Luiz Marinho está entre os chamados homens públicos que querem me ver pelas costas. É natural que assim seja. Não faço parte da turma do entusiasmo encomendado. Meus erros e acertos são por conta de limitações e desempenhos humanos.
Vou mostrar nesta terça-feira, nesta revista digital, os motivos que me levaram há muito tempo a escrever que o petista está longe de possuir as virtudes de Celso Daniel. Aliás, a comparação que projetei quando Marinho foi eleito prefeito de São Bernardo, em 2008, converteu-se em heresia que precisa ser sempre lembrada. Fracassei ao superestimar o ex-sindicalista. Acreditei que com a assessoria que dispunha no início do mandato poderia revolucionar a região.
Com todas as condições favoráveis, Luiz Marinho faz gestão sofrível na área econômica -- setor vital ao desenvolvimento social da região. Ele desfilou uma porção de intenções que jamais se materializaram. São Bernardo, diferentemente do que pretendia o prefeito, segue dependendo demais do setor automotivo. O impacto não chega a se rivalizar com a lama da Samarco, claro, mas é uma marcha contínua ao desalento.
Muito provavelmente não escreverei tudo sobre a Administração de Luiz Marinho na área econômica na edição desta terça-feira. Vou produzir o suficiente para tornar qualquer tentativa de defesa – e as portas estão sempre abertas para tanto – do gestor petista uma escorregadela monumental. É melhor que ele se cale para não falar besteira.
Por onde tudo passa
Quando escrevo que o futuro da Província do Grande ABC passa pelo território de São Bernardo estou escancarando uma lógica acaciana: sem a Capital Econômica da região é quase impossível encontrar saídas. Mas o que se pode fazer se Luiz Marinho instalou uma frente ampla de engabelação informativa? Entretanto, como é impossível ludibriar a boa-fé o tempo todo, os escombros acabam por emergir. E nesse ponto a comparação com a lama em Mariana e quilômetros adiante não é despropositada.
Ao contrário do que alguns imbecis afirmam, porque confundem alhos de análise com bugalhos de perseguição, Luiz Marinho não é meu alvo preferencial no campo político-administrativo. Se ele aparece mais vezes neste espaço, só podem existir duas explicações compulsórias: primeiro, porque é o prefeito da cidade mais importante da região; segundo porque é o prefeito mais mal assessorado na região quando assunto é desenvolvimento econômico. Por mais que tenha a lhe dar suporte um ou outro servidor de qualidade. De que adianta esse mesmo que modesto aparato se não existe vocação a acionar o necessário dinamismo econômico além das nebulosas quatro linhas do gramado da oficialidade administrativa?
Esperem por mim nesta terça-feira.
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