A Santo André do viveiro industrial do hino oficial é uma peça de museu, como temos provado e comprovado nesta revista digital. Há ainda quem mande tocar o hino de Santo André com o orgulho que deve ser enaltecido, mas não se dá conta do desastre de uma cidade que se perdeu no tempo. Na edição de amanhã, terça-feira, vamos dar mais um exemplo de que a antiga capital econômica da região segue roteiro de fracassos que a coloca cada vez mais distante de um passado que ainda se mantém presente na cabeça dos desinformados, quando não de irresponsáveis sociais.
Não vamos adiantar a nova métrica que deveria encontrar as instituições de Santo André em alerta permanente na busca de reviravolta que é pouco provável mas nem por isso impossível.
Aos candidatos a prefeito que correm atrás de dados para mostrar que Santo André parou no tempo (e, com isso, organizarem programas de ação), os arquivos desta revista digital são a melhor sugestão. Não percam tempo com outros endereços na mídia regional ou mesmo em bancos de dados pouco confiáveis.
Estamos perscrutando os municípios da região individualmente e também no conjunto há décadas. O que é sazonalidade aos candidatos em geral – preocupar-se com a situação econômica da região ou especificamente com determinado Município – é obsessão deste jornalista.
Nada mais lógico, aliás. É impossível tentar entender o que se passa nesse território de quase três milhões de habitantes sem ter o domínio mais profundo possível do quadro econômico e suas variáveis imensas e intensas. Quem não entende de economia não vai entender o conjunto da obra.
Vagabundagem institucional
O estado de calamidade da Anchieta, que há muito tempo deixou de ser rodovia para se tornar avenida -- retratado em rápida reportagem do Diário do Grande ABC de hoje -- passa obrigatoriamente pela derrocada econômica que fragiliza a institucionalidade como um todo. Uma região que se empobrece é o caminho mais curto e rápido para a vagabundagem institucional. O salve-se quem puder dá as cartas e joga de mão.
A abordagem que faremos amanhã sobre a economia da região como um todo – e de Santo André como endereço mais catalizador de preocupações – é inédita e só será executada porque contamos sempre e sempre com o suporte tecnológico e também informativo da Consultoria IPC, do especialista em potencial de consumo Marcos Pazzini.
O que será que vamos apresentar amanhã? Aguardem, porque teremos mais uma prova provada de que caímos pelas tabelas quando se afere o comportamento econômico da região tanto para efeitos internos, endógenos, quanto externos, exógenos.
Certo mesmo é que de “viveiro industrial” sobra pouco para Santo André. E sobrará cada vez menos. A projeção é de que a região como um todo e Santo André em particular caminharão celeremente para mais queda de participação absoluta e relativa da força industrial, inclusive de trabalhadores, nas diversas matrizes econômicas. Como não temos o que os especialistas chamam de terciário de valor agregado, proposta que Celso Daniel sugeriu há quase duas décadas, a tendência é de que seguiremos rumo ao desfiladeiro. Seremos cada vez mais a cara do Brasil. Para quem se sentia, três décadas atrás, uma Alemanha no interior do País, a constatação é que estamos ferrados.
Mídia complacente
Muito desse estado degenerativo da economia regional se deve à complacência da mídia local, que insiste em dar tratamento festivo a quinquilharias programáticas. E por ser tão descuidada, a mídia local está pagando a conta como toda a sociedade regional. Os recursos publicitários que sustentariam em larga escala as publicações impressas e digitais longe do escravagismo da agenda oficial são cada vez mais incompatíveis com as exigências do leitorado.
Vou continuar a insistir no chamamento geral de que estamos todos – ou quase todos, porque os bandidos sociais e os vagabundos sociais desconhecem o que significa meritocracia – no mesmo barco de baixa competitividade econômica.
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)