Vou contar na edição amanhã, nas páginas de CapitalSocial, uma grande vitória do jornalismo independente. Contra tudo e contra todos, até que o Ministério Público de Santo André entrasse em campo, este jornalista sofreu ação criminal ao denunciar irregularidades na aprovação, na instalação, na construção e na venda de unidades do Residencial Ventura, no Bairro Jardim, em Santo André. O terreno estava contaminado, segundo assegurei à época e o MP agora confirma após minuciosos estudos.
Escrevi com base em provas, sempre com provas, que o terreno que durante 70 anos sediou uma indústria química, estava contaminado. Só não fui condenado em última instância porque o STJ entendeu que houve erro processual. Ou seja: fui salvo não porque escrevi verdades que agora se confirmam, mas porque os procedimentos judiciais estavam imperfeitos.
Finalmente depois de seis anos da denúncia deste jornalista, temos o pronunciamento do MP de Santo André. Vou revelar nesta terça-feira em detalhes que o MP provou e comprovou que este jornalista seguiu rigorosamente os ditames de responsabilidade social.
Espero que outras denúncias formuladas nos últimos anos tenham o mesmo destino. Antes que bandidos sociais consigam me colocar na cadeia porque estou a atrapalhar seus interesses.
Lucro acima de tudo
Apenas para aguçar o apetite dos leitores, transfiro alguns dos trechos da decisão do MP de Santo André:
“Com efeito, as condutas supra descritas representam grave afronta às normas de Direito Ambiental. Como se vê, é fácil aferir que a ré MAC Cyrela, animada por exclusivo interesse de lucro no desempenho de suas atividades, pouco se interessou pela sorte dos recursos ambientais, praticando atos capazes de comprometer a qualidade do solo e da água, numa inegável conduta violadora das normas e dos princípios reinantes na seara do sistema normativo ambiental”.
No momento em que sofro mais uma tentativa de ser colocado para fora do jogo democrático da informação voltada ao interesse social, numa nova ação movida pelo famigerado empresário Milton Bigucci, eis que o Ministério Público de Santo André, especificamente o promotor de Justiça José Luiz Saikali, oferece à sociedade regional uma clara demonstração de que está sintonizado com os novos tempos, os tempos de Lava Jato e seus filhotes, diretos ou não.
O que pergunto, entre tantas perguntas que tenho feito, é quando vai ser desarquivado o processo do Marco Zero, empreendimento da MBigucci em São Bernardo, fruto de irregularidades irrebatíveis?
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)