Por um erro de logística, saltou para as páginas desta revista digital um texto preliminar sobre a possibilidade de prepararmos entrevistas com os candidatos a prefeito nesta temporada. Aliás, como fizemos na mais recente disputa pela direção das unidades da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) da região. O texto preliminar mencionava a possibilidade de preparar Entrevista Especial com cada um dos concorrentes. Estaríamos finalizando algumas questões e outras seriam incorporadas. Perguntamos também quantos candidatos viriam respeitar os leitores e responderiam. No caso das eleições às OABs o que tivemos foi fuga generalizada. Apenas um dos concorrentes decidiu participar. Exatamente por conta disso, pretendíamos publicar esse texto, não o que foi inadvertidamente editado. Por isso a pergunta do título deste artigo é sintomática de nossa dúvida.
Forma de participação
Imaginamos inicialmente que cada entrevistado teria vez de forma individual. Ou seja: publicaríamos cada entrevista separada no tempo, sequencialmente a cada dia. Para que ninguém fosse privilegiado ou prejudicado, definiríamos prazo-limite ao encaminhamento de respostas, a partir do qual se estabeleceria o cronograma de publicações.
Pensei também em editar cada entrevista levando em conta processo temporal reverso da entrega efetivada, ou seja, quem encaminhou primeiro as respostas seria o último da fila de publicação, e assim por diante. Acreditava que primeiros a entregarem e, portanto, os últimos da fila, seriam beneficiados porque se valeriam do aquecimento das turbinas da audiência e da proximidade da disputa em primeiro turno. Não custa repetir: todos os candidatos que participariam desse projeto teriam de responder até determinada data. Depois disso não seria possível.
Minha expectativa inicial é de que a fuga em massa dos candidatos à Ordem dos Advogados do Brasil na região não se repetiria, mas não aposto nisso. Os questionamentos não seriam jamais adocicados. Seríamos incisivos nas perguntas. Não haveria individualização no sentido de particularizar as questões. Trataríamos de temáticas sobre nossa pobre regionalidade.
Seriam perguntas incômodas. Só existe desconforto em qualquer questionamento quando o entrevistado não tem argumentos a esgrimir. Se conta com respostas consistentes, o que lhe pareceria uma armadilha acabaria por embalar suas pretensões junto ao público mais exigente.
Regionalidade é a base
De antemão lembrava que possivelmente todas as perguntas de cunho regional seriam iguais aos candidatos, independentemente do domicílio eleitoral. Entendíamos preliminarmente que haveria uma gama de problemas regionais que precisariam ser abordada regionalmente. Entretanto, não descartava que especificidades municipais poderiam ser incorporadas.
Quando a campanha eleitoral estivesse legalmente nas ruas, trataríamos de deflagrar o encaminhamento aos concorrentes. Uma coisa assegurava aos leitores de CapitalSocial: nossa proposta, como o foi no caso das subseções da OAB, estaria voltada a temáticas distantes da mídia regional. E seriam estruturalmente fundamentadas em questões que dizem respeito às grandes deficiências da institucionalidade regional.
Mais que matar no peito a bola redonda do curtoprazismo de projetos, o que poderíamos produzir seria um conjunto de observações que representariam um gol de placa em matéria de comprometimento dos candidatos. O problema dos candidatos é que para marcarem um gol de placa neste espaço precisariam contar com muito talento e responsabilidade, porque os vencedores que respondessem às questões firmariam um compromisso com os leitores, o qual iriamos cobrar insistentemente durante todo o mandato.
Quem estaria disposto a participar dessa roda de desafios, cujo conteúdo poderia ser explorado para o bem e para o mal em todas as plataformas de comunicação?
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)