Imprensa

Diário do Grande ABC faz
58 anos. E perde a memória

DANIEL LIMA - 11/05/2016

Vou explicar na edição de amanhã, quinta-feira, o enunciado do título acima. Pretendia editar texto hoje, mas mudei de ideia. Estou sobrecarregado e não perco por nada desse mundo, se Deus assim permitir, a queda de Dilma Rousseff -- essa coisa indecorosa que um dia ocupou a presidência da República como prova provada de que somos nacionalmente um bando de incompetentes cívicos. Reflexo direto dos mandachuvas e mandachuvinhas regionais que infestam a geografia do País.

O aniversário do Diário, comemorado hoje, foi motivo de um suplementozinho especial que subestimou a inteligência dos leitores e, especialmente, deste jornalista, diretamente envolvido no assunto.

Por que principalmente deste jornalista? Vou dar a resposta fundamentada amanhã. Não produzo argumentação vazia sobre coisas simples, quanto mais ao me referir, como será o caso, a uma publicação historicamente importante para a região – para o bem e para o mal, é bom que se diga.

Duvido que ao ler estas linhas a cúpula do Diário do Grande ABC não saiba o que pretendo escrever. Mais que duvidar, aposto que sabe e que por isso mesmo, se seus integrantes estiverem realmente comprometidos com o futuro da região, vai entender perfeitamente o alinhavado.

Especialista interno

Se não entenderem, deverão consultar urgentemente algum especialista em memória. Aliás, como há um disponível na própria casa, o amigo Ademir Médici, não vão gastar um tostão para chegar aonde vou firmar os pés nesta quinta-feira.

Tenho cá comigo que, sem Ronan Maria Pinto, o Diário do Grande ABC está à deriva. Manchetíssimas e manchetes de destaque das edições das últimas semanas são um apanhado que mistura sensacionalismo com imprecisões, sem contar vácuos informativos.

Quando escrevo, como escrevi outro dia, que o Diário do Grande ABC é importante mesmo que seja só nas entrelinhas, embora não seja somente nas entrelinhas, é porque sei como funciona o jornalismo verde e amarelo. Principalmente o jornalismo diário impresso às voltas com complicações extracampo.

Será que o leitor mais atento sabe do que tratarei na edição de amanhã desta revista digital? Só vou escrever sobre o assunto porque há sincronismo entre a memória curta ou seletiva do jornal e a atuação deste jornalista durante seis meses do ano passado naquela publicação, como consultor e também como espécie de ombudsman.

Tenho obrigações perante a sociedade. Jornalista comprometido tem mesmo de se sentir com obrigações junto aos leitores – mesmo que isso possa custar caro. Por isso vou escrever sobre o Diário do Grande ABC vítima de surto de amnésia impressa na edição de hoje.



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