional do Plástico, Paulo Dacolina, anunciou outra boa notícia: 50 empresas da região receberão serviço gratuito de consultoria de processos e produtos com atendimento de engenheiros e técnicos do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). O programa, que será realizado com unidades móveis, se tornou possível graças ao apoio de Petroquímica União, Solvay, Suzano Petroquímica e Polietilenos União.
A Suzano Petroquímica, antiga Polibrasil, deve apoiar a continuidade do APL de plástico da região. A iniciativa voltada ao associativismo de pequenas empresas independentes é reconhecidamente espinhosa. “Não é fácil unir esforços no contexto de uma região metropolitana que não traz, em sua estrutura, elementos de coesão social” — desabafou Antonio Mattos, diretor industrial da Suzano Petroquímica.
Perdendo espaço
Se havia um participante com plenas condições de desenrolar o novelo de conhecimento puxado por Jorge Rosa era Jeroen Klink, discípulo de Celso Daniel que ocupa a pró-reitoria de Extensão da UFABC (Universidade Federal do Grande ABC). Especialista em regionalidade, Jeroen Klink conhece de cor e salteado as condições que empreendedores levam em conta para decidir onde se instalar, além dos imbróglios territoriais que engessam a ocupação de áreas ociosas. Mas como deixou a Secretaria de Desenvolvimento e Ação Regional de Santo André para dedicar-se à UFABC, preferiu falar sobre o papel daquela instituição do fortalecimento da cadeia plástica.
“A universidade pública brasileira tem seus méritos. As pesquisas produzidas no Brasil se equiparam às melhores referências internacionais. Mas há um claro desafio a ser superado: pesquisas dificilmente se conectam com as necessidades das cadeias produtivas. Falando mais concretamente, a universidade tem dificuldade para gerar patentes e inovações em processos e produtos que contribuam para o fortalecimento das empresas no contexto da competitividade nacional e internacional. A UFABC pretende entrar de peito aberto nas possibilidades de parceria entre o mundo acadêmico e a iniciativa privada” — observou, diante de grupo de professores da UFABC na platéia.
As possibilidades de parceria referida por Jeroen Klink foram o foco da apresentação de Mário Sérgio Salerno, diretor da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial). Ele explicou por que a Lei de Inovação é o instrumental apropriado para azeitar as relações entre academia e o mundo dos negócios. “A Lei de Inovação é basicamente uma lei da relação entre o público e privado. Possibilita que a propriedade intelectual gerada pela universidade pública possa ser mais facilmente comercializável a empresas, uma vez que estabelece contratualmente direitos e deveres de cada uma das partes” — destacou o professor associado do Departamento de Produção da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo).
Cenário global
A sinergia entre pesquisadores e empresas é apenas uma das equações que o Grande ABC em particular e o Brasil em geral terão de solucionar para garantir espaço num cenário global marcado por competitividade voraz — eis a mensagem transmitida por Merheg Cachum, presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria de Plásticos), que reúne 8,5 mil empresas responsáveis por 260 mil empregos diretos, das quais 445 empresas e 15 mil postos de trabalho no Grande ABC.
À frente de um setor que acumulou déficit comercial de US$ 258 milhões no ano passado, com importações de US$ 1,232 bilhão e exportações de US$ 974 milhões, Cachum aponta a China e demais países do bloco asiático como espécie de avalanche no horizonte do Brasil. “Se não abrirmos os olhos a China nos engolirá. A agressividade dos chineses é assustadora. Estão presentes nas principais feiras do mundo, seja na Itália, nos Estados Unidos ou na Brasilplast, a maior do Brasil. O governo precisa adotar políticas de restrição de importações; caso contrário, 260 mil postos de trabalho estarão em perigo” — alertou Cachum.
Por que a China se tornou esse bicho-papão? Os motivos envolvem diferenças de carga tributária e de escala de produção, entre outros aspectos. “A carga tributária sobre o setor é de 16,7% na China e de 39% no Brasil. Os chineses trabalham com subsídios governamentais e têm poder de compra que permite barganhar preços de matérias-primas no mercado internacional” — destacou Cachum. Ele fez questão de ressaltar que a ameaça chinesa recai sobre toda a extensão da cadeia produtiva, incluindo bens de capital. “Até a Abimaq está se mobilizando para segurar importações da China porque é praticamente impossível competir com uma injetora de plásticos chegando aqui por US$ 6 mil. Uma única empresa chinesa produz 18 mil injetoras por ano. O Brasil consome 1,5 mil injetoras por ano. Significa que a produção mensal de uma única fábrica seria suficiente para abastecer o Brasil por 12 meses” — concluiu.
Fardo tributário
Se no curto prazo o remédio é adotar restrições à entrada dos produtos chineses, inclusive com adoção de normas técnicas que estabeleçam padrões mínimos de qualidade, como sugeriu Cachum, no longo prazo a solução é tão conhecida quanto de difícil realização: crescimento econômico sustentado e implementação de reformas estruturais que aliviem o fardo tributário das indústrias. “Não podemos continuar com crescimento pífio enquanto os demais emergentes crescem muito mais. Temos de seguir a lição dos países que estão progredindo e fazer as reformas tributária, do sistema político, fiscal e trabalhista” — enumerou, esquecendo-se da previdenciária, igualmente ou ainda mais importante.
Além de tornar o mercado interno vulnerável à invasão de importados, fatores como a alta carga tributária dificultam a inserção de produtos brasileiros no Exterior. É o que ficou claro na exposição de Wagner Delarovera, gerente executivo do Export Plastic, programa de promoção internacional do setor. “Levantamento apontou que 112 países foram responsáveis por exportações de US$ 140 bilhões em 2004. Isso significa que os US$ 974 milhões exportados pelo Brasil no ano passado são inexpressivos no mercado internacional. As trocas internacionais são gigantescas e o Brasil tem imenso mar para navegar” — afirmou.
Wagner Delarovera reforçou o alerta de Cachum ao lembrar que a China avança sem parar. Dos US$ 36 bilhões importados em produtos plásticos pelos Estados Unidos em 2004, US$ 4,2 bilhões corresponderam a exportações chinesas, pouco menos que os US$ 4,6 bilhões embarcados pelo vizinho Canadá. “Mas acredito que em 2005 a China ultrapassou o Canadá” — ressalvou. Quanto o Brasil vendeu para a maior economia do planeta naquele período? Cerca de US$ 90 milhões, metade da cifra atingida pela longínqua e pequenina ilha de Hong Kong.
Chineses impetuosos
Wagner Delarovera considera que, embora enfrente problemas como a grande dependência de importação de resinas plástica do Oriente Médio, ausência de sistema de propriedade intelectual e predominância de equipamentos de baixa produtividade, a China consegue se destacar internacionalmente porque tem mão-de-obra abundante e barata, energia elétrica subsidiada, moeda desvalorizada e custos logísticos competitivos, além de cultura exportadora. Como é impossível competir na escala de produção, a solução para o Brasil é investir em produtos mais sofisticados, que embutem alto valor agregado.
“A nossa saída é por cima, não acredito que dê para sair por baixo com a China. Pior: a China está indo para cima, com produtos que não se limitam às lojas de R$ 1,99. Saindo dos plásticos, a competitividade da China para tecelagem e confecções de altíssima qualidade em tecidos sintéticos é notável. O caminho para o Brasil é a diferenciação” — sugeriu Mário Sérgio Salerno, da ABDI.
Entre os expositores constaram ainda Ailton Antonio Guedes, gerente da Petrobras, que falou sobre exploração de gás na bacia de Santos; Mauro Azanha, gerente da Polietilenos União, que detalhou as alterações técnicas em curso no processo de ampliação; além de Francisco de Assis Esmeraldo, presidente da Plastivida, especializada em reciclagem de materiais plásticos. A mesa de abertura teve também Antonio Fernando Pinto Coelho, presidente da Apolo (Associação das Indústrias do Pólo Petroquímico do Grande ABC), Paulo Antonio Lage, presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Zich Moysés, coordenador-geral das indústrias químicas e de transformados plásticos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, além do prefeito de Santo André, João Avamileno, que acompanhou o seminário até o encerramento.
Altamente dependente da cadeia petroquímica, Mauá não contou com representação no evento. Triste sinal de que a insensibilidade para o temário de desenvolvimento sustentado e a fragmentação estão na frente da desejada integração. Foi uma pena, também, que Nívio Roque não tenha participado como expositor, conforme estava na programação. Se tivesse saltado da platéia para o palco, teria formado com Jorge Rosa um dueto de regionalidade.
Sinergia industrial
O interesse por ganhos de competitividade com de sinergia de empresas concentradas em condomínios industriais está longe de ser novidade no mercado nacional. Na década de 70 já havia perspectivas de formação de complexos tecnologicamente interdependentes e espacialmente integrados. Mas a crise fiscal a partir dos anos 80 obrigou ao recuo e somente na segunda metade da década de 90 o debate sobre política de conglomerado industrial voltou à tona assim como o interesse por realização de projetos de investimento e planejamento regional.
Os principais exemplos internacionais de ganhos de eficiência com a proximidade geográfica entre empresas foram os distritos industriais da Terceira Itália e os clusters do Vale do Silício nos Estados Unidos. As duas regiões inspiraram extensa literatura sobre conceito de economia condominal e despertaram idéias do lado de cá do Atlântico. Em parceria com a secretaria de Desenvolvimento Econômico de Santo André e apoio da Atplas (Associação dos Transformadores de Plástico), os empresários Osvaldo Baradel, diretor-geral da Ecus Injeção, e Aparecido Faria, da Expodel, empresa de consultoria que atua para o APL, planejam instalar condomínio industrial de terceira geração de transformação do plástico.
O empreendimento, orçado em R$ 35 milhões entre aquisição do terreno e construção do condomínio, é fruto do APL do setor plástico e envolve cerca de 20 empresas que serão instaladas em área de 70 mil metros quadrados. O lugar ainda não foi definido, mas área da Avenida dos Estados, próxima ao Auto Shopping Global, tem sido especulada para abrigar o projeto. “Quase a metade das empresas é de Santo André” — diz Osvaldo Baradel. Uma das quais chegou a deixar Santo André e está disposta a retornar em razão dos benefícios do condomínio.
A instalação do condomínio significa arrecadação de R$ 18 milhões em ICMS e o faturamento médio esperado para o aglomerado empresarial é de R$ 100 milhões por ano. “Todas as empresas são de tecnologia de ponta e têm certificação ISO” — diz Aparecido Faria. O condomínio geraria pouco mais de mil empregos diretos e 3,5 mil indiretos. “Integrar um condomínio gera incremento entre 10% e 15% de crescimento no faturamento das empresas” — garante o empresário da Expodel.
Excelência produtiva
A idéia do condomínio ganhou corpo durante os trabalhos do APL da cadeia do plástico. “Aprendemos que pequenas empresas podem ter grandes empresários e alta excelência de competitividade” — diz Aparecido Faria. Santo André coordena o grupo temático do plástico na Câmara Regional e desenvolve ações de incremento na cadeia com foco na expansão do Pólo Petroquímico. O princípio de condomínio industrial consiste em reduzir custos administrativos e operacionais, além de criar nova visão empresarial com base no associativismo e melhorar o aproveitamento das potencialidades de cada empresário.
As empresas contam com serviços comuns de segurança e portaria, refeitório, atendimento médico, administração, atividades externas, manutenção das instalações, terceiros, transportes de trabalhadores e produtos. “Essas operações costumam ter custos reduzidos em 20%” — diz o executivo da Ecus Injeção. O projeto pode ainda oferecer rodada de negócios, tratamento ou destino de resíduo industrial, sistema de mão-de-obra cooperada, consorciamento de produção, programas sociais, ambientais e educacionais, treinamentos, centros de pesquisas e desenvolvimento de novos produtos.
A proposta de Baradel e Faria prevê ainda compromisso social com os trabalhadores por meio da instalação de creche, área de lazer e ainda responsabilidade ambiental com uso de água pluvial e fontes alternativas de energia. “Num projeto de condomínio industrial, não basta apenas o loteamento da área, mas a existência de suporte administrativo, estratégia operacional e novo modelo de gestão” — diz Aparecido Faria.
O papel da Prefeitura de Santo André na execução do projeto será na capacitação dos funcionários pelo Centro de Formação, bem como autorizar algum tipo de incentivo fiscal. Os idealizadores do condomínio já solicitaram isenção de ITBI, IPTU e ISS. “Santo André dispõe de leis que regem descontos tributários” — diz o diretor de Desenvolvimento Econômico, David Gomes de Souza. As obras estão previstas para começar em janeiro de 2007 e a atividade das empresas, em 2008.
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