Acabo de enviar ao empresário e liderança empresarial Fausto Cestari série de perguntas da Entrevista Especial que publicaremos nesta revista digital. Talvez revele todas as questões ainda nesta semana para elevar o interesse dos leitores, mas um ponto faço questão de adiantar, porque é muito mais que um questionamento -- é espécie de proposta disfarçada ao dirigente do conglomerado Ciesp/Fiesp na região.
Trata-se do seguinte: se o Clube dos Prefeitos do Grande ABC já existe há mais de duas décadas e não tem tido capacidade em recursos humanos e financeiros para superar os obstáculos econômicos que acentuam a fragilidade regional, que tal as lideranças empresariais se juntarem numa entidade específica para definir com estudos e muito trabalho os pontos cardeais do desenvolvimento que nos interessa?
Traduzindo em miúdos: se individualmente quase todas as entidades econômicas da região vivem nos respectivos mundinhos, preocupadas com complicações corporativas e principalmente com burocracias do dia a dia, o que as impediriam de constituir uma organização que, longe do dia a dia de mesmices, junte forças e reduza o tamanho dos estragos de duas décadas na arquitetura industrial, base de desenvolvimento da região?
A pergunta que encaminhei ao dirigente do conglomerado Fiesp/Ciesp sobre essa iniciativa não ocupa mais que algumas linhas. Expus a provocação de forma compactada. O entrevistado, representando conglomerado Ciesp/Fiesp na região, é inteligente o suficiente para saber até onde quero chegar. Se tiver dúvidas, este artigo, que encaixa alguns golpes explicativos, não deixará vazio algum sobre o que se pretende.
Agenda da reestruturação
Traduzindo tudo o que escrevi, o que quero dizer é que é possível ou mais que isso, é indispensável, que a região dê vazão a uma iniciativa que abarcaria num mesmo projeto todas as entidades econômicas. Denominaria, para fins explicativos, de Entidade das Entidades. A iniciativa daria frutos se tiver como plataforma de atuação uma agenda sucinta com diretrizes básicas à reestruturação dos agentes econômicos.
Não se trata de nada que não possa saltar à realidade de mãos à obra. Há meia dúzia de pontos nucleares que, se atacados, abasteceriam as fornalhas de grandes mudanças na região. Em suma, o que precisamos é de um pacto que individualmente as entidades econômicas jamais conseguirão levar adiante. Afinal, é indispensável muita massa crítica para tocar o senso de responsabilidade das esferas politico-administrativas tradicionalmente descuidadas com a galinha dos ovos de ouro da região – a indústria de transformação, centro catalizador e difusor de riquezas e problemas.
A Entidade das Entidades seria a ponte perfeita que conduziria a todos ao outro lado do rio do desenvolvimento regional, integrado por agentes políticos que precisam ouvir mais quem entende do riscado, ou seja, quem sabe produzir riqueza. O resultado seria positivo para todos. Muito melhor que seguir na toada mequetrefe de tantos anos de desperdícios.
Precisamos redescobrir o caminho do dinamismo econômico para evitar que o esfacelamento social ganhe conotações dramáticas.
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)