A Capital Econômica da Província do Grande ABC está afundando a economia da Província do Grande ABC. A São Bernardo do prefeito petista Luiz Marinho é quem mais provoca debilidade do PIB (Produto Interno Bruto) da região no G-22, o grupo dos 20 municípios mais importantes do Estado de São Paulo, aos quais se somam Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. A Capital do Estado não consta da lista.
Nos últimos cinco anos do PIB dos Municípios com nova metodologia anunciado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tendo como base 2010, São Bernardo só não se tornou a lanterninha do G-22 porque foi salva por Paulínia e seu polo químico-petroquímico e por Santos do Pré-Sal que não alcançou os números previstos. A Doença Holandesa Automotiva tem sido cruel com São Bernardo, cujos efeitos se espalham na região. Quando saírem os números do PIB dos Municípios de 2015 e 2016 é São Bernardo acusará ainda mais dores, porque o setor automobilístico mergulhou em grave crise nos últimos três anos.
Desde a farra do boi do governo Lula da Silva, que produziu febre de consumo em 2010, quando o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu artificialmente 7,5%, a economia brasileira sofre série de reveses. São Bernardo é um caso à parte. E dramático.
Espelho de inquietação
Entre os 22 municípios do agrupamento selecionado por CapitalSocial para aferir a situação da Província do Grande ABC em vários vetores econômicos e sociais, São Bernardo é o espelho da inquietação. O PIB Municipal avançou apenas 11,73% em termos nominais -- sem considerar a inflação do período de janeiro de 2011 a dezembro de 2014. A inflação do período medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou 27,03%. Traduzindo esses valores, São Bernardo perdeu mais de R$ 6 bilhões de PIB quando se comparam os números registrados em 2010 e os de 2014, anunciados ontem pelo IBGE.
Se corresse na mesma raia da inflação, São Bernardo teria registrado em 2014 um PIB de R$ 54.063.363 bilhões, resultado do PIB nominal de 2010 de R$ 42.559.739 bilhões acrescido de 27,03%, correspondente à inflação do período. Mas como perdeu produção de riqueza, chegou a 2014 com PIB de R$ 47.551.620 bilhões.
Se fosse adotado no G-22 o critério do Campeonato Brasileiro de Futebol, São Bernardo teria encerrado a temporada de 2014 na zona de rebaixamento, em termos de resultados nos últimos quatro anos atualizados. Ficaria em 20º lugar na classificação geral, à frente somente de Paulínia e da lanterninha Santos. Paulínia, na região de Campinas, teve o PIB praticamente congelado em termos nominais e por isso mesmo esquartejado em termos reais. Santos é um caso especificamente dramático do G-22.
Maiores degringoladas
O PIB de Paulínia de 2010 registrou R$ 14.685.207 bilhões, contra R$ 14.655.384 bilhões em 2014. Quando se aplica correção monetária no montante de 2010 até dezembro de 2014, Paulínia deveria ter alcançado R$ 18.616.246 bilhões. Já Santos perdeu em termos nominais 13,57% do PIB. Em 2010 o Município do Litoral contava com PIB de R$ 23.312.005 bilhões, ante R$ 20.147.782 bilhões quatro anos depois. Mauá completa a zona de rebaixamento nos quatro anos pesquisados quando se considera o tamanho da perda do PIB.
O desempenho econômico de São Bernardo compromete a Província do Grande ABC porque é o endereço mais importante da região. Mesmo em queda livre nos últimos anos São Bernardo segue na liderança regional. O PIB anunciado ontem, de R$ 47.551.620, representa 39,56% do PIB da Província, cujo valor atingiu R$ 120.190.959 bilhões.
O crescimento nominal (sem considerar a inflação do período) da Província do Grande BC foi levemente inferior ao IPCA de janeiro de 2011 a dezembro de 2014: 26,03% ante 27,03%. Isso significa que, quando se faz a comparação ponta a ponta entre 2010 e 2014, sem levar em conta os anos intermediários, a riqueza regional sofre processo de paralisia. Para se ter ideia do estrago, o PIB Nacional, seguindo o mesmo critério, avançou em termos nominais 50,23% nos extremos dos quatro anos.
O melhor desempenho regional entre janeiro de 2011 e dezembro de 2014, quando comparado a 2010, é registrado por Santo André, que cresceu nominalmente 52%. São Caetano avançou 38,21%, Diadema 27,25%, Mauá 14,28% e Rio Grande da Serra 36,47%. Tudo isso é muito pouco perto de outros integrantes do G-22. Campinas, por exemplo, cresceu 57,21%, Sorocaba 75,45% e São José do Rio Preto 68,18%.
Veja a classificação por ordem de PIB de 2014 do G-22:
1. Osasco com R$ 58.566.199 bilhões em 2014 ante R$ 45.140.281 em 2010. Crescimento nominal de 29,74%.
2. Campinas com R$ 57.673.309 bilhões em 2014 ante R$ 36.686.377 em 2010. Crescimento nominal de 57,21%.
3. Guarulhos com R$ 51.389.524 bilhões em 2014 ante R$ 36.796.447 bilhões em 2010. Crescimento nominal de 39,66%.
4. São Bernardo com R$ 47.551.620 bilhões em 2014 ante R$ 42.559.739 bilhões em 2010. Crescimento nominal de 11,73%.
5. Barueri com R$ 46.151.953 bilhões em 2014 ante R$ 31.893.775 bilhões em 2010. Crescimento nominal de 44,71%.
6. Jundiaí com R$ 36.339.235 bilhões em 2014 ante R$ 23.855.396 bilhões em 2010. Crescimento nominal de 52,33%.
7. Sorocaba com R$ 32.662.452 bilhões ante R$ 18.670.200 bilhões em 2010. Crescimento nominal de 75,45%.
8. São José dos Campos com R$ 30.927.050 bilhões ante R$ 25.795.747 bilhões em 2010. Crescimento nominal de 20,24%.
9. Santo André com R$ 28.119.591 bilhões ante R$ 18.499.215 bilhões. Crescimento nominal de 52%.
10. Ribeirão Preto com R$ 28.087.397 bilhões ante R$ 17.544.632 bilhões. Crescimento nominal de 60,01%.
11. Piracicaba com R$ 22.040.590 bilhões em 2014 ante R$ 12.251.552 bilhões em 2010. Crescimento nominal de 79,90%.
12. Santos com R$ 20.147.782 bilhões em 2014 ante R$ 23.312.005 bilhões em 2010. Queda nominal de 13,57%.
13. São Caetano com R$ 16.153.414 bilhões ante R$ 11.687.265 bilhões. Crescimento nominal de 38,21%.
14. São José do Rio Preto com R$ 15.802.010 bilhões ante R$ 9.367.640 bilhões em 2010. Crescimento nominal de 68,68%.
15. Taubaté com R$ 15.436.985 bilhões em 2014 ante R$ 11.825.635 bilhões em 2010. Crescimento nominal de 30,54%.
16. Paulínia com R$ 14.685.207 bilhões em 2014 ante R$ 14.685.207 bilhões em 2010. Crescimento nominal zero.
17. Mogi das Cruzes com R$ 13.367.335 bilhões em 2014 ante R$ 9.454.019 bilhões em 2010. Crescimento nominal de 41,39%.
18. Diadema com R$ 13.910.517 bilhões em 2014 ante R$ 10.931.728 bilhões em 2010. Crescimento nominal de 27,25%.
19. Sumaré com R$ 11.969.866 bilhões em 2014 ante R$ 9.231.358 bilhões em 2010. Crescimento nominal de 29,66%.
20. Mauá com R$ 11.329.503 bilhões em 2014 ante R$ 9.491.250 bilhões em 2010. Crescimento nominal de 19,38%.
21. Ribeirão Pires com R$ 2.606.481 bilhões em 2014 ante R$ 1.813.097 bilhões em 2010. Crescimento nominal de 43,76%.
22. Rio Grande da Serra com R$ 519.828 milhões em 2014 ante R$ 380.911 milhões em 2010. Crescimento nominal de 36,47%.
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