A Entrevista Especial que o secretário-geral do Clube dos Pequenos Construtores de Santo André, Silvio Cura, concedeu a esta revista digital na semana passada rendeu diagnóstico de 14 graves problemas deixados pelo empresário Milton Bigucci, que comandou o Clube dos Construtores do Grande ABC durante 25 anos.
A mudança diretiva naquela entidade, a partir de janeiro último, de nada valeria se não fosse conjugada com série de medidas corretivas e iniciativas que há muito necessárias. E é exatamente o que está ocorrendo. Parece que, finalmente, alguns nichos de empreendedores da região perceberam que é irracional manter distância de iniciativas que contribuam para mudar o quadro da apatia generalizada da sociedade regional.
CapitalSocial não abre mão de escrutinar institucionalidades da Província do Grande ABC – o Clube dos Construtores é uma das organizações coletivas no nosso foco – entre outros motivos porque não existe possibilidade de recuperação econômica sem a efetiva participação de associações de classe, entre outras instâncias com potencial de reação.
O que foi possível extrair das declarações inéditas de um dirigente do mercado imobiliário da região será apresentado amanhã por CapitaSocial de forma breve, mas explicativa. Silvio Cura foi contundente em várias questões sobre as quais empresários do setor imobiliário têm a mesma opinião -- com a diferença de que não se manifestam oficialmente. Tudo porque, afirmam várias fontes, temem represálias. Criou-se em torno do empresário Milton Bigucci um código de silenciamento coletivo.
Perseguir é melhor?
Para aguçar a curiosidade dos leitores, elencamos com base na análise da Entrevista Especial de Silvio Cura nada menos que 14 pontos centrais que dão aos 25 anos da gestão Milton Bigucci um destino nada nobre. Não é a toa que, por conta de tantos equívocos, o empresário que até outro dia chefiava o Clube dos Construtores do Grande ABC moveu e segue a mover perseguição judicial a este jornalista. Liberdade de expressão levando-se em conta o interesse público, nem sempre é reconhecida pelos detentores de poderes.
Manter aquela associação sob manto protetivo a críticas, como se tratasse de algo excepcionalmente sacro, revelou-se tática frustrada desde que CapitalSocial decidiu apertar para valer as instituições da região no sentido de que precisam dialogar com a comunidade.
Nada mais interessante que agora, com as declarações de Silvio Cura. A perspectiva é de que a espessa camada que tornava a gestão de Milton Bigucci intocável deverá ser implodida em favor dos novos tempos, sob o comando do engenheiro Marcus Santaguita.
Vejam os pontos críticos da gestão Milton Bigucci que listamos com base nas declarações de Silvio Cura, os quais analisaremos na edição de amanhã:
Desidratação ético-institucional
Autoritarismo diretivo
Descaso com a sociedade
Voracidade corporativa
Abusividade propagandística
Alheamento ambiental
Discriminação aos pequenos
Obscurantismo nos negócios
Fragilização diretiva
Emudecimento institucional
Divisionismo prolongado
Vitimização destrambelhada
Representatividade pífia
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